sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Uma lenda chamada A.S.A.

Por volta de 1959, surgiu em Santa Rita do Sapucaí um grupo de jovens esportistas que ficaram conhecidos em todo o estado como atletas de primeira grandeza. Em uma cidade que não tinha clubes profissionais para a prática do Vôlei, esses rapazes e moças que, até então, praticavam seus esportes por pura diversão tiveram uma grande surpresa quando, durante uma festividade na cidade, a Seleção Universitária de Belo Horizonte, trazida pelo universitário José Arthur, chegou aqui para desafiar aquela turma de amigos e acabou perdendo o jogo de lavada. Havia alguma coisa errada! Pela lógica, aqueles forasteiros tinham que ter vencido aquele jogo! Absolutamente extasiado com aquela apresentação de nossos conterrâneos, o chefe da delegação de Belo Horizonte, Bonifácio (Jornal Estado de Minas), perguntou para aqueles rapazes porque eles não participavam da Federação Mineira de Vôlei. Foi o que eles fizeram.

A profissionalização

Faltavam quatro meses para iniciar o campeonato e eles ainda não tinham a documentação necessária para participarem dos jogos. A saída foi pedir ajuda aos dirigentes de um time de Pouso Alegre, que enviou a documentação que tinha para que eles tivessem uma base de como providenciar a papelada. O grupo, então, pediu a Reinaldo Adami, conhecido como Bimbo, que trocasse o nome do time e o nome da cidade e datilografasse um documento idêntico para o time daqui. Estava criada a ASA - a “Associação Santarritense de Atletismo”.

Os preparativos para os jogos


Para participar do primeiro campeonato profissional, a ASA recebeu a colaboração do então deputado Bilac Pinto e também de Dona Sinhá Moreira. Com a ajuda, eles providenciaram o uniforme e também o material necessário para que pudessem representar a cidade de uma maneira profissional. Os treinos eram realizados em uma quadra que existia no espaço onde hoje temos o galpão da antiga Katrin, naquela praça onde ficava o antigo mercado municipal. Pouca gente sabe, mas um dos motivos do Ginásio Municipal chamar “José Alcides Rennó Mendes” é porque os treinamentos da ASA aconteciam naquela quadra que pertencia a ele.

O primeiro campeonato

O primeiro campeonato aconteceu na eliminatória estadual Etapa São Lourenço. Como o grupo ainda não tinha treinado o necessário para disputas profissionais, não ganharam. Mas já haviam alçado um vôo que traria muitas alegrias para Santa Rita.

Quando retornaram, um deles decidiu viajar para Belo Horizonte e conhecer como eram os jogos e retornou com muitas idéias. O time começava a se tornar, definitivamente, profissional.

As vitórias

Desde então, não tinham mais adversários para a ASA, na região. Tanto nossa agremiação masculina quanto a feminina, ganhavam tudo o que viam pela frente. Só no sul de Minas, o time ganhou o campeonato 3 vezes. Em um conceituado campeonato regional de Três Corações, a ASA ganhou duas vezes. Outro destaque foi a participação do time em diversas edições do Troféu Rádio Globo de Esportes. Foi incrível para nossos jogadores desafiarem, de igual para igual, clubes de grande porte como Vasco, Fluminense e Botafogo e ainda se saírem muito bem.

O Grande feito da ASA

Na década de 60, a Federação Mineira de Vôlei realizava um torneio entre as equipes do interior e outro entre as equipes da capital. Os vencedores dos dois torneios se enfrentavam em uma finalíssima de “melhor de três”.

Aconteceu algo inédito para nossa cidade. Nossa equipe feminina foi vencedora do campeonato Mineiro do Interior e deveria então jogar três jogos contra o Atlético de Belo Horizonte. Os santarritenses pareciam não acreditar ao verem as profissionais do Atlético Mineiro desembarcarem por aqui para jogarem a segunda partida da melhor de três. Nossas conterrâneas acabaram perdendo a final, mas realizaram um feito inédito. Elas haviam sido consagradas vice-campeãs estaduais.

Celebridades Locais

Depois deste feito nossos atletas tornaram-se celebridades locais. Sempre que voltavam dos jogos e campeonatos, eram recebidos na estação de trem com direito a fogos e banda de música.

A ASA continuou participando de jogos e de campeonatos até 1975. Era comum nossos atletas saírem daqui para jogar em cidades como: Ubá, Uberaba, Poços de Caldas, São Lourenço ou Belo Horizonte.
Com o tempo, cada jogador foi tomando o seu rumo. Um saiu pra estudar, outro deixou o time por conta do trabalho. Chegava ao fim a lendária ASA.
Quando interrompeu seus trabalhos, a ASA tinham em caixa uma quantia considerável. Esse dinheiro foi, inclusive, emprestado à FAI - Faculdade de Administração e Informátiva, por ocasião de sua fundação, sem qualquer juros ou correção. Quando o dinheiro foi devolvido, serviu também para realizar a cobertura do Ginásio do Santa Rita Country Club. Em troca, o grupo tem direito, até hoje, de usar a quadra uma semana por ano. Apesar desse dinheiro o grande tesouro do grupo é outro: saber que fizeram parte de uma história que jamais será esquecida por nossos amigos e conterrâneos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quando Assis Chateaubriand e Juscelino Kubitschek estiveram aqui

 Chatô perde a linha

Um fato de que me lembro, acontecido na casa de Sinhá Moreira, foi a visita de Assis Chateaubriand. Ele fora convidado para ser padrinho de uma turma que se formara no ginásio. Esse estabelecimento era muito considerado na cidade e foi pedido a Sinhá e seu pai, Francisco Moreira, que recebessem Chateaubriand e sua comitiva para o almoço. Como sempre, já estávamos hospedadas na casa dela desde o início das férias e fomos convidadas para tomar parte nos preparativos. Para nós, sobrinhas, era um prazer ajudar no banquete, incumbidas de servir às mesas, várias delas, dispostas na sala de jantar.

Quando fomos apresentadas à celebridade, ele elogiou nossas cinturinhas. Naquela época, era moda apertar bem a cintura. Para isso, usávamos até uma faixa elástica sob a roupa, chamada Cinturita. As saias eram fartas e usávamos quantas anáguas pudéssemos. Lembro-me de achá-lo muito baixo, animado e falastrão.
O almoço correu tudo bem, com muito respeito e sobriedade, principalmente por causa dos anfitriões.

Não fomos à formatura dos ginasianos, mas soubemos à boca pequena que Chateaubriand abusara das inconveniências em seu discurso. Nisso ele era mestre. Aconselhara aos jovens atitudes não aceitas na época pela sociedade, fora sarcástico e debochado. Não lembro bem do que mais ele fora acusado mas, definitivamente, seu discurso desagradara a todos. Lembro de Sinhá reclamando que se soubesse que ele tomaria tal atitude, não o teria convidado para um banquete, lamentando o convite feito.

Juscelino chega a Santa Rita

Nós fazíamos parte da UDN e não tínhamos trânsito livre entre os adversários. Sendo assim, quase no dia seguinte chegou Juscelino Kubitschek de Oliveira para ser padrinho de formatura de outro colégio. Houve uma recepção na casa dos nossos contrários e, como Juscelino era uma pessoa amável, educada e um grande diplomata, conseguiu a simpatia de todo o povo santarritense.

Política, em Santa Rita, confundia-se com a vida pessoal e social dos cidadãos. Estes, por aqui, dividiam-se entre dois partidos: UDN e PSD. Para mim, criada em um meio Udenista, de tanto ouvir os Pessedistas descritos como inimigos, evitava olhar para eles, pois - na minha fantasia infantil - temia que eles me fizessem algum mal. Jovens cujas famílias pertencessem a partidos diferentes, evitavam conviver entre si.

Para quem não viveu a época, é difícil acreditar que houve um tempo em que até casamentos eram influenciados por conveniências políticas. Algumas famílias impediam até que seus filhos se casassem com filhos de pessoas afiliadas ao partido oposto.

Muito mais tarde, já casada, tive o privilégio de conhecer o Sr. Juscelino Kubitschek na casa de João Pinheiro Neto, amigo do meu marido. Confesso que ao receber o convite e, sabendo que lá estaria o ex-presidente, senti-me traindo toda a minha família. Meus temores desva-neceram diante de sua figura carismática. Sentada na mesa ao seu lado, recebi dele tanta atenção, como se eu fosse alguém importante e não uma moça de vinte e poucos anos que, na verdade, pouco sabia de política e nem mesmo sabia muito da vida.

O texto acima foi retirado da obra “Casos e causos - História de gente comum”
de Marly Barbosa Fontes
.

OBS: O paraibano Assis Chateaubriand criou e dirigiu a maior cadeia de imprensa do país, os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal (O Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias revistas infantis e uma editora.

Uma entrevista com o amigo e jornalista Rubens Carvalho

Quando o senhor decidiu trabalhar com comunicação?
Em Santa Rita, no tempo do ginásio, a gente já fazia jornal. Inclusive trabalhei na Rádio Difusora AM, que na época tinha 250 Watts. Até hoje eu gosto muito de música. Eu gostava muito de rock nos anos 60, então gostava muito de rádio. Um dia o Miro me chamou na casa do senhor Rui Brandão pra ver um enrolamento de um som  que ele tinha feito e eu havia levado alguns discos. O Miro ligou o som e a gente colocou os discos pra tocar. Daí o senhor Rui perguntou que músicas eram aquelas. Eu tinha levado discos de Rock, de Twist, de alguns conjuntos daquela época. Eu disse a ele que eram discos de Rock mas que eu gostava também dos clássicos como Glenn Miller e outros músicos. O senhor Rui, naquela época, apresentava mais programas que davam parabéns aos aniversariantes e tocava muitas músicas de raiz. Daí ele perguntou se eu não queria fazer um programa de rádio com as músicas que eu gostava. “Você não quer vir fazer um programa com esses discos que você tem em sua casa? Eu cedo a você uma hora de programa todo sábado” - disse ele. Topei na  hora, porque eu gostava de rádio. Daí, eu convidei o Paulo Renato, convidei o Zé Antônio Viana dias, que foi promotor em Pouso Alegre e um dos diretores da Univás. A gente começou então esse programa e foi o maior sucesso! Chamava “Os brotos comandam”. Pegou fogo na cidade! No sábado a gente ia a pé para a rádio, com um monte de discos debaixo do braço e as pessoas iam pedindo músicas pelo caminho: “Toca aquela nova dos Beatles!”. Quando passaram os seis meses que havíamos combinado, o senhor Rui resolveu dar mais 6 meses pra gente e aumentou o tempo do programa para duas horas. Aliás, ele criou mais um programa pra gente que ia ao ar uma hora antes de “Os brotos comandam”. Daí o Luiz Donato declamava poesia, o José Alfredo dentista lia suas crônicas, a Florinha, filha do Antenorzinho que tinha sido prefeito de Santa Rita, contava fatos interessantes... Isso tornou o programa um grande sucesso. Com o tempo, a rádio começou também a comprar mais discos. Aí o pessoal da ETE, do diretório acadêmico, comprou um horário de três horas que começava depois do nosso. Eles gostavam mais era de Bossa Nova. O senhor Rui começou então a  se interessar por aquilo. Depois, compramos também  um horário, de segunda a  sexta-feira, às seis horas da tarde, antes de começar a voz do Brasil. Chamava “Ritmos do século”. Daí criamos também um programa chamado “Para ouvir depois da aula”. Cada dia era um aluno que fazia a seleção das músicas. Ele escolhia três e queria mostrar o estilo musical dele. Era muito bom e foi um  sucesso. Éramos em nove pessoas. Depois a gente se formou. Eu fui pra São Paulo, o Paulo Renato foi também, o Ciro foi pro Rio de Janeiro, o Petite também  e cada um tomou seu rumo. Uma vez o senhor Rui me disse que fomos nós que os despertamos para explorar o lado comercial da rádio.

O seu gosto pelas músicas de rock causou uma certa estranhesa no senhor Francisco (seu pai), né?

Eu fundei um Clube de Rock aqui! Eu era menor de idade e quiseram até me prender! (risos) Foi em 1959 e deu o maior rolo isso. Escreveram até um artigo no jornal da época dizendo que um bando de jovens estava criando na cidade a falada “Juventude Transviada”.

O senhor participava da lendária “Temporada Lírica”?

O senhor Ciro de Luna ia muito para o Rio de Janeiro e, durante esse tempo, o Cirinho ficava lá e chamava a gente pra tomar uma cerveja. Na época eu era boêmio mas não bebia. 
Uma das edições da lendária "Temporada Lírica"
É verdade que algumas dessas festas demoravam três meses para acabar?

Algumas dessas festas duravam  o inverno todo. Às vezes emendava a semana inteira. Quem ia era o Paulinho Dentista, o Paulo Renato, o Zé Antônio, o Luiz Donato, o Ciro. E a turma ia sempre se renovando. Ia também o senhor Valim, que trabalhava com conserto de rádio.

Uma vez ouvi dizer na cidade que algumas das letras de Roberto Carlos foram compostas pelo senhor Valim. Ele contava isso, mas eu não sei se é verdade. Foi ele quem criou o nome “Temporada Lírica”. Daí nós ficávamos no “Bar do Zé Roberto” conversando e ele passava e perguntava: “Cirinho, quando vai ter a Temporada Lírica?”. Daí o nome pegou!

O senhor é conhecido também pelo depurado gosto por cinema. O senhor prefere cinema americano ou europeu?

Eu prefiro o americano. Mas o cinema europeu também tem uma qualidade impressionante. No meu tempo de moleque eu gostava de Western, mas hoje eu vejo esses filmes mais como curiosidade. Eu gosto muito dos musicais.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Apaixonados por Carros

Chiquinho é empresário, David Kallás é médico e Alessandro Mosca é mecânico. Apesar de seus afazeres serem completamente distintos, existe um detalhe que une a vida destes 3 amigos: eles são completamente apaixonados por carros.
Alessandro conta que realiza restauração de automóveis há mais de 20 anos. Ele começou trabalhando no próprio carro, um Dodge Polara. Mais tarde, transformou o hobbie em profissão e já soma diversos veículos em seu currículo.
Mosca trabalha durante o dia na garagem da casa do Doutor David. Sua missão é reformar 6 carros da marca Alfa Romeo que o médico comprou em péssimo estado. O primeiro carro já está quase pronto, depois de oito meses de trabalho duro. De noite e nos finais de semana, ele trabalha no Puma que chiquinho está reformando.

O primeiro carro

O primeiro carro que Chiquinho decidiu reformar foi um Alfa Romeo Giulia. Um modelo esportivo, ano 67, muito raro no Brasil. O Empresário Abílio Diniz, dono da rede Pão de Açúcar tinha um igualzinho. Ele conta que sempre foi apaixonado por automóveis, mas que foi durante uma exposição em São Lourenço que decidiu restaurar seu primeiro veículo. Sua maior dificuldade era encontrar peças. Demorou dois anos para restaurar desde a funilaria até a mecânica e o estofamento (todo em couro). Quando terminou o Alfa Romeo, Chiquinho vendeu por 15 mil Reais e comprou um Puma Conversível (no osso) e um Fusca 66.
O atual dono do Alfa Romeo mora em Curitiba. Ele comprou o veículo através de um anúncio feito na internet. Chico conta que ele conseguiu vender o carro 15 dias depois de ter sido anunciado e que o comprador precisou ir até a Itália buscar as peças que faltavam para terminar o carro.

Fusca 66

Chico afirmou que esse modelo de Fusca, ainda hoje, causa uma grande procura e que este veículof oi um divisor de águas na história da marca. A partir desse ano, o modelo passou a usar um motor um pouco mais forte e foi a última série em que o veículo era de 6 volts. 

O Puma amarelo modena

O trabalho no Puma já dura dois anos. A cor escolhida para o carro foi Amarelo modena. Falta ainda, para terminar, a restauração da tapeçaria, toda em couro. Segundo Chico, eles aprimoraram o carro para que tenha características dos carros atuais como refrigeração à água, vidro elétrico, trava elétrica e alarme. O motor escolhido foi o do Gol. Considerado como uma espécie de artesão de automóveis, Alessandro está realizando os últimos ajustes para concluir com sucesso mais este gratificante trabalho.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Tonico fala sobre sua vida, sua família e sua arte

 Tonico é um dos maiores músicos que já surgiram em Santa Rita Sapucaí. Muito além disso, ele também pode ser considerado uma das pessoas mais queridas da cidade. Neste mês, ele nos presenteou com uma entrevista onde fala sobre sua música, sua juventude, sobre seu pai e uma de suas grandes paixões: o bloco dos Democráticos. Conheça um pouco de sua vida nesta entrevista concedida a Evandro Carvalho e Carlos Romero.
 O senhor se lembra dos tradicionais bailes do 13 de maio?
Havia sim os tradicionais bailes de 13 de maio. A festa, quando era no domingo, já começava na quinta-feira. Na quinta, tomávamos um chopinho, na sexta-feira a gente fazia uma seresta e, no sábado, havia a grande festa. Toquei muito na Associação José do Patrocínio. Também toquei muito no Centro Operário e nos bailes de carnaval. 

Sua orquestra tinha algum nome?
Nós éramos em sete pessoas. Daí, um de nós sugeriu que colocássemos o nome “Os sete invencíveis”, e este nome ficou. Quando chegávamos na festa, diziam: “Chegaram os sete invencíveis”. (Risos)

Qual era o ritmo preferido?
A gente tocava muito nas décadas de 60 e 70, então eram músicas do Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Tom Jobim, Roberto Carlos. Tocávamos um estilo mais romântico. Lembro-me que gostávamos muito também da Elis (Regina) e de músicas de outros artistas que eram dessa época.

Quais foram suas referências musicais?
Eu gosto muito de Tom Jobim e Elis Regina. Mas quando o assunto é saxofone, eu peguei muitas referências dos “Incríveis”. Eles tinham um saxofonista chamado Manito que era muito bom. Então eu comprava, numa época em que não existia CD ainda, os LP´s dessa banda. Todas as músicas que saiam dos “Incríveis” eu procurava ter, já que eles trabalhavam muito com sax. Era um estilo mais alegre, né?

No Jazz vocês buscavam as improvisações próprias do estilo?
No Jazz a gente improvisava muito no teclado e no sax. Eu tinha um tecladista muito bom, inclusive tocamos muito tempo. Ele fazia ETE aqui em Santa Rita, chamava Cezar. Depois ele foi embora e não o vi mais. Ele era um bom músico e fazíamos muito improviso juntos. Tínhamos também um baixista muito bom que chamava Hélcio. Ele era de São Paulo, veio para Santa Rita, tocou uma temporada boa comigo e depois voltou  para lá. 

Vocês têm algum registro da época?
O que eu mais sinto é que não exista nenhum registro da época. Eu não tenho nada gravado do grupo que tocou comigo. Eu até tenho um CD que gravamos há pouco tempo, mas não com o pessoal que toquei na juventude. Meu arrependimento é porque muitas coisas que eu fazia, eu não consigo fazer mais. Falta pegada, falta fôlego, então não dá. Se tivéssemos gravado, seria uma coisa para mostrar para os filhos, para os netos, mas a gente não ligava muito.
Se o senhor fosse convidado para uma noite dançante, para relembrar os bons tempos, toparia?
Acho que no momento eu não estou preparado para enfrentar uma noite dançante ou um baile. Talvez mais pra frente, com um pouco de treino, exercitando mais um pouco, eu ainda consiga fazer algo assim.

O senhor falou que fazia bailes na Associação José do Patrocínio, mas hoje parece que não tem havido nenhum evento. O que o senhor pensa sobre isso?
Eu acho que a nossa própria sociedade acabou não dando continuação ao que nossos pais construíram. Lembro que nossas famílias se reuniam nos finais de semana para construirem aquele prédio. Não demos prosseguimento ao projeto. Ela poderia estar hoje localizada em um salão maior, com mais estrutura, como uma quadra de basquete ou com mais diversões. Hoje eu não saio, não vou a bailes, por isso não sei se ainda funciona. Mas parece que não funciona mais.

As reuniões da Associação eram somente para festas?
As reuniões não eram só para festas. Eles sempre se reuniam lá para promoverem a melhora da cidade e debaterem questões relacionadas aos sócios.  

A juventude daquele tempo era mais feliz que a juventude de hoje?
Eu acredito que era mais feliz porque parece que havia mais amizade entre as pessoas. A juventude daquela época me parecia ser uma juventude mais inteligente. Me parecia mais culta. A própria música era mais inteligente. Tinha umas letras mais inteligentes, uma melodia boa, então parecia que as pessoas eram mais educadas. Talvez a juventude daquela época fosse mais feliz porque ela viveu um romantismo. Atualmente a música ficou irritante. Uma música que leva à loucura em vez de levar ao romantismo. Ela não favorece um ambiente de amizades. Lembro que nossos amigos sempre pegavam um violãozinho e ficávamos tocando Bossa Nova. Então, a própria música acalmava a gente. Ela não irritava. Ela fazia bem. Os compositores sabiam escolher e criar coisas boas.

A música fez bem pra sua vida? O senhor aconselharia as pessoas a aprenderem a tocar algum instrumento?
Eu aconselharia sim. Para eu que sou pobre, aprender música foi muito bom porque através dela eu abri minha cabeça. Eu consegui ter uma mente mais aberta para enxergar melhor a vida. Eu pude freqüentar alguns tipos de ambientes e conhecer muitos artistas, o que não aconteceria se não fosse através dela. A música fez também com que eu evitasse partir em direção a coisas erradas. Eu convivi na minha juventude num meio muito bom. Eu acho que se as crianças de hoje pudessem estudar música, seja qual for o tipo de instrumento, teriam uma grande ajuda na educação. Até hoje ela me faz muito bem. Às vezes eu estou em casa, meio chateado com alguma coisa, daí eu pego o saxofone e começo a tocar e me sinto aliviado. Isso me causa um grande bem. Pra mim, toda pessoa que gosta de música é feliz.

Gostaríamos que o senhor falasse um pouco de seu pai. (Sebastião, conhecido como Pica)
Meu pai foi um homem muito honesto, muito direito, e que gostava muito de música. Eu herdei a música do meu pai. Ele tinha uma paixão por música que era uma coisa louca. Quando eu comecei a tocar e a tirar algumas canções, meu pai ouvia e até chorava. Ele foi um homem que deixou, não só pra mim, como também para os meus irmãos, uma lição de vida inesquecível. Depois de Deus, meu pai foi um dos melhores presentes que tive. Ele era uma pessoa muito querida na cidade e nunca teve maldade com ninguém. Ele deixou isso para nós. Quando eu comecei a tocar, a pessoas perguntavam “Você é filho de quem?” Quando eu dizia, eles respondiam: “Vem cá, deixa eu lhe dar um abraço!”. E diziam: “Seu pai é meu grande amigo! Sempre que ele vendia amendoim, dava um saquinho pro meu filho!” Então ele deixou pra nós uma coisa muito boa. Depois de Deus vem meu pai.
O senhor é o intérprete do hino do bloco dos Democráticos?
Sou sim! Até não era pra ser eu o cantor não, o tecladista que seria o cantor. Acontece que depois que estava tudo pronto, havíamos feito o ensaio todo, mas quando ele foi cantar não deu aquela vida na música. Daí eles me disseram: “Olha Tonico, canta você mesmo porque você faz parte do bloco, você é Democrático e vai dar mais vida à música!” Daí eu disse que não era cantor, que apenas tocava saxofone. Mas eles insistiram. Até que chegou o Luiz Carlos e falou: “Faz você mesmo que vai dar tudo certinho.” Então eu pedi pra beber um copo de água pra relaxar um pouco a garganta e acabei cantando a música toda. Por ser dos Democráticos eu vibrei muito na hora de cantar a música e acabou dando tudo certo. Parece que muita gente não sabe que a voz é minha, mas foi muito bom ter cantado naquele dia.  

Como é que o senhor vê a situação dos Democráticos atualmente?
Acho que falta aos mais novos terem mais interesse, porque uma parte da velha guarda já faleceu, outros já estão um pouco mais velhos. É preciso que os jovens do bloco se entusiasmem, se animem mais, para eles fazerem o bloco voltar a ser aquela explosão quem sempre foi. Pra mim, ele é uma das sete maravilhas do mundo!

O que o senhor acha dos desfiles serem na avenida?
Eu vou dar a minha opinião. Por ser da velha guarda, eu não troco o morro por nada! Eu não sou contra quem gosta dos desfiles na avenida, mas o Democráticos só faz sentido descendo esse morro! A gente treme, a gente arrepia! Eu gosto do morro. Aquela descida não tem preço!

Coca-Cola oferece salários de até cinco mil reais

Os profissionais formados em Engenharia, Administração, Publicidade e Propaganda, Direito, Contabilidade, Comércio Exterior, Economia e Estatística terão a oportunidade de trabalhar em uma das melhores empresas do mundo. A Coca-cola acaba de iniciar seu programa de Trainees em que os selecionados deverão desenvolver um projeto com proposta na área de negócios, dentro dos 18 meses em que trabalharão em suas unidades situadas em Belo Horizonte, Jundiaí e São Paulo. Os participantes terão salário de 5 mil Reais.
O processo de seleção:
Prazo de inscrição: Até 7 de novembro pelo site da recrutadora.
Início do trabalho: Fevereiro de 2011.
Vagas: 17.
Remuneração: Entre 4 mil reais e 5 mil reais.
Carreiras: Administração, comércio exterior, comunicação social, contabilidade, economia, direito, engenharia, estatística, publicidade e propaganda, propaganda e marketing.
Graduados: De dezembro de 2007 a dezembro de 2010.
Local de trabalho: São Paulo (SP), Jundiaí (SP) e Belo Horizonte (MG).
Etapas do processo de seleção: Inscrições, testes online, dinâmica de grupo, entrevistas individuais e painel de negócios.
Requisitos: Inglês fluente, bons conhecimentos de espanhol e disponibilidade para viagens. Vivência no exterior é um diferencial.
Benefícios: Assistência médica, participação nos resultados, seguro de vida, ticket restaurante ou restaurante no local, vale-alimentação, vale-transporte, convênio farmácia e cooperativa de crédito.
Ambiente e amenidades: Academia de ginástica no prédio.
Como é o programa: Os trainees participarão de um projeto de integração, treinamentos em diferentes áreas da empresa: comercial, finanças, industrial, logística, marketing, suprimentos e recursos humanos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Faltam apenas 106 habitantes para que Santa Rita receba um aumento de 1 milhão/ano em repasse.

Faltam 106 pessoas relacionadas nas pesquisas do Senso Demográfico para que Santa Rita do Sapucaí atinja um novo patamar em sua escala de habitantes e receba no aumento no repasse governamental. 
Se o Senso constatar que nossa população é superior a 37.200 habitantes, receberemos mais de 1 milhão de Reais a mais do Governo por ano. Até o momento,  os números atuais apontam que o município possui 37.094, até o momento. Caso a pesquisa aponte que a cidade possui uma população superior a 40 mil habitantes, teremos direito a uma unidade do Corpo de Bombeiros.
É preciso que a população se sensibilize e ajude o Senso a descobrir quais são os lares ainda não visitados para que o trabalho beneficie o município. Vale ressaltar que tal pesquisa não é feita por amostragem e deve cobrir toda a cidade.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Inatel trará peça infantil gratuita a Santa Rita

No dia 22 de outubro, às 19 horas, acontecerá um espetáculo da Cia Circo de Bonecos intitulada "Circo dos Bonecos". O evento, promovido pelo Inatel, terá entrada franca. O acesso ao teatro será liberado aos visitantes por ordem de chegada, por isso é bom chegar com cerca de 30 minutos de antecedência ao Teatro Inatel. O ambiente possui 806 lugares e mais 14 espaços para cadeirantes. Não perca oportunidade de levar o seu filho e seu divertir muito nesse grande espetáculo!

Santa Rita ocupa o 27º lugar em número de demissões no país

O governo divulgou no dia 19 de outubro (terça) um relatório das cidades que mais contrataram ou demitiram funcionários em setembro no Brasil. Dentre os 50 municípios que perderam mais frentes de trabalho, Santa Rita do Sapucaí aparece em destaque, em 27º lugar. Segundo a pesquisa, as empresas do município realizaram 236 demissões no período.

Veja o relatório:
Clique para ver o relatório.

Quer ganhar ótimos livros grátis?

Para ganhar livros gratis, entre nesse site do Banco Itaú e faça o cadastro.

Eles enviam um kit de 4 livros por pessoa.

Clique aqui para acessar o site do Banco Itaú

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ivonilton, uma Vida em Grande Estilo

Se pudéssemos definir o professor de português, matemática e inglês, Ivonilton Pivoto em uma só palavra, provavelmente ela seria “estilo”. Através de suas roupas, este santarritense de 36 anos imprime toda a sua personalidade e elegância de uma maneira tal a tornar-se inesquecível. Nesta edição do Empório, Ivonilton conta um pouco de sua vida, suas predileções e seu jeito de ser. Adentre a vida nada convencional deste assíduo frequentador das grandes festas e eventos de nosso país. 
Ivonilton considera suas produções uma forma de manifestação artística. Toda a combinação de peças, adereços e cores fornecem a ele a mensagem a ser transmitida de acordo com sua intenção. Segundo conta, as roupas falam, eliminam as barreiras entre ele e o mundo, criam novas possibilidades. Sua busca está na harmonia do visual e na boa combinação de acessórios. Do sapato, passando pela peruca e pelo chapéu, sua intenção é a combinação perfeita para causar uma ótima impressão nas pessoas. Ele geralmente acerta. Quando chega aos eventos, muitos flashs iluminam os espaços em que ocupa.
Ivonilton conta que está fazendo jubileu de prata em suas produções. Suas caracterizações eram mais simples no início e passaram a ter uma maior ousadia com o passar dos anos. Em um dos eventos, por exemplo, Ivonilton caracterizou-se com asas negras que, abertas, tinham aproximadamente três metros de comprimento de uma ponta à outra. Na sua opinião, de uns tempos pra cá, a cidade passou a oferecer eventos mais sofisticados e novas possibilidades de criação. Também ressalta que a festa à fantasia é um prato cheio para soltar sua imaginação. Seu segredo é não se vestir de personalidades ou objetos, mas criar a própria fantasia para ter a absoluta certeza de que ninguém irá se vestir igual.
Sua inspiração são os eventos, independentemente da festa. Ivonilton procura criar uma composição nova de acordo com a temática. Para ele, cada evento tem sua data, local e horário que definirão a forma como ele irá se vestir. Quanto maior o luxo do evento mais luxuosa é sua roupa. Tudo deve ser levado em consideração quando o assunto é moda.
Afim de que haja sempre bom gosto e elegância em suas expressões, Ivonilton gasta até oito horas para se vestir. Na última festa à fantasia ele iniciou sua preparação às seis horas da tarde e só saiu de casa, já pronto, às duas da manhã, quando solicitou um táxi para levá-lo ao evento.

Há 25 anos ininterruptos, Ivonilton nunca perdeu uma festa na cidade. Ele diz que sempre tem alguém que, por um motivo ou por outro, acabou perdendo alguma festa. Não foi o seu caso. Sua assiduidade foi impressionante em todos esses anos. Além disso, esteve em diversos eventos fora da cidade como: Eco 92 (o único participante santarritense), o show dos Rolling Stones, desfiles de carnaval no Rio de Janeiro (ele já esteve 10 vezes lá), o Balé Bolshoi, duas edições do Rock in Rio, dez reveillon´s consecutivos em Copacabana e outros diversos tipos de eventos.

Quando nós tivemos um jejum de muitos anos nos desfiles de carnaval em Santa Rita, Ivonilton passou a frequentar o carnaval do Rio de Janeiro. Mas ele nunca perde os desfiles do seu bloco do coração, o Ride Palhaço. Em 2008 foi ao Rio para ver o desfile das campeãs. "O carnaval do Rio é o maior show do mundo e não existe nenhum espetáculo na terra que se compare. É a maior manifestação artística e popular do mundo”, ressalta

Quando o figurino pede algo mais formal, Ivonilton procura obedecer às convenções mas ousar nos detalhes. Ele diz que não se sente à vontade em vestir-se como um pinguim em bailes de formatura. Ele busca destacar-se da multidão para não ser mais um e ser notado em meio àquela massa homogênea. Seu  segredo é usar a base “Black tie” mas sobressair ao estilo formal através da variação de acessórios. Em um dos eventos, eles lançou mão de um cachecol totalmente trabalhado, que ia até os pés. Isso trouxe elegância e destaque ao visual que vestia, tornando-se chique pela diferença.

Ivonilton busca a elegância acima de tudo. Não quer quebrar paradigmas. O rapaz preocupa-se muito com o conjunto. Sua palavra de ordem é “elegância” e sua proposta é buscar o destaque através do bom gosto.

Rua Cel. Antônio Moreira, o morro do Zé da Silva.

 Uma das vias mais movimentadas e antigas da cidade, a rua Cel. Antônio Moreira da Costa, sempre contou com importantes estabelecimentos comerciais. No passado, o Sr. Adelino Carneiro Pinto,  ali morou e trabalhou em sua farmácia, conquistando a admiração de todos por sua generosidade para com os necessitados. Na casa ao lado, morava o Sr. José Ribeiro da Silva, que também era proprietário de uma bem sortida casa de artigos para fazenda, ferragens, louças, armarinhos e presentes. Outro ponto comercial muito concorrido nesta tradicional rua de nossa cidade era o Empório Brusamolin, do saudoso José Padóia e que funciona até hoje. Podemos encontrar também a Farmácia Nossa Senhora Aparecida, fundada por Astolfo Lemos Carneiro e que também funciona até os dias de hoje. A Casa Paroquial, é outro prédio muito importante desta via pública, uma vez que abrigou diversos padres e trabalhadores há muitas décadas.

Dentre todos esses atrativos que eternizaram esta rua durante tanto anos, o  ponto alto é, sem dúvida, quando chega o carnaval. Os blocos mais tradicionais da cidade, Ride Palhaço e Democráticos escolheram começar dali seus espetáculos, tornando o ambiente muito especial.

Atualmente, encontramos nesta rua muitos outros estabelecimentos. Um deles é a oficina de Luiz Carlos Lemos Carneiro que abriga também o mais completo acervo de fotografias históricas da cidade. São dezenas de fotos expostas nas paredes da oficina, que podem ser visitadas a qualquer momento.

Há algum tempo, instalaram-se por ali também outros pontos comerciais muito especiais como: a Pizzaria Na Lenha (Antiga Prefeitura),o Bar do Adjair e a Loja Minas Brasil.

O nome da rua deve-se a uma justa homenagem ao benfeitor Antônio Moreira, que tantas obras  proporcionou ao nosso município.

domingo, 17 de outubro de 2010

Vítimas são agredidas a coronhadas e socos durante assalto em Minas

SÃO PAULO - Dois funcionários de uma empresa de produtos alimentícios foram assaltados na noite de sexta-feira no bairro Pedro Sancho, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. Segundo a Polícia Militar, dois homens armados anunciaram o assalto quando um dos funcionários desceu do caminhão da empresa.
Os assaltantes levaram dois celulares, cerca de R$ 3,9 mil em dinheiro e alguns cheques nominais da empresa. Os dois funcionários foram agredidos com coronhadas e socos. Eles foram atendidos no Pronto Atendimento da cidade e depois liberados. Por enquanto ninguém foi preso. 
 Fonte: Site do Jornal "O Globo".

sábado, 16 de outubro de 2010

O Pelicano e a Maçonaria

Sempre tive curiosidade em saber o significado daquele pelicano que fica exposto bem no alto do antigo prédio da Maçonaria. Por isso, resolvi pesquisar o motivo daquele símbolo.

Examinando as páginas do Grande Dicionário Enciclopédico da Maçonaria de Nicola Aslan, vamos encontrar a seguinte descrição sobre o Pelicano: “símbolo maçônico representado pelo pelicano derramando sangue pelos seus filhotes.

Os místicos aplicaram, porém, outro significado, considerando o pelicano como símbolo do próprio sacrifício, indicando que, na medida em que damos, nossas posses, as nossas aquisições intelectuais, as nossas habilidades, alimentamos a nossa vida, desenvolvemos o nosso caráter e a nossa personalidade. À medida que os anos passam, o nosso sacrifício se reflete em boas ações que perduram além da nossa vida, como que lembrando os sacrifícios que fizemos.

No simbolismo maçônico, o Pelicano é o emblema mais característico da caridade. É como tirar de suas entranhas o alimento de seus filhotes. Muitos vêem no Pelicano o mais lindo símbolo do amor materno.

Na verdade, o pelicano possui uma espécie de bolsa, logo depois do bico, descendo para o papo. E, na forma de regurgitação, deposita ali os alimentos para os filhos. Quando necessitava de comida, enfiava o bico pela bolsa e retirava o alimento que ali estava, servindo assim seus próprios filhos. Os estudiosos da época acreditavam que o pelicano arrancava parte do próprio corpo para alimentar a prole.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Grande Tiãozinho

Quem não conhece o Tiãozinho? Uma pessoa simples e querida da cidade que está sempre de bem com a vida, cheio de histórias pra contar. Nesta edição, conheceremos um pouco de sua vida. Como no dia em que passou uma descompostura no então presidente Fernando Collor de Melo, acreditando que se tratava de um trote telefônico. Segure-se, nossa viagem acaba de começar.
Sebastião de Cássio Souza é o verdadeiro nome de Tiãzinho. Um jovem senhor de 42 anos, muito querido pelos santarritenses. Tiãozinho nasceu em Cachoeirinha, na fazenda de José Rennó. Quando veio para Santa Rita, iniciou seus estudos na Escola Estadual Dr. Delfim Moreira, conhecida como o grupão. Sua primeira professora chamava-se Conceição. Algum tempo depois, começou a trabalhar na APAE. Sua função era desempenhar serviços de cobrança, trabalhos bancários e outras atribuições burocráticas.

Uma das histórias mais interessantes da vida de Tiãozinho aconteceu no natal de 1990. Nessa época, quando o morava na casa de Dona Baget, o rapazinho atendeu o telefone como sempre fazia e ouviu a seguinte mensagem: “Boa noite, eu gostaria de falar com o Ministro José Francisco Rezeck. Aqui quem fala é o Presidente Fernando Collor de Melo.” De bate-pronto, o representante máximo do Brasil naquele momento ouviu a seguinte resposta de Tiãozinho: “Que Fernando Collor da onde? Vai passar trote em sua mãe!” Acontece que o então ministro das relações exteriores estava mesmo passando uns dias ali e o homem que pediu para falar com ele era mesmo o Collor. Um momento que ficou para a posteridade.

Atualmente, Tiãozinho é um dos músicos da banda de música de nossa cidade. Ele aprendeu a tocar com o maestro Adail e já passou pelo tarol, surdo e prato. Ele toca bumbo.

Neste ano, nosso amigo está muito empolgado para desfilar no carnaval e decidiu fazer parte do Bloco das Piranhas que acontece, há muitos anos, toda segunda-feira de carnaval. Sua fantasia já está confeccionada: ele sairá de nenenzinho.

Tiãozinho mora hoje na rua do Gouveia. Antes, ele passou por diversas casas e é muito agradecido pelos amigos que o acolheram até que encontrasse sua morada definitiva.

Cartas de Glorinha - 18 de dezembro de 1930.

Santa Rita do Sapucaí, 18 de dezembro de 1930.

Quinzote, meu bem.

Recebi as revistas e muito lhe agradeço. Só senti não ter nem uma linha sua dentro das mesmas. O que é isso, Quinzote? Não tem mais tempo de me escrever? As ocupações tomam-lhe todo o tempo ao ponto de não ter nem um minutinho de folga para conversar com sua noivinha, ou os meus “testamentos” já o estão aborrecendo? Fico tão contente, meu caro Quinzote, quando recebo uma cartinha sua e desta vez está se fazendo de muito rogado, quase não me escreve. Tenho tanta saudade de você e tanta vontade de o ver outra vez. Bem Quizote, deixemos de reclamações, que o “aborrecem mais ainda” e vamos falar das “grandes” novidades da terra. Felizmente, em casa todos passam bem. Tenho visto sempre os vossos sobrinhos e por eles sei que seus pais e irmãos passam bem. A novidade da cidade é o festival no “Teatro Santa Rita” em benefício dos órfãos da revolução, amanhã, dia 19. Aqui tem chovido demais nesses últimos dias e a enchente já está bem alta. A vargem, aqui nos fundos de casa, já está cheinha, está linda devidos aos chorões muito verdes que se refletem na água. Os trens da Rede têm chegado com grande atraso. Segue hoje também o “Santa Rita Jornal” desta semana. Não lhe enviarei o da semana passada porque titia Mindoca, que não assina esse jornal, pediu-me para mandar à Sinhá. Fui à tipografia ver se arranjava outro, mas já tinha acabado. Meu Quinzote querido, perdoe-me se o ofendi ou aborreci nesta carta com as minha “reclamações”. Estou tão triste hoje, sem notícias suas há tantos dias. Não faça assim não, escreva-me sempre, sim, meu caro noivinho? Saudades da mamãe e das crianças e abraços saudosos de suas noiva sincera e que tanto o estima. Glorinha

Conheça a Associação "Movimento para a Vida"

 A Associação “Movimento para a Vida” é uma instituição sem fins lucrativos, sem vínculos religiosos e sem conotação política, destinada a atender e a apoiar pacientes portadores de câncer, carentes de recursos. A instituição foi criada em 17 de março de 2000, pela iniciativa de Marilda Santos Pereira, Dra. Silvia Helena, Lúcia Costa e Dra. Maria José. A idéia surgiu quando Marilda sentiu na pele as dificuldades encontradas no atendimento público, momento em que seu irmão ficou doente. Marilda teve contato em Varginha, com a Associação “Vida Viva”, que dá assistência voluntária aos portadores de câncer e deci-iu criar um movimento parecido por aqui. O grupo buscou, então, a ajuda da comunidade local para a criação da Associação.

Serviços Prestados

Como os medicamentos são caros, a maioria deles não é fornecida pela saúde pública. Desta forma, a associação trabalha no sentido de ajudar na compra. O grupo também auxilia no transporte dos pacientes, quando necessário, na cidade, zona rural e em outras cidades para tratamento de quimioterapia, radioterapia, cirurgia, dentre outras necessidades. Durante as viagens, é distribuído o “Vale alimentação” para que a pessoa não passe por dificuldades. São oferecidos também serviços de enfermagem/médico na residência do paciente incapacitado de locomoção. Outro benefício muito importante que a associação passou a oferecer foi o contato direto com os órgãos da saúde pública (municipal, estadual e interestadual) para agilizar na realização do tratamento, visto que, antes da existência da AMPV, este serviço era muito demorado.

Recursos Disponíveis

A AMPV sobrevive através do repasse de uma verba mensal doada pela prefeitura Municipal de Santa Rita do Sapucaí, através da doação de voluntários, com valores variados e de eventos realizados no decorrer do ano, tais como: chás, bailes, barraca na festa da cidade e bazar permanente com artigos oriundos de doações.

Como ajudar

A associação aceita doações de qualquer natureza em sua atual sede, localizada à rua Padre Vitor, 68. Os interessados também podem entrar em contato através do número: (35) 3471 4366.

Carvalho Eduardo e sua pluralidade de idéias

 Carvalho Eduardo Marcelino é angolano e vive há mais de 10 anos em Santa Rita do Sapucaí. Nascido na década de 60, em um território mergulhado em conflitos, durante muitos anos, viu de perto uma intensa guerra contra a ocupação portuguesa e passou a juventude toda sem conhecer um dia de paz. Mais tarde, participou como oficial da Marinha na guerra angolana e conheceu diversos países europeus e africanos, antes de aventurar-se em terras brasileiras. Carvalho, hoje, é formado em eletrotécnica e pedagogia e trabalha na coordenação de projetos empresariais da Incubadora Municipal de Empresas. Nas próximas linhas, você conhecerá um pouco de sua idéias em uma entrevista concedida a Evandro Carvalho

Evandro Carvalho: Angola, sua pátria,  atinge hoje uma inacreditável taxa de crescimento econômico anual de 24%. A que fatores o Sr. atribui este crescimento?


Carvalho Eduardo: O primeiro fator deve-se a uma consciência coletiva de que a Angola ter passado pelo sofrimento de longos anos de guerra, com tamanha distruição, não valeu a pena. Só beneficiou os mentores e os lobos internacionais. Mas, com isso, o povo passou a enxergar que é necessário viver o aqui e o agora, a buscar sua própria identidade, as soluções próprias, sem depender muito da interfe-rência externa. O segundo é que o país é rico em recursos naturais. A exploração do petróleo chegou a dois milhões de barris/dia e os diamantes são explorados em grande quantidade e qualidade. O terceiro fator é a capacidade do angolano em lidar com as diferenças étnicas. O quarto fator é o clima político favorável aos interesses nacionais e internacionais e à pluralidade de idéias. Por último, deve-se ao controle da moeda nacional e à confiança a médio e longo prazo dos investidores.

Evandro Carvalho:  O regime  democrático com um presidente oriundo de uma ditadura de esquerda é responsável por este crescimento?

Carvalho Eduardo: A responsabilidade pelo crescimento não se personifica na pessoa do senhor presidente mas na inteligência coletiva nacional, apesar de ele ser o timoneiro desse barco. O presidente José Eduardo dos Santos tem conduzido sabiamente os interesses da nação. Os seus investimentos em Angola estão nos dando confiança de que a nossa casa merece o melhor de nossos esforços.

Evandro Carvalho: O fim do regime comunista em Angola aumentou a qualidade de vida da população angolana?


Carvalho Eduardo: A Angola, apesar de ter tido orientação socialista, não chegou a atingir o status de um país comunista. Vivíamos num período de transição, antes mesmo do comunismo entrar em colapso em 1989. Saímos de uma economia centralizada para uma de mercado,  em 1985, mas não tenho elementos ainda para dizer se houve uma melhora na qualidade de vida. No regime socialista, muitos angolanos analfabetos tiveram o acesso à escola, à saúde e ao trabalho. Poderemos fazer uma avaliação futura do período de colonização, da independência e da guerra no país.

Evandro Carvalho: Karl Marx enxergou no fim do túnel do comunismo a própria ruína do capitalismo. Marx estava certo ou estava errado? O que o Sr. pensa desta teoria?


Carvalho Eduardo:  Não estudei este conteúdo com profundidade, por isso é prematuro dar uma idéia segura a respeito. Mas o que tenho conhecimento é de que o mundo é dinâmico e a falência do capitalismo está ocorrendo no sentido de buscarmos um novo paradigma global de economia e de política. O novo foco é a China, que soube associar o contexto nacional a uma economia liberal e a um regime socialista. Karl Marx estudou as relações capitais de trabalho. Creio eu que ele tenha encontrado a sentença do capitalismo, na impossibilidade de lidar com o mesmo.

Evandro Carvalho: A própria ONU é um ensaio de um governo mundial. Hoje, muitos blocos - especialmente organizados na perspectiva econômica - dão novas fronteiras para a organização geopolítica internacional. Estamos assistindo à derrocada do estado?

Carvalho Eduardo: A ONU foi criada em um contexto difícil. O mundo passava pelo poder dos que se vangloriavam em ter domínio das tecnologias e da idéia da superioridade das raças. Desta forma, ela foi criada no sentido de traçar entendimento global entre as nações. Houve favoritismo aos países envolvidos intensamente nesses conflitos e a alguns economicamente seguros. O conflito de ideologia tendia a dividir o mundo em capitalista e socialista. Com o fim da União Soviética, os países tiveram que tomar uma postura regional e internacional. Desta forma, o que está ocorrendo não é uma falência do estado, mas o surgimento de um modelo novo, já que perdemos os pólos que conduziam e ditavam a ordem econômica, política e social do mundo.

Evandro Carvalho: Você considera os avanços do governo Lula suscetíveis a uma reorientação - sobretudo na economia - ou o país está no caminho certo?

Carvalho Eduardo: Os cenários futuros irão ditar quais são as necessidades a serem supridas. Eu não enxergo os modelos atuais como o projeto do presidente Lula como uma continuação do projeto do ex-presidente Fernando Collor de Melo, quando ele chamou de carroças os carros que circulavam em território nacional. O exemplo ele deu em não permitir que o processo democrático parasse, fazendo com que renunciasse da presidência todos os recursos de que dispunha para que o país voltasse à ditadura. Espero que os próximos governantes enxerguem esse caminho seguro que o Brasil conquistou.

Evandro Carvalho: Hugo Chavez é tido como uma nova ameaça à dita tranquilidade da América Latina. Você o considera caudilho ou defensor legítimo de um país sabidamente prejudicado em décadas de exploração do petróleo?


Carvalho Eduardo: Não considero uma ameaça, mas uma força diferenciada ao que estamos acostumados a vivenciar no cenário mundial de dominadores. O petróleo o coloca sempre no foco das tensões entre diversas nações, agravado, às vezes, por alguns exageros que ele come-te na tentativa de se perpetuar no poder. Mas ele sabe que sozinho não conseguiria e então conta com a força do povo. O escritor americano James Baldwin coloca o seguinte: “as pessoas somente aceitarão na vida do outro aquilo que estiverem preparadas para aceitar nas próprias vidas”.

Evandro Carvalho: O que o Sr. pensa sobre a social-democracia do Brasil?


Carvalho Eduardo: Ela está caminhando com passos seguros. Vemos idéias sendo debatidas publicamente, o que não ocorria há 20 anos atrás.

Evandro Carvalho: O Sr. gostaria de voltar para a Angola? Você se considera mais brasileiro ou mais angolano?


Carvalho Eduardo: Voltar para a Angola é uma questão de tempo. Eu não me considero mais angolano ou mais brasileiro. Eu sou um angolano legítimo, com todos os porquês.

Evandro Carvalho: Qual é a sua opção partidária?

Carvalho Eduardo: Eu aprecio a pluralidade das idéias. A vida me ensinou a viver com as diferenças. Dizia o presidente Angolano Agostinho Neto que “nos basta ser justo e puro”. É necessário que a justiça e a pureza existam dentro de nós.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Antônio Teles, a Rua da Pedra.


A rua Antônio Teles era a principal via de acesso a Careaçu e Bela Vista. Do lado direito de quem vai para a rádio D2 FM despontava uma enorme pedra que atravessa grande parte da cidade, de forma subterrânea, passando pelo morro do cruzeiro. Quando foi construído o Edifício Mendonça, foram danificadas diversas brocas para cortá-la pois a famosa pedra que tem início na rua da pedra chega até mesmo  ao bairro Vista Alegre. Como, no passado, as mercadorias precisavam ser transportadas através daquele caminho, existia uma passagem por entre as rochas. Sendo assim, sempre que perguntavam por onde o viajante passaria para retornar ao seu local de origem, ele respondia: “pela rua da pedra”. Tempos depois, foi necessário dinamitar a rocha para que o caminho fosse ampliado, mas o apelido resistiu ao tempo. Um dado interessante sobre a tal rocha é que uma pequena parte dela ainda é possível ser observada nas proximidades da praça Francisco Falcão, despontando no cimento que reveste a calçada. Com o passar dos anos, a rua passou a ser ponto de referência para o comércio da cidade. José Soares Brandão era dono de uma conceituada loja de produtos para corte e costura, no pavimento térreo da casa onde vive hoje o Claytão. Os estabelecimentos que mais resistiram ao tempo foram o armazém do Matheus Romero - hoje Supermercado Romerão - e o Empório do Senhor Manoel Barata Antunes, que também enviava, semanalmente, um caminhão repleto de galinhas para o Rio de Janeiro, saindo de seu depósito, localizado nos fundos de sua casa, na mesma rua. O albergue da cidade também era localizado na Antônio Teles. Com o tempo, ele foi transferido para o início da mesma rua e funciona até hoje.

Um monumento aos expedicionários

 O obelisco erigido em homenagem aos expedicionários santa-ritenses na segunda guerra mundial, era um mo-numento que ficava localizado à Praça Santa Rita. O que muita gente não sabe é o motivo que levou os governantes municipais a transportá-lo à Praça Urbana Carolina, também conhecida como Praça do Murilo.
Pesquisando sobre esse fato com algumas pessoas da cidade, descobrimos que a mudança foi realizada como uma forma de homenagem ao ex-prefeito Capitão Paulo. Como ele morava em frente à praça, que também tinha o nome de sua mãe, a câmara municipal decidiu levar para lá o monumento para que ela pudesse ter mais um atrativo e, ao mesmo tempo, homenageasse o estimado expedicionário.

O Jardim do Hospital

Muitas pessoas ainda não se deram conta, mas o hospital “Antônio Moreira da Costa” possui um dos jardins mais bonitos da cidade. Sempre que posso, procuro caminhar pelo acesso à sua entrada principal para admirar aquele espaço tão bem cuidado, com árvores tão diferentes que é possível encontrar por lá. Uma dessas árvores tem um formato muito interessante. A impressão que dá é que ela foi dividida ao meio e que seu tronco se contorceu em busca do sol ou por conta da idade. 
O que causa maior bem-estar a quem faz aquele trajeto é a sensação de contato com a natureza, o efeito direto da sombra das árvores em um ambiente urbano e a certeza de que um cenário assim, envolvendo uma casa de reabilitação, só pode ter sido uma ótima idéia.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Uma escalada jornalística na torre da matriz

É assim que a torre da Matriz "enxerga" a Praça Santa Rita.
Um dos lugares mais curiosos de Santa Rita do Sapucaí é a torre da igreja matriz. Quem olha com atenção sua arquitetura pode perceber a perfeição e a engenhosidade de sua construção. Nem sempre foi assim. No início, a igreja não tinha a segunda etapa da torre. Era idêntica à igreja de Santa Mariana, no Paraná. Dizem que a planta utilizada foi a mesma, já que alguns cafeicultores santarritenses tinham propriedades por lá. Não sabemos se esta história é verdadeira mas, se esses dados estiverem corretos, a construção abaixo  mostra como era a matriz quando foi erigida.
A Igreja de Santa Mariana seria uma cópia da primeira versão de nossa Matriz, antes da reforma.
A nova torre da igreja matriz

Cyro de Luna Dias conta em sua obra “Crônica das casas demolidas” como foram os preparativos para o projeto da nova torre: “Quando o construtor David desenrolou naquela sala a planta da elegante torre da matriz e Francisco Moreira - moço ainda - disse: "é uma beleza"; deu uma sentença que transportou o desenho para o azul do céu santarritense.”

A reforma da torre
Encaixotando a igreja para mandar para Pouso Alegre?
Em 1936, a igreja passou por reformas. Para trabalhar na torre, “Joãzinho construtor”, que morria de medo de altura, construiu um andaime todo fechado por tábuas. Logo surgiram as piadinhas: estariam encaixotando a igreja para enviar pra Pouso Alegre? Esse era o assunto do momento em uma cidade onde tudo virava boas histórias.

O Relógio
Um dos quatro mostradores, vistos do interior da torre.
O Cônego José Augusto de Carvalho, conhecido como Padre Carvalhinho, também conta em seu livro “Trem de manobra” como foi a instalação do relógio da igreja: “Na festa de Santa Rita de 1940, inauguramos a grande reforma da matriz, quando benzi e pus a funcionar o Relógio Michelin & Michelini que resiste até hoje e que foi resultado do trabalho do Dr. Elpídio Costa, de saudosa memória”.
Reinaldo Adami conta que, durante a instalação do relógio, como os vizinhos pediam para que o mostrador fosse também direcionado para o lado de suas casas, tiveram que encontrar uma maneira de aplicá-lo nas 4 faces da torre.
As engrenagens que compõe o relógio Michelin & Michelini.
Outra história interessante também aconteceu quando o relógio parou de funcionar devido ao desgaste natural das molas e engrenagens. Para executar a difícil tarefa foi escalado Valentin Volpato: um morador da cidade que havia trabalhado na Suíça com consertos de relógios e engrenagens. Segundo conta Reinaldo Adami, Valentino recriou as peças danificadas em sua oficina e colocou o relógio novamente para funcionar.
O bonito vitral de nossa Matriz, visto por dentro.
Os sinos
O sino maior de nossa Igreja.
Não temos informação sobre a origem dos sinos. São três, ao todo. Um de grande porte, utilizado comumente nas badaladas de mudança de hora e dois menores, utilizados quando é preciso haver uma alteração no tom ou dar uma maior complexidade na produção dos sons.
Os dois sinos menores são responsáveis pela variação dos tons.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Metamorfose em Santa Rita do Sapucaí

Veja o depoimento do cantor Nelson Silva e conheça a incrível metamorfose ocorrida em sua carreira, ao chegar em Santa Rita do Sapucaí.
 Até hoje nenhum ser humano, conseguiu me explicar o que aconteceu quando cheguei à Santa Rita em 1976. Até então, ninguém havia me achado parecido com o cantor Roberto Carlos. Interessante que eu me olhava no espelho e não achava nenhuma semelhança. Por isso, resolvi tirar uma foto com um fotógrafo local e qual foi a minha surpresa quando ele mesmo, rindo, me falou: “Olha, eu só acho que é você, por que fui eu que tirei essa foto”. A semelhança era realmente grande. 
A segunda metamorfose ocorreu em 1977, quando eu voltava à  cidade. Minha voz começou a ficar parecida com a do cantor Roberto Carlos, a ponto de termos o mesmo timbre e tom de voz. E foi num Show, na festa de Santa Rita, que começou a minha carreira artística.
Responsável, o filho do dono do Hotel Pousada, festeiro e vereador da cidade na época, ficava me ouvindo cantar do lado de fora do meu apartamento na pousada. Um dia ele bateu na porta e fez o convite.

Embora cantasse apenas uma música, “Os seus botões” do cantor Roberto Carlos, já tinha menina desmaiando, antes mesmo de eu começar a cantar. Foi nessa festa que conheci Roberto Colossi, empresário do Wanderlei Cardoso e do Jô Soares. Através dele, cheguei ao pai do Cazuza, João Araújo, começando assim minha carreira artística.
Agora, estou lançando um DVD sobre a minha carreira e preciso de alguns nomes. Já consegui o telefone do fotógrafo. Agora é muito importante que me ajudem a encontrar o vereador do município de Santa Rita do Sapucaí, no ano de 1977, que era gerente, e acho que também filho do dono do Hotel Pousada. Foi ele, como festeiro da Festa de Santa Rita, que me convidou para participar do Show, na praça principal da cidade, onde estaria presente o cantor Wanderlei Cardoso.

Trabalhe na HELIBRÁS

Única fabricante no Brasil, a Helibras quer ter mais estagiários de Engenharia Elétrica e Administração e ainda oferece programa trainee.  Saiba mais  

A empresa: A Helibras é a única fabricante brasileira de helicópteros e é controlada pelo Grupo Eurocopter, maior fornecedor mundial do setor.
Número de funcionários: 300
Destaque: Capacidade de produção de 30 aeronaves por ano. Mais de 50% da frota brasileira de helicópteros a turbina foi fabricado pela empresa.
Onde está: Itajubá (MG).
Vagas: Não Informado, para estudantes de engenharia elétrica
Salário: Não informado
Inscrições: Candidatos podem enviar currículos para selecao@helibras.com.br ou se cadastrarem no site da empresa