terça-feira, 19 de março de 2013

Santa-ritense desenvolve bicicleta “envenenada”

Marco Aurélio Gonçalves tem a criatividade no sangue. Administrador e músico, desde muito cedo acostumou-se a usar a intuição e a arte para realizar tarefas simples e acabou aplicando esse dom para encantar a todos. 
Certo dia, enquanto batia um papo com Gabriel - seu filho - contou que pretendia reformar a bicicleta que o acompanhou desde a década de 80 e ouviu uma sugestão inusitada: “Eu quero uma bicicleta do Hotwheels!”. Nesse momento ele pensou: “Por que não dar um tapa na magrela para deixá-la que nem a motocicleta invocada que o garotinho tanto curtia?”

Dito e feito. Após 8 meses de muito garimpo em busca de peças descartadas e que pudessem ser aproveitadas, o projeto teve início. Em duas semanas, Marco montou, soldou e pintou uma máquina presença – tudo com a supervisão e orientação do menino. Com acessórios que incluem cinto de segurança, velocímetro, pedaleira e até um lagarto aplicado no paralama dianteiro, não tem criança que veja a bike sem sentir uma tremenda vontade de dar um rolê. “Quando colocamos a bicicleta para circular, esperávamos que haveria uma reação forte das crianças, já que a ‘motinha’ mexe com o lado lúdico. A grande surpresa foi ver adultos e curiosos de todas as idades me paravam para contar histórias e se alegravam com a ‘obra de arte’.” – conta o inventor.
O projeto inicial dispunha de uma capota retrátil para proteger Gabriel, o que acabou não dando certo: “Ainda na prancheta, a cobertura parecia eficiente. Já, na prática, desestabilizava muito a bicicleta. O sistema elétrico também acabou entrando em curto quando foi submetido a um toró, o que queimou o motor de passo que havia sido adaptado como dínamo (o sistema será refeito, desta vez, à prova d’água).”

Marco Aurélio avalia que somando todas as peças compradas, serviço de solda, revestimento do banco, tintas e componentes eletrônicos, o trampo tenha ficado em - mais ou menos – uns 600 malandros. Ao se lembrar dos bicicleteiros que o auxiliaram na tarefa de materializar o sonho do filho, o santa-ritense agradece a todos, em especial ao Wander e a seu pai, pela assessoria em aerodinâmica. Ele também não se esqueceu dos amigos que conquistou em desmanches da região e manda um salve ao Márcio da Canaã.
Ao perguntarmos ao projetista se o trampo valeu a pena, ele manda a letra: “Só a realização do trabalho, as horas compartilhadas com o filho na criação e execução do projeto, já é algo muito gratificante. Outro ponto legal é você reciclar e criar, ao invés de, simplesmente, comprar pronto ou mandar alguém fazer. Para nós, foi um ótimo aprendizado transformar peças descartáveis em algo útil novamente, quebrando a cabeça para juntar uma parte na outra e vibrando a cada acerto. Cada erro foi também motivo de aprendizado. Realmente, valeu a pena!”
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Um comentário:

  1. Marquinho!
    Parabéns por esse seu gesto e que Deus continuem te inspirando cada vez mais! Abraços! (barata)

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