Pressionado pela demanda por agilidade e garantia de qualidade, o setor de construção civil está encontrando na industrialização a solução para reduzir gastos com materiais e mão de obra. Um dos exemplos mais recentes é o chamado chicote elétrico residencial, que oferece economia de, pelo menos, 30% nas despesas para as construtoras.


A tecnologia foi desenvolvida no Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, e começa a ser incorporada pelo setor. O sistema, que é padronizado, consiste na elaboração e tubulação de todo o circuito elétrico do imóvel, além da identificação exata de cada cômodo.

“Recebemos a planta elétrica da unidade e a transformamos em tubulações. Depois, passamos o projeto para 3D e conferimos com a empresa se está tudo certo. Em caso afirmativo, fazemos as medições e começamos a montagem”, relata o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel) e engenheiro responsável pela criação do chicote elétrico residencial, Luiz Carlos Paduan.

Segundo o Sindicato, a expectativa é a de que o modelo padronizado movimente cerca de R$ 500 milhões em negócios no Vale da Eletrônica, nos próximos anos.

Vantagens

De acordo com Paduan, além de facilitar a logística das construtoras – que não precisam armazenar bobinas nem cortar e enrolar fios –, o sistema padronizado evita desperdício de material, porque é feito sob medida.
 
“Já houve casos em que somamos 20 metros de sobras de fios em obras, no modelo de instalação elétrica convencional. Para quem constrói várias unidades, é um desperdício excessivo”, aponta o engenheiro.

Aplicação

A partir do ano que vem, o chicote elétrico residencial será exigido pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab Minas) às construtoras que participarem de licitações. A proposta da Cohab é fazer do produto um dos indicadores de qualidade dos imóveis.

“Em outros países, esse modelo já é adotado. O chicote elétrico é a solução para um problema crônico: emenda de fios”, afirma o diretor de construção da Cohab Minas, José Antônio Cintra.


Por Iêva Tatiana
Fonte: Jornal Hoje em Dia.
Data da Publiciação: 24 de fevereiro de 2013