terça-feira, 30 de setembro de 2014

Globo Esporte: Incansável, Ziquinha faz 35 anos e rechaça aposentadoria: "Nem penso"

Carismático, veterano e goleador. Há exatos 35 anos, no Sul de Minas - mais precisamente na cidadezinha de Santa Rita do Sapucaí - nascia um dos mais folclóricos jogadores que ainda desfilam nos gramados do interior do Rio de Janeiro. Flávio Luís Chagas de nome, só que mais conhecido como Ziquinha por puro "pragmatismo" do futebol, o atacante do Friburguense comemora mais um aniversário nesta segunda-feira se recusando a ceder aos agentes do tempo. E ai de quem tenta antecipar as coisas. Quando questionado sobre uma possível aposentadoria, a resposta vem sucinta e de bate-pronto: "Nem penso nisso". 
São por essas e outras que Ziquinha foge à regra do futebol moderno para se mostrar um incansável quando, aos 35 anos de idade, afirma que ainda tem muita lenha para queimar no mundo do futebol com as chuteiras nos pés.
- Eu não penso em parar ainda, não. Para falar a verdade, nem penso nisso. Penso mesmo em seguir jogando e marcando gols. Enquanto eu tiver forças para treinar, para jogar, eu vou continuar jogando. Enquanto o meu corpo aguentar, eu vou continuar no futebol - disse Ziquinha.
Definitivamente, Ziquinha encontrou o seu lar e não quer mais saber de mudanças. Muito rodado no futebol, mesmo veterano, o jogador revela que ainda projeta muitas conquistas na carreira. No entanto, não faz rodeios ao rebater a pergunta sobre qual camisa pretende estar vestindo. 
- Estou muito feliz no Friburguense. Não penso em sair daqui mais. Meus sonhos e objetivos são todos com o clube. Pretendo conseguir essa classificação na Copa Rio para, posteriormente, disputar uma Série D. Eu penso que, enquanto você sonha, você continua vivo. Enquanto eu tiver o sonho de levar o Friburguense a grandes objetivos, eu terei um grande incentivo - afirmou.
Ziquinha também não tem dúvidas sobre o que almeja no aniversário de 35 anos. O atacante declara que, neste momento, conseguir a classificação para a próxima fase da Copa Rio seria o maior presente possível para celebrar essa data tão especial.
- Amanhã é aniversário do Cadão também. Eu acho que essa classificação na Copa Rio é o presente que nós merecemos. Se conseguirmos a vaga, vai ser um presentão. Eu diria que o melhor presente possível para nós neste momento - concluiu.

O Friburguense enfrenta o Duque de Caxias nesta quarta-feira, às 15h, no Marrentão, pela última rodada da primeira fase da competição. Para avançar, o Tricolor da Serra, além de fazer a sua parte, depende do resultado do confronto direto pela vaga entre Bonsucesso e Resende.

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

LC Eletrônica investe em novas fábricas no Sul de Minas

A fabricação de display de cristal líquido dá mais visibilidade à LC Eletrônica, mas vende menos, de acordo com o presidente Marcelo Soares Minhós. Já a produção de cartões de ônibus tem um volume de produção maior, mas possui menos clientes. “E os chips de cartão têm um volume absurdo, mas com pouquíssimos clientes”. Só que o somatório desses três produtos constituem o carro-chefe da empresa em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais. “Chegamos a ter crescimento de 70% a 80% durante seis a sete anos”, conta o engenheiro mecânico, que, neste ano, deve faturar R$ 60 milhões com a LC.
Descoberta. O presidente da LC Eletrônica, Marcelo Minhós, descobriu o
lugar ideal para abrir a empresa em Santa Rita do Sapucaí.
Tamanho otimismo se baseia na demanda dos produtos da LC. Em 2004, quando a empresa foi aberta, ela fazia 3.000 cartões por mês e 300 displays de cristal líquido por dia. Hoje, são 700 mil cartões. “E estamos com demanda para dobrar o número de cartões”, conta. O encapsulamento do chip está, em média, em 4 milhões de unidades por mês.
E, para continuar crescendo, a LC Eletrônica tem mantido os investimentos. Se, neste ano, os aportes em equipamentos de produção foram baixos, foi por causa da construção de uma nova fábrica para fazer chips, que demandou R$ 2 milhões. “Sem contar a parte de painel solar, nós vamos ter que investir mais ou menos € 1 milhão para comprar mais máquinas”, calcula o empresário.
Isso porque está nos planos da LC a exportação para Chile e Estados Unidos. “Vamos precisar aumentar a capacidade”, explica.
A outra planta, para a fabricação de painel solar, requer R$ 200 milhões. São painéis solares de geração de energia para empresas do setor elétrico fazerem as chamadas “fazendas solares”. “Você vende a energia gerada para concessionárias, dentro do Brasil”, explica Minhós sobre a diversificação do negócio.
E a LC Eletrônica já tem clientes para a compra de painéis solares, um produto complexo na análise do empresário. Eles têm o tamanho de 1,20 x 70 cm e, na previsão de Minhós, começam a ser produzidos no ano que vem. “Acabamos de construir uma fábrica (de painel solar) e vamos ter que construir outra”, afirma o executivo.
A confiança de Minhós se ampara num Arranjo Produtivo Local de Eletrônica, que, de acordo com Minhós, só tem em Santa Rita do Sapucaí. “Aqui, a maioria das empresas é nacional. A diferença é que todo mundo daqui tem o mesmo problema, que é arrumar financiamento. Se todas as empresas daqui estão pagando a conta, os bancos gostam de emprestar para cá”, conclui.
Exportação
ArgentinaA LC Eletrônica vai exportar um total de 400 mil peças de cartões para a Argentina. O primeiro lote já foi enviado. A meta, de acordo com Marcelo Minhós, é exportar para a Europa.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Um exemplo de imaginação política (Por Salatiel Correia)

O som de João Gilberto, com aquela voz doce e superafinada, ganhava o mundo afora. Nara Leão se tornava a musa inspiradora dos jovens abastados da zona sul carioca. Florescia com toda força o cinema novo de Glauber Rocha, que adquiria respeitabilidade internacional. Na arquitetura, a força expressiva de Oscar Niemeyer moldava os tempos modernos que chegavam entre nós. Pintores, escritores e escultores expressavam-se num ambiente altamente favorável. No futebol, o Brasil conquistava, pela primeira vez, o título mundial. No tênis, Maria Ester Bueno saiu vitoriosa daquele que é considerado o mais importante torneio do planeta: Wimbledon. Essa era a face mais visível de um país que construía a passos acelerados sua identidade.
Estradas rasgavam os sertões do país integrando o centro-sul - um Brasil que o Brasil ainda não conhecia. Usinas hidroelétricas eram construídas, não só tirando milhões de brasileiros da escuridão, como sustentavam nossas indústrias, assim, impulsionando o São Paulo moderno. E, então, o país crescia economicamente a taxas comparáveis às da China de hoje.

O sonho acalentado desde os tempos de Dom Pedro II se tornava uma realidade. Nascia uma nova capital incrustada no coração do Brasil e que integraria os quatro cantos do país. Estávamos nos tempos daquele que é considerado o mais empreendedor presidente que o Brasil já teve: Juscelino Kubitschek de Oliveira. As coisas boas não acontecem por acaso. Por trás delas, existe um rigoroso planejamento alicerçado pela vontade política de fazer - e JK fez!

Para tanto, ele se cercou de gente de primeira qualidade. Não ligou para clientelas tão arraigadas na nossa cultura política. Criou uma estrutura paralela e com esta governou. Tudo gente de primeira qualidade e léguas distantes dos aduladores. O desenvolvimento do Brasil não se deu só na dimensão econômica, mas também cultural. 

Nos tempos em que governou o Brasil o marido de dona Sara, o país vivenciou a fase mais visível que alimenta seu corpo - energia, transportes, a nova capital - mas também se impregnou da fase mais invisível que alimenta a alma humana: a cultura. As coisas boas não acontecem por si só; elas são o resultado de planejamento, vontade política e muita imaginação.

É a imaginação política que conduz por caminhos incertos as sociedades que têm visão e lide-rança para conduzir o processo de desenvolvimento. Visão para enxergar mais adiante, liderança para encantar seguidores.

Um belo exemplo de uso da imaginação política aconteceu recentemente em Santa Rita do Sapucaí com o advento da Cidade Criativa, liderada pelo competente vice-prefeito e ex-diretor do Inatel, professor Wander Wilson Chaves. Ao corpo do desenvolvimento santa-ritense, expresso pelo seu respeitável polo de eletrônica, agregou-se a alma emanada da Cidade Criativa. Puro exercício de imaginação política. Palestras, peças teatrais e shows trouxeram uma dimensão humana para o processo de desenvolvimento local.

Processos dessa natureza se tornam ainda mais sustentáveis quando são resultantes da vontade política emanada pelo poder público. Vontade política que vai além do trivial da construção de praças e estradas, pois agrega à alma dos cidadãos a descoberta de si mesmos a partir da cultura. Que a Cidade Criativa se torne um acontecimento corriqueiro, na terra de Sinhá Moreira, como é a festa de Santa Rita. Acontecimentos como o Cidade Criativa vão sempre em busca da transformação do homem pelo homem por meio do que realmente alimenta e torna a vida neste mundo merecida de ser vivida: a cultura.

(Salatiel Correia é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas, Mestre em Planejamento Energético. É autor, dentre ou-tras obras, do livro Tarifas e a Demanda de Energia Elétrica)

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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Cursos da FAI recebem "Estrelas 4" do Guia do Estudante

"Estrelas 4", ou  sejam conceitos "Muito bons".  É esta a avaliação dos cursos de Administração, Sistemas de Informação e Pedagogia da FAI realizada pelo Guia do Estudante (GE), da Editora Abril.  A publicação intitulada GE Profissões Vestibular 2015, passa a circular nas bancas a partir de 10 de outubro de 2014.
De acordo com o Guia, a avaliação é uma pesquisa de opinião feita, basicamente, com professores e coordenadores de curso. Eles emitem conceitos que permitem classificar os cursos em bons (três estrelas), muito bons (quatro estrelas) e excelentes (cinco estrelas).
Para participar da avaliação, a Instituição tem que estar apta. São considerados quatro critérios. A faculdade tem de ter titulação de bacharelado (as exceções são Pedagogia e Educação Física), a data de conclusão da primeira turma tem de ser igual ou inferior a 2010, o curso tem de ser presencial e tem de não só ter turma em andamento como processos seletivos para próximas turmas.
A partir das informações fornecidas pelos coordenadores dos cursos, especialistas convidados pelo Guia avaliam os mesmos por meio de pareceres. Cada curso é avaliado por seis pareceristas. Os itens avaliados são corpo docente, produção científica e instalações físicas, entre outros.

A comunidade FAI recebeu a notícia com alegria. "O objetivo da FAI é que cada um dos seus cursos fiquem entre os dez melhores do Brasil pelo ranking do Enade. Este resultado do Guia indica, embora a avaliação seja feita por conceito e não por nota, que todos os cursos da FAI passam a imagem de alto padrão que eles realmente tem", enfatiza o diretor da Instituição, professor José Cláudio Pereira.
 
Apenas o curso de Engenharia de Produção da FAI, criado em 2014, não foi avaliado pelo Guia.

Turismo Rural é excelente opção para a economia santa-ritense

As últimas experiências em Santa Rita me mostraram que podemos explorar, com grande sucesso, o turismo rural. Quem vem não pede muito, apenas a verdade. Comida na varanda, montanhas, animais, talvez água da mina ou um doce de leite. Já está quase pronto, só é preciso mapear. Não é necessário grandes produções ou shows extravagantes. Tudo isso existe nos grandes centros. O que chama a atenção dos visitantes é o que já se tornou invisível pra nós. A carne de porco ou o frango caipira, a cachaça, o tutu de feijão e a saladinha... tudo o que um santa-ritense está habituado a ver, é envolvente aos olhos do turista. O que falta é estampar a história do local pelos pontos mais importantes, criar um mapa ou site com imagens e estar disposto a empoeirar o carro quando eles vierem pra cá. De resto, a natureza se encarrega. Está tudo aqui... rio, montanhas, floresta, estradas, casarões, gente. Esse, sim, é o nosso maior patrimônio.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Um baiano que canta e encanta (Por Danlary Tomazini)

Lourival Cruz Gomes, 66 anos, casado, filhos e netas. Uma daquelas pessoas em que esbarramos por aí e pensamos que é gente como a gente. Engano comum. Os privilegiados que andam em seu táxi, descobrem que uma corrida pode ser sonora e aprazível. Sempre conversando, cantando e encantando, é assim que leva as pessoas a seus destinos.
Toda essa alegria tem motivo. Baiano do Táxi, como é conhecido, deveria mesmo é ser chamado de Baiano da Música. Apesar de nunca ter entrado em um conservatório, ele possui o dom da composição e interpreta suas canções, sempre que possível, com um timbre de voz grave e confortável.  

Comunicativo, Baiano conta como valoriza a Deus e, ao invés de utilizar seu dom para fazer fortuna, preferiu estruturar sua família na simplicidade e fazer da música seu prazer e realização pessoal. Prova disso é seu trabalho voluntário na Rádio Comunitária da cidade com o programa “Todos os Ritmos” que possui assíduos ouvintes, ou o Luau da Seresta de que participa todo mês, sem receber cachê. 

Em 2013, tirou sua carteira profissional de cantor na Ordem dos Músicos do Brasil, cantando quatro canções de sua autoria, deixando a banca examinadora impressionada. Merecido reconhecimento para nosso artista de alma e coração que já gravou dois CDs, o primeiro em 2011 intitulado “Carinhosamente” e o segundo em 2014 “Berço Verde”, ambos produção independente que pagou com suas economias e realizou em um estúdio aqui da nossa cidade.

Nasci e cresci em uma escola de música, fui musicalizada, porém, nenhum dom musical possuo. O que sempre me encantava e fazia feliz era conviver com músicos, musicistas e assistir de camarote todo aquele viver musical que cercava as pessoas que ali estavam. Conhecer o Baiano me trouxe boas recordações. Que prazer dividir nossa cidade com esse talento! 

Em tempos de dores e angústia, a música é o bálsamo da alma. Mas para quem vive a música, suspeito que a vida seja só de alegrias. Que o diga o grande Lourival Bahia.

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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Lá pelas bandas do Balaio (Por Cônego Carvalhinho)

Santa Rita do Sapucaí apresenta, na região leste, nas altura das Capituvas, como é chamado o bairro dos Ribeirinhos, uma cadeia de montanhas de altitudes que variam de 850 a 1100 metros, mais ou menos.
De acordo com os nomes das serras, a disposição das mesmas é a seguinte: a noroeste, está a maior elevação, a que deram o nome de Fagundes, talvez pela origem no local da grande família que, no século dezoito, desbravou os sertões da Capituva (Pedralva). Bem no centro da cordilheira,  está a serra do Sobradinho, onde se localiza a célebre fazenda do Capitão Carneiro, mais célebre ainda pela presença dos escravos de pernas finas cujos herdeiros eu tive a honra de conhecer e de privar da amizade, como os Aprígios, os Teodoros e os Alfredos. Ao sul da vasta cordilheira é que se localiza o Balaio: uma serra menor que as demais, de formato arredondado. Os primitivos habitantes daquelas paragens, há muitos anos, lhe deram este nome por ser uma serra que lhes parecia um balaio sem tampa.

O Balaio ou a última elevação da cordilheira dos Fagundes termina ali, à margem direita do Sapucaí, já no sítio da Nova Capituva ou o bairro dos Ribeiros. Os Ribeiros ou Ribeirinhos, assim chamados, constituem uma família à parte dos Ribeiros do Vale lá do Pouso do Campo. Muito embora habitem também no Vale do Sapucaí, não têm o Vale no nome.

Até bem pouco tempo, não se sabia a razão do nome Balaio, dado à bela serra redonda da cordilheira dos Fagundes. Estudando, porém, a etimologia da palavra com as lendas ainda vivas na memória popular, podemos interpretar ou descobrir porque a serra guarda tão esdrúxulo nome.

Certa vez, alguém me contou a seguinte lenda do Balaio:

Ali na baixada, onde havia mais casas do que serra, costumava aparecer, principalmente nas noites brumosas, uma mulher de vestido longo e com um balaio de roupas na cabeça. Espalharam-se em grupos, a fim de cercá-la com três homens à sua frente, três à direita, três à esquerda e outros três atrás. Ao todo eram doze pessoas para uma só assombração, ainda na figura de uma mulher. Uma verdadeira covardia. Pois não é que a tal assombração, vendo-se atacada de todos os lados, reagiu e surrou, um por um, os doze homens que a perseguiam? O mais surpreendente foi que ninguém viu o rosto da mulher do balaio, mas todos apanharam como cães, precisando tomar banho de salmoura, quando voltaram envergonhados para suas casas. Dizem que foi daí que surgiu o este nome: primeiro a Serra da Mulher do Balaio. Depois, o Balaio, apenas. Enfim, a Serra do Balaio, como até hoje é conhecida. 

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

“Cidade Criativa, Cidade Feliz” e a revolução cultural em Santa Rita do Sapucaí

Organizadores do "Cidade Criativa, Cidade Feliz 21014"
A cidade nunca mais será a mesma. Conclusão inevitável para quem esteve em Santa Rita do Sapucaí, no mês de agosto de 2014. Desde a sua fundação, jamais ti-vemos um número tão grande de atrações artísticas e culturais, como no “Cidade Criativa, Cidade Feliz - Festival de Criatividade e Inovação”. O evento, resultado da união entre o poder público, instituições, sindicatos, associações, empresas, artistas e voluntários, atraiu a atenção de diferentes cidades do país para o poder de transformação da comunidade protegida pela “Santa dos Impossíveis”. Nos quase 30 dias de atividades, foram realizados 4 eventos musicais, 12 palestras, 5 peças de teatro, 3 projetos gastronômicos. 4 oficinas educativas, 2 finais de semana com diversidade cultural em praça pública, além de exposições, passeios e intervenções urbanas.
Alunas da Rede Pública Municipal se preparam para apresentação no Feirão Folclórico.
Através da criatividade de nossos artistas, a cidade tornou-se mais bela do que nunca. Nas salas de aula ou nas mesas de bar, ideias para novas atividades começaram a surgir e é possível notar que as pessoas querem repetir a dose o quanto antes.
Palestra com o filósofo Clóvis de Barros Filho.
O evento mostrou a que veio logo que teve início a palestra do filósofo Clóvis de Barros Filho, dono de um carisma e conhecimento invejáveis. Outra palestra muito concorrida aconteceu no dia 13, proferida por Lala Deheinzelin, ocasião em que os presentes também assistiram a um Tributo à MPB, executado pelo Patronagens Band, com direito à canja do professor José Praxedes Maria e dos MC´s do “Projeto Consonância”. Em seguida, todos foram convidados a saborear diversas receitas, no aguardado “Delícias do Café”, em um salão anexo.
Palestra com Lala Deheinzelin.
Professor Praxedes e Patronagens Band em Tributo à MPB.
Projeto Consonância e Patronagens Band no Tributo à MPB.
No dia 16 de agosto, sábado, Santa Rita amanheceu ensolarada, enquanto a praça era fechada para a apresentação do “Vale Music Festival”. Bem cedinho, as tendas eram preparadas, as faixas de trânsito começaram a ser decoradas por alguns de nossos artistas (Arte na Faixa) e as árvores da praça foram adornadas com violões, bandolins e guitarras. Para chamar a atenção das pessoas quanto à história, à criatividade e à música, o Coronel Francisco Moreira recebeu uma guitarra e passou a fazer parte da festa. O festival foi estrategicamente montado em frente à sua casa (local onde também morou Sinhá Moreira) como uma home-nagem a esta importante família. Por volta das 16 horas, a praça foi transformada em uma pista de foxtrot, momento em que crianças olhavam admiradas para aqueles instrumentos esquisitos e os adultos ficavam maravilhados com o talento dos músicos. Enquanto as bandas se apresentavam, algumas tendas eram muito concorridas. Mariângela Janjic, filha do construtor das grutas da Vista Alegre e da pracinha da cadeia, montou uma tenda de tacos mexicanos e chili beans. Enquanto isso, o chopp Libertas, prata da casa, produzia grandes filas e provava que nossa especialidade não é apenas o delicioso pão cheio. Aninha, do Parada Obrigatória, não somente cedeu sua chopperia para uma apresentação do “Vale Music”, na noite anterior, como mostrou, em outra tenda, porque a “Famosa Berinjela da Casa” é o prato mais pedido em seu estabelecimento. Já o chef, Pablo Nogueira, não deu conta de tantos pedidos do seu “cachorro-quente gourmet” e teve que esgotar todas as salsichas da cidade para dar conta do recado. O mesmo aconteceu com uma versão “pocket” da Adega do Patrão que ofereceu deliciosos vinhos e queijos, em outra tenda.
Vale Music Festival levou apresentações de Soul e Jazz à Praça Santa Rita.
On the Street Jazz Band transformou a praça em uma pista de Foxtrot.
No início da semana seguinte, crianças da rede pública municipal começaram a participar de uma curiosa oficina, intitulada “Cinema no Pano”. Pela internet, foi possível acompanhar a incrível experiência vivida pelos alunos da Escola José Ribeiro de Carvalho (Nova Cidade), através de lições que incluíam “stopmotion” (animação com massa de modelar), pintura, edição de imagens, danças e até uma aula de maquiagem para filmes de terror. O resultado foi visto no final de semana seguinte, antes da apresentação da peça “O pequeno príncipe” pelo grupo Taetec, da ETE FMC. Esta peça, vale dizer, não foi a única. Uma semana antes, um espetáculo chamado “Mar&Ana”, escrito pelo santa-ritense Andrew Persi havia sido um sucesso de crítica e de público e uma apresentação do ator João Signorelli (Monólogo de Gandhi), faria um enorme sucesso. Tal atenção à 5ª arte integra um programa mais abrangente, que recebeu o nome de “A criança vai ao teatro”, em que os alunos têm estudado as obras, antes de assistirem às peças.
Artistas locais participaram do "Arte na Faixa".
No final de semana seguinte, crianças das escolas municipais começaram a chegar à Praça Santa Rita com roupas típicas, muito bem feitas, em homenagem ao folclore e tomaram parte do Feirão Folclórico. “Tal atividade teve início nas salas de aula. As crianças aprenderam bastante sobre o folclore, antes de realizarem suas apresentações.” - ressalta Wander Wilson Chaves, espécie de curador do “Cidade Criativa”. No mesmo sábado, tendas foram montadas pelo Inatel e pela ETE. Dentre diversas atividades foi realizada uma bonita homenagem ao cinegrafista, goleiro e colecionador de imagens históricas, Luiz Carlos Lemos Carneiro, em paineis que exibiam fotos antigas e passagens de sua carreira. Esta, aliás, não foi a única referência a ele naquele dia. Pela manhã, a prefeitura também viria a homenageá-lo de maneira muito comovente no palco do Feirão, momento em que entregou uma placa à sua esposa. 
Personalidades de Santa Rita contaram suas histórias no "Projeto Lendas Vivas".
No início da tarde, aconteceu o “Projeto Lendas Vivas” com a presença de personalidades locais que falaram sobre as suas experiências pessoais e contaram causos envolvendo os mais diferentes assuntos. A primeira convidada foi a campeã de triathlon, Tainá Desidério, que relatou como foi o seu processo de recuperação após ter sido atropelada por um caminhão e perder o movimento das pernas. Em seguida, o músico erudito Ricardo Abrahão traçou, de maneira brilhante, a história da música em Santa Rita, com destaque para a pianista Lourdes Brigagão que, segundo contou, executava obras de Villa-Lobos para o próprio maestro. A próxima atração foi Dona Zinita, filha do criador da letra do hino do Bloco dos Democráticos e Milton Marques (presidente do Ride) que falaram sobre a origem das agremiações. O convidado seguinte, professor Justino, contou causos hilários que colecionou em seus quase 50 anos de carreira, inclusive sobre a vinda de um circo de striptease à cidade, na década de 60. O evento também contou com a rica experiência de vida do doutor Luiz Donato que, dentre outros feitos, participou da autópsia do nazista Mengele. Após um show de oratória, o advogado e músico, Caio Nelson Vono, finalizou o evento com uma apresentação de ragtime (estilo considerado o pai do jazz) ao piano.
Elenco e público presente no musical Mamma Mia.
Elenco do musical Mamma Mia.
Mamma Mia: sucesso de crítica e de público, deve percorrer a região com espetáculo criado para o Cidade Criativa.
O ator Antônio Signorelli em seu "Monólogo de Gandhy".
Crianças participam da oficina "Cinema no Pano".
Outra atração muito reverenciada naquele sábado foi uma ofici-na de stencil oferecida pelo artista plástico Diego Das para as crianças. “Hoje foi corrido, cheio de canseira, mas divertido demais! Se dali sair um pequeno interesse ja valeu a pena!” - declarou Diego. Bem ao lado, em torno da estátua do Chico Moreira (já sem a guitarra), uma árvore de gibis fez a alegria da criançada, barracas de artesanato vendiam de tudo um pouco e uma roda de capoeira atraiu bom número de turistas. 
Maquiagem de filmes de terror no "Cinema no Pano".
Criança se diverte enquanto é feita sua caricatura.
A última semana do “Cidade Criativa, Cidade Feliz” ainda teria espaço para diversas palestras, um espetáculo de danças folclóricas, além do Encontro de Corais e de um espetáculo musical, intitulado “Mamma Mia”.
Encontro do fanfarras.
Difícil imaginar o que será de Santa Rita daqui pra frente. Ideias têm surgido a todo momento e não se fala de outra coisa, senão na próxima edição. Que ações inspiradas no “Cidade Criativa, Cidade Feliz” tornem-se corriqueiras e que possamos ser referência não somente em tecnologia (nossa especialidade) como também em cultura e artes. A todos que integraram este grande projeto em torno da transformação cultural do município nossos parabéns e votos de que novas expressões e lideranças surjam para que, nos próximos anos, tal evento possa ganhar ainda mais força.
Feirinha de Artesanato.
Visitantes prestigiam o "Vale Music Festival".
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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Diário do Comércio: BID investirá mais R$ 6 milhões no Vale da Eletrônica

A 13ª edição da Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel), promovida pelo Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), movimentou a pequena Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, com 40 mil habitantes, ente os dias 3 e 5 de setembro. O chamado Vale da Eletrônica brasileiro se reuniu para expor produtos, fazer lançamentos, receber estudantes e visitantes interessados em tecnologia e em fazer negócios.
Roberto Souza Pinto disse que empresas investiram mais de R$ 100 milhões.
Durante o evento, a especialista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Vanderléia Radaelli, declarou que o BID continuará com o apoio financeiro ao Arranjo Produtivo Local (APL) com investimentos de mais de R$ 6 milhões para os próximos anos. De acordo com Vanderléia, Santa Rita do Sapucaí apresenta o melhor desenho econômico por reunir a Fiemg, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e o Sebrae em um só lugar, o que é fundamental para o sucesso do Vale. "Estamos muito felizes com os ótimos resultados apresentados pelas empresas envolvidas que têm como base a inovação", ressalta.

O apoio é referente à segunda fase do Projeto de Apoio à Competitividade das Empresas do Arranjo Produtivo Local, iniciado em 2004, quando o banco também aportou R$ 6 milhões e beneficiou cerca de cem das 153 indústrias da região. "Outro valor do APL é a produção de capital humano com formação qualificada pelas escolas técnicas da região, que em médio prazo é um ativo que tem que ser desenvolvido de forma contínua para manter o nível de inovação", afirma a especialista. Segundo Vanderléia, as indústrias tecnológicas devem buscar a inovação uma vez que a competividade do mercado é a nível global e não apenas local.

Balanço - A Fivel recebeu mais de 12 mil visitantes entre empresários nacionais e internacionais e alunos da região. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza, foram gerados negócios na ordem de R$ 800 milhões, o que representa em torno de 30% do faturamento anual, que no último ano atingiu R$ 2,7 bilhões. De acordo com ele, mais de R$ 100 milhões foram investidos pelas empresas no lançamento de novos produtos e nas linhas de produção.

A Fivel, neste ano, foi instalada no campus da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE FMC). Os produtos exibidos estavam voltados especialmente para os setores de eletroeletrônicos; telecomunicações; segurança; eletrônica; informática; radiodifusão; automação industrial, predial e comercial; tecnologia da informação (TI), eletrodomésticos, insumos e prestação de serviço.

O Vale da Eletrônica reúne 153 empresas e emprega cerca de 10 mil pessoas capazes de fabricar atualmente 13,7 mil itens diferentes. Atualmente as empresas do cluster exportam para 41 países, tendo como principais consumidores os mercados europeu e asiático.

O Tempo: Santa Rita do Sapucaí vive boom de inovação tecnológica

Cidade com tradição no plantio de café, Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas – com 38,7 mil habitantes –, também é um “canteiro de fábricas” do setor de tecnologia, como define o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto. É que, a cada 15 dias, as empresas do município têm, em média, 25 itens, entre lançamentos de novos produtos e inovação tecnológica, calcula Pinto.
União. Na abertura da Feira Industrial do Vale da Eletrônica, Vanderleia Rodaelli, do BID; Alexandre Cabral, do Ministério de Desenvolvimento; Edwaldo Almada, da Fiemg; Jeferson Mendes, prefeito; 
Além do boom de inovação, o presidente do Sindvel informa que, a cada dois anos, chegam ao Vale da Eletrônica ao menos 20 empresas originadas das incubadoras. Atualmente, são 153 empresas que empregam cerca de 10 mil pessoas e vão gerar um faturamento de R$ 2,7 bilhões neste ano. “A inovação tecnológica acontece ‘todos os dias’, se ela parar, a empresa morre em três meses”, calcula Pinto.

Entre os 13,7 mil itens produzidos, os que possuem software embarcado são os que sofrem inovação diariamente independentemente da área de atuação da empresa. “A minha empresa (Santa Rita Alarmes) produz rastreadores de veículos, e todos os dias o cliente pede para fazer alguma coisa que o mercado demanda”, diz.

Durante a Feira Industrial do Vale da Eletrônica, que terminou na última sexta-feira, as Forças Armadas também foram buscar inovação em Santa Rita do Sapucaí. O coronel do Exército George da Silva Diverio diz que existe a necessidade de interação das Forças Armadas com a sociedade e, principalmente, com a indústria nacional de defesa. “Precisamos de uma gama gigantesca de artigos diversos, como desenvolvimento de radares, rádios definidos por software, antenas, componentes eletrônicos e circuitos integrados”, enumera alguns deles.

Além de fazer palestra durante o evento, o coronel também fez prospecção de produtos e interessou-se por um sistema de comunicação de controle que dá a parte situacional do combatente e transmissão de dados. Sem citar nomes de empresas, o coronel do Exército também encontrou um rádio construído somente com software. “Pouquíssimos países no mundo têm um rádio que é definido por software”, explica.

Também na feira, a especialista sênior em ciência e tecnologia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Vanderleia Radaelli, conta que a instituição já investiu R$ 6 milhões nos últimos quatro anos no Vale da Eletrônica e vai investir mais. “Estamos muito felizes do quanto as empresas estão envolvidas com a atividade de inovação”, conclui.

Vale da Eletrônica existe graças a uma mulher

A história de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, com a tecnologia começou em 1959, quando foi criada a primeira Escola Técnica em Eletrônica (ETE) da América Latina. E a idealizadora foi Sinhá Moreira. “Ela foi uma visionária e, graças a ela, nós transformamos o Arranjo Produtivo Local de café e leite num polo de tecnologia”, conta o deputado federal Bilac Pinto (PR-MG).

O parlamentar, que é sobrinho-neto de Sinhá Moreira, explica que ela se casou com um primo, que tinha carreira diplomática, e eles foram para o Japão depois da Segunda Guerra Mundial. “O casamento não deu certo, e ela voltou para Santa Rita do Sapucaí muito humilhada, sendo filha de um homem rico da cidade, um coronel”, diz.

Então, Sinhá Moreira, de acordo com Bilac, passava o tempo fazendo ações sociais que ajudavam a população de Santa Rita do Sapucaí. “Ela construiu casas, criou a escola de eletroeletrônica. Fez tudo com recursos dela”.

Antes de morrer, Sinhá Moreira abriu uma fundação e entregou a escola para os jesuítas administrarem. Depois, veio o Instituto Nacional de Telecomunicações.

sábado, 6 de setembro de 2014

Diário do Comércio: Faltam leitos em Santa Rita do Sapucaí

Os 12 mil visitantes que passaram pela 13ª edição da Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel), promovida pelo Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, tiveram que buscar opções de alojamento fora da cidade.

Apesar de ter um constante fluxo de turistas de negócios, a rede hoteleira da cidade ainda é insuficiente, não chegando a oferecer 300 leitos. Os visitantes se valem da rede dos municípios próximos, especialmente Pouso Alegre. 

Devagar, entretanto, a situação começa a ser olhada com outros olhos tanto pelo poder público como pela iniciativa privada. Em 2010, foi criado o Conselho Municipal de Turismo (Contur), que orienta a Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Lazer e Turismo nas ações de incentivo ao setor.

De acordo com o secretário, José Norberto Dias, além do viés de negócios, o turismo de aventura e religioso merecem atenção em Santa Rita. "Nossa maior força está no turismo empresarial, mas ainda não somos capazes de receber todos em grandes eventos como a Fivel (13ª edição da Feira Industrial do Vale da Eletrônica - Fivel, que aconteceu entre 3 e 5 de setembro). Temos nos qualificado e a oferta de leitos e de todos os serviços que compõem a cadeia do turismo tem crescido. Estamos muito próximos a Pouso Alegre e isso, por vezes, atrapalha o nosso desenvolvimento porque os vizinhos já têm uma tradição de receber esses turistas", explica Dias.

A Serra de Bela Vista atrai aventureiros que gostam de natureza, caminhadas e saltar de parapente, especialmente nos fins de semana. Já o Santuário de Santa Rita de Cássia é ponto de peregrinação, atraindo durante a festa que acontece em maio cerca de 20 mil pessoas.

Bem mais mundano, o Carnaval também tem se tornado uma das festas mais importantes do calendário, atraindo turistas de todo o Brasil. O Bloco do Urso, entidade particular, chega a colocar até 12 mil pessoas em seu espaço próprio nos três dias de folia. A promessa para 2015 é a presença da cantora baiana, Cláudia Leite. O Carnaval popular também lota as ruas de pessoas, com desfiles de blocos e escolas de samba.

Integração - Santa Rita do Sapucaí faz parte do Circuito Turístico Caminhos Sul de Minas, junto com Conceição das Pedras, Cristina, Delfim Moreira, Itajubá, Maria da Fé, Marmelópolis, Pedralva, Piranguçu, São José do Alegre e Wenceslau Braz. "Integramos a política estadual do turismo por meio do Circuito. Essa nossa associação é muito atuante e estamos buscando benefícios para a região", garante o secretário.

Visão otimista também tem a diretora da agência receptiva Culturale, Patrícia Faustino. "Temos três segmentos: negócios, aventura-lazer e religioso. Existe um grande potencial, e temos pessoas qualificadas. Agora faltam investimentos em equipamentos. Os próprios habitantes se esforçam para ajudar, saem das suas casas e alugam quando o fluxo de visitanes é muito forte. Acredito que investir na cadeia do turismo em Santa Rita do Sapucaí é um bom negócio", afirma Patrícia Faustino.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Palestra imperdível em Santa Rita do Sapucaí

Estado de Minas: Indústrias de eletrônicos investem R$ 100 milhões em MG


Na contramão da crise financeira que assola grande parte dos mercados do Brasil e do mundo, as empresas que compõem o Vale da Eletrônica, localizado em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, apostam em aumento de plantas, lançamentos de produtos e novas fábricas. Para isso, estão investindo cerca de R$ 100 milhões este ano, segundo o sindicato do setor.

Entre as empresas em expansão está a Sense Sensors & Instuments, que desenvolveu os primeiros chips inteiramente brasileiros. Por meio de recursos do Funtec (Fundo Tecnológico) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e em parceria com o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), o novo dispositivo visa um melhor custo- benefício para a automação de máquinas e equipamentos.

Outra companhia que aposta em novidades é a Polsec, que investiu R$ 2 milhões em uma nova fábrica em Santa Rita do Sapucaí e está apostando em lançamentos. Destaque para o Observador POL-707, um equipamento que permite filmar, gravar e transmitir vídeo e o posicionamento geográfico da pessoa em tempo real.

Ele é direcionado para Segurança Pública e Forças Armadas e é apontado como solução para o monitoramento de ações dos militares. De acordo com o diretor da empresa, Eudes Bispo, a expectativa é que o novo produto atinja um faturamento de cerca de R$ 15 milhões já no primeiro ano.

Negócios

Tanto o chip quando o aparelho de monitoramento estarão sendo lançados durante a Fivel (Feira Industrial do Vale da Eletrônica), que começou nesta quarta-feira, 3, e termina na sexta, 5. O evento é promovido pelo Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica.

Segundo o presidente da entidade, Roberto de Souza Pinto, a feira deve gerar R$ 800 milhões em negócios, o que corresponde a cerca de 30% do faturamento anual das empresas da região. O Vale da Eletrônica tem 153 indústrias, emprega 10 mil pessoas, exporta para 41 países e é considerado o berço da tecnologia de ponta no Brasil, chegando a ser comparado com o Vale do Silício, nos Estados Unidos.

G1: Construção civil é destaque de feira industrial em Santa Rita do Sapucaí

A Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel) começa nesta quarta-feira (3) em Santa Rita do Sapucaí (MG) com apresentação de projetos focados no uso de tecnologia na construção civil. Organizada pelo Sindicado das Indústrias do Vale da Eletrônica (Sindvel) e pela Associação Industrial da cidade, a Fivel está em sua 13ª edição e vai até o dia 5 de setembro na Escola Técnica de Eletrônica (ETE).
Clique aqui para assistir à reportagem.
O empresário Caio Paduan é um dos expositores deste ano. Ele apresenta em seu stand equipamentos para instalação elétrica e tomadas econômicas. "No final da obra, existe uma redução de 15% a 20% no consumo de energia em relação ao sistema convencional. Traz praticidade e rapidez na instalação. O fio já vem conectado", explica Paduan.
O objetivo da feira neste ano é justamente promover uma mesa de negociações entre empresários, com enfoque especial em produtos que simplifiquem as obras da construção civil. As palestras realizadas durante o evento refletem essa que é considerada pelos organizadores uma tendência de mercado.
A Fivel é realizada a cada dois anos. A expectativa nestes três dias de evento é movimentar em torno de R$ 800 milhões em negócios, o que representa, de acordo com o Sindvel, quase 30% do faturamento anual de R$ 2,7 bilhões. Ainda de acordo com o Sindvel, 70 empresas participam da feira. Cerca de 12 mil pessoas devem passar pelos stands da ETE, que ficam abertos aos público todos os dias das 14h às 22h.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Feira no Sul de Minas tem plano para tirar gringos de cena


Os fabricantes de eletroeletrônicos do polo de Santa Rita do Sapucaí, o chamado Vale da Eletrônica, no Sul de Minas Gerais, se preparam para receber, a partir de amanhã, 800 compradores de matérias-primas e componentes do Brasil, México, Chile, Peru, Colômbia, Uruguai, Argentina e Equador. A estratégia nas agendas de encontros é garantir encomendas para os próximos 12 a 18 meses, ofensiva vital das empresas num momento de retração da indústria brasileira de transformação e de perspectiva de baixo crescimento econômico. O principal apelo será a capacidade técnica das fábricas para substituir as importações no setor, informa o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto.
Fivel acontecerá no campus da ETE FMC
“Vamos bater no espaço que os produtos eletroeletrônicos podem tirar dos importados”, afirma o industrial, com o respaldo dos números que mostram o crescimento das exportações do polo mineiro. Nos últimos oito anos, a receita das vendas externas aumentou quase cinco vezes, ao sair de US$ 6,510 milhões em 2006 para US$ 32 milhões no ano passado. O número de empresas exportadoras evoluiu de seis para 53.

Segundo Roberto Pinto, além da qualidade dos produtos – quase todas as empresas têm o certificado ISO 9000 e todos os itens que saem das linhas de produção têm de ser homologados por órgãos reguladores – a eficiência alcançada em custos deu maior competitividade ao Vale da Eletrônica. 

Aparelhos para radiodifusão, particularmente transmissores de TV digital, que têm alto conteúdo tecnológico e não são volumosos, têm tido a melhor performance na briga com os artigos importados. Soluções em eletrônicos voltados para a segurança também se destacam nas linhas de produção de 38 das 153 empresas do polo de Santa Rita do Sapucaí. 

Os eletroeletrônicos tendem a ganhar espaço no mercado externo, na avaliação de Alexandre Brito, consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Ele aponta algumas particularidades do Vale da Eletrônica como fatores-chaves do trabalho de busca de clientes no exterior, como a capacidade de desenvolver produtos feitos sob encomenda, o compartilhamento dinâmico das empresas de informações que não tratam de segredos industriais, facilidade logística operacional e capacidade técnica da mão de obra local. 

Termômetro De acordo com o presidente do Sindvel, Roberto Pinto, os encontros de negócios com os compradores de matérias-primas e componentes em setembro vão funcionar como um termômetro da demanda do setor para 2015. A programação que está sendo preparada inclui visitas dos compradores às fábricas do polo, como parte da 13ª Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel) 2014, que ocorre de 3 a 5 de setembro. 

Durante o evento, as 153 empresas vão expor cerca de 13 mil produtos destinados às áreas de eletroeletrônica, construção civil, radiodifusão e defesa. Cerca de 70% do faturamento do polo industrial, estimado em R$ 2,7 bilhões neste ano, é apurado a partir de contratos que começam a ser negociados na Fivel.