quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Feira no Sul de Minas tem plano para tirar gringos de cena


Os fabricantes de eletroeletrônicos do polo de Santa Rita do Sapucaí, o chamado Vale da Eletrônica, no Sul de Minas Gerais, se preparam para receber, a partir de amanhã, 800 compradores de matérias-primas e componentes do Brasil, México, Chile, Peru, Colômbia, Uruguai, Argentina e Equador. A estratégia nas agendas de encontros é garantir encomendas para os próximos 12 a 18 meses, ofensiva vital das empresas num momento de retração da indústria brasileira de transformação e de perspectiva de baixo crescimento econômico. O principal apelo será a capacidade técnica das fábricas para substituir as importações no setor, informa o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto Souza Pinto.
Fivel acontecerá no campus da ETE FMC
“Vamos bater no espaço que os produtos eletroeletrônicos podem tirar dos importados”, afirma o industrial, com o respaldo dos números que mostram o crescimento das exportações do polo mineiro. Nos últimos oito anos, a receita das vendas externas aumentou quase cinco vezes, ao sair de US$ 6,510 milhões em 2006 para US$ 32 milhões no ano passado. O número de empresas exportadoras evoluiu de seis para 53.

Segundo Roberto Pinto, além da qualidade dos produtos – quase todas as empresas têm o certificado ISO 9000 e todos os itens que saem das linhas de produção têm de ser homologados por órgãos reguladores – a eficiência alcançada em custos deu maior competitividade ao Vale da Eletrônica. 

Aparelhos para radiodifusão, particularmente transmissores de TV digital, que têm alto conteúdo tecnológico e não são volumosos, têm tido a melhor performance na briga com os artigos importados. Soluções em eletrônicos voltados para a segurança também se destacam nas linhas de produção de 38 das 153 empresas do polo de Santa Rita do Sapucaí. 

Os eletroeletrônicos tendem a ganhar espaço no mercado externo, na avaliação de Alexandre Brito, consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Ele aponta algumas particularidades do Vale da Eletrônica como fatores-chaves do trabalho de busca de clientes no exterior, como a capacidade de desenvolver produtos feitos sob encomenda, o compartilhamento dinâmico das empresas de informações que não tratam de segredos industriais, facilidade logística operacional e capacidade técnica da mão de obra local. 

Termômetro De acordo com o presidente do Sindvel, Roberto Pinto, os encontros de negócios com os compradores de matérias-primas e componentes em setembro vão funcionar como um termômetro da demanda do setor para 2015. A programação que está sendo preparada inclui visitas dos compradores às fábricas do polo, como parte da 13ª Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel) 2014, que ocorre de 3 a 5 de setembro. 

Durante o evento, as 153 empresas vão expor cerca de 13 mil produtos destinados às áreas de eletroeletrônica, construção civil, radiodifusão e defesa. Cerca de 70% do faturamento do polo industrial, estimado em R$ 2,7 bilhões neste ano, é apurado a partir de contratos que começam a ser negociados na Fivel.

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