terça-feira, 17 de março de 2015

Apuros de uma Triatleta (Por Tainá Desidério)

Em todos esses anos de esporte, eu já vivi desde as mais engraçadas situações, até as que me causaram medo. Desta vez , irei contar uma das experiências mais incríveis que já vivi, a qual foi do mais engraçado ao mais sério, em uma só viagem para uma prova . 
Tudo ocorreu na minha ida para João Pessoa-PB, em Agosto de 2014, rumo ao Campeonato Brasileiro de Triathlon Longa Distância no sábado, dia 30 de Agosto de 2014 que, antes mesmo de acontecer, já havia sido conturbada, pois consegui fazer a inscrição após a data de encerramento e após ter enviado um testamento implorando ao presidente da Confederação Brasileira de Triathlon que aceitasse a inscrição fora do prazo. Graças a Deus, ele aceitou. 

Eu peguei o ônibus aqui em Santa Rita do Sapucaí, na manhã da quinta feira (28/08/14), para a cidade de Campinas-SP, pois o check-in do meu voo que saía às 18h, era às 16h30min. O ônibus que peguei parava de 10 em 10 minutos nas cidades que passava, o que já começou a me deixar nervosa com medo de perder o horário e, neste mesmo ritmo, chegamos à cidade de Campinas às 16h. Lá estava eu, em um terminal rodoviário que eu nunca tinha visto na vida, sem saber por onde ir, sozinha com um bicicleta dentro da mala bike, uma mala de mão e uma mochila. Depois de alguns minutos, quase chorando parada lá, chegou um senhor até mim e perguntou se estava precisando de ajuda. Expliquei que precisava de um táxi para me levar ao aeroporto e ele me ajudou e conduziu até o ponto.

O transtorno continuava, pois o único taxista disponível disse que a minha bicicleta que estava desmontada dentro  de uma mala, poderia danificar o banco do seu carro. Após muita conversa, consegui convencê-lo a me levar, já em cima da hora, para realizar o check-in . Percorridos os quase 20 km rumo ao aeroporto de Viracopos, chegamos e vi o preço do táxi. Quase morri do coração, pela segunda vez... um absurdo!

Ao pagar o taxista, coloquei minhas malas em um carrinho e fui procurar o guichê da Gol para realizar o check-in. Fiquei rodando igual louca e, quando resolvi pedir instrução de como chegar para realizar o check-in, descobri que estava do outro lado do aeroporto. Dei uma baita volta e, enfim, cheguei ao guichê já “causando”, pois, a mala bike, que era muito grande, enroscou nos guias da companhia e foi derrubando um por um sem que eu visse. Quando me dei conta, estavam todos caídos e todo mundo olhando pra mim. Levantei um por um e realizei o check-in com sucesso.

Peguei o voo para a cidade de Brasília-DF, pois havia conexão. Chegando em Brasília, fiquei horas e horas sentada esperando o próximo voo para João Pessoa. Chegada a hora do voo, embarquei e lá cheguei na madrugada da sexta-feira, dia 29/08/2014. No aeroporto, deparei com um senhor segurando uma placa com o meu nome, o qual estava incluso no meu pacote de viagem. Esperamos mais 2 ou 3 pessoas e ele nos levou para uma vã turística para nos conduzir aos nossos hotéis . Durante o percurso Aeroporto x Hotel, vi várias placas indicando a praia de Cabo Branco onde se localizava meu hotel e, todas as vezes, o motorista não seguiu o caminho das placas o que me levou pelo 3º quase ataque do coração. Eu cheguei a pensar que estava sendo sequestrada, mas logo avistei a praia e meu hotel . 

Dei entrada no hotel e fui para minha linda e gigante suíte onde me senti a própria rainha da Inglaterra. Só que pobre, descabelada e cansada! Dormi como uma pedra até a manhã de sexta feira!

Ao acordar, fui arrumar minhas coisas e montar a bike, quando sofri o 4º e o 5º quase ataques do coração ao ver que o clip da bike onde se apoia o braço estava quebrado e o pneu estava murcho. A pressão do avião o havia estourado e rasgado a câmara de ar .

Lá estava eu: sozinha em um lugar que eu nunca havia estado, com um pneu na mão procurando uma bicicletaria. Andei horas na beira da praia procurando uma, até achá-la depois de ter percorrido quase 10km debaixo de um sol de quase 40º. Voltei para o hotel, almocei, descansei e, mais tarde, fui ao simpósio. Enfim, estava tudo pronto para uma das provas mais importantes da minha carreira. 

A largada para os 1,9km de natação, 90 km de ciclismo e 21km de corrida, foi às 13h debaixo de um sol “torrante’’, na praia de Cabo Branco .

Depois de muitas dificuldades na prova e muito esforço para me manter dentro do índice para obter a classificação para o Campeonato Mundial de Triathlon Longa Distância que será realizado na Suécia, em junho deste ano, completei a prova em quase 8 horas sem parar e, além de ter obtido a classificação, me sagrei Campeã Brasileira de Tri Longa Distancia 2014. Na bagagem trouxe não só o título, mas também essa experiência que irei carregar pra sempre. 

Oferecimento: Lanchonete do Modesto

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