quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Memórias do Futebol Santarritense

Reinaldo Adami

Por volta de 1959, o grande time santarritense era conhecido como Flamur e tinha o goleiro Reinaldo Adami – o lendário Bimbo – como uma das principais atrações. Em uma das incursões do time a Cachoeira, a história mais interessante aconteceu quando o juiz roubou contra o time de Santa Rita e marcou uma reversão inexistente. Bimbo ficou tão nervoso com a atitude do juiz que se encostou em uma das traves, cruzou os braços e deixou o adversário bater. O respeito por nossos jogadores era tamanho que o atacante chutou, mas a bola acertou a outra trave e saiu pela linha de fundo. Depois desse lance impossível, o Flamur atropelou o time contrário e voltou pra casa cheio de moral.

Quem viu o goleiro Bimbo jogar conta que o rapaz era fera e gostava mesmo era de dar espetáculo. Qualquer bola rasteira já era motivo para o arqueiro dar piruetas e tornar mais inte-ressante o espetáculo. O que a torcida não sabia era que toda aquela habilidade era resultado de horas diárias de treinos sem bola e de muitas aulas com Bráulio – um goleiro que havia defendido o time da Força Expedicionária Brasileira, nos campos de batalha Ita-lianos.

Os bancários

Das grandes histórias que marcaram o futebol santarritense, dois bancários ainda são lembrados com muito cari-nho:  Zé Pepino e Zé Gaguinho. O segundo, apesar da dificuldade para falar, conseguia tocar bateria e cantar ao mesmo tempo. Para justificar a gaguei-ra, o meio-campo do Flamur sempre dizia que tinha alergia a homem.

Aranha negra


Bimbo gostava de se vestir de preto em homenagem ao lendário Aranha Negra. Mal sabia que o famoso goleiro russo também inspiraria seu mais promissor aprendiz: Luiz Carlos Lemos Carneiro. Dentro de pouco tempo, o rapaz treinado pelo gigante do Flamur, se tornaria uma das maiores lendas do futebol santarritense e seria disputado por grandes times do país.

Cabeça de Vaca

Foi de Renato Gomes a ideia de batizar o “Minas Gerais”, time formado nas redondezas do matadouro, de “Cabeça de Vaca”. A alcunha conquistada porque o time se reunia ao lado das carcaças abatidas para alimentar a cidade foi tão criativa que, em pouco tempo, ninguém se lembraria que a agremiação era portadora de uma homenagem ao glorioso estado mineiro.

Os famosos
De lá pra cá, muita bola rolou. Diversos times foram montados por nossos santarritenses e a cidade viu surgir grandes estrelas como Charuto, Gato, Zeca, Niquimba, Aleluia, Roque Júnior, Ziquinha e Elias. Alguns heróis ganharam fama nacional e jamais sairão da memória dos aficcionados por este grande esporte. A todos esses nomes, que um dia pisaram o gramado do Estádio Erasmo Cabral, o nosso reconhecimento. Vocês fizeram a alegria de milhares de pessoas, ao transformar a prática desportiva numa forma de arte.

(Carlos Romero Carneiro)

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