quinta-feira, 28 de maio de 2015

O trabalho de Dona Chica (Por Danlary Tomazini)

Em um dia qualquer, depois de uma tarde passeando pela Festa junto com as crianças, sentei para descansar e peguei carona na conversa alheia. Dona Chica – que há 17 anos vende seu artesanato próximo ao coreto e parece conhecer todos na cidade - contava um de seus muitos causos e histórias sobre Santa Rita do Sapucaí e os fatos me deixaram curiosa. Ao terminar, indaguei: “E a Festa, Chica? Tem muita história?” A resposta rendeu assunto. Chica me deu uma aula de contos santa-ritenses, enquanto ela própria, cheia de nostalgia, por vezes com os olhos marejados, relembrava detalhes da sua infância. 
A festa não foi sempre assim, disse ela. Houve tempos em que as barracas eram montadas circulando a Praça da Matriz e romeiros vinham de fora somente para celebrar o aniversário da Santa com os cidadãos daqui. Sinhá Moreira contratava cozinheiras para preparar o almoço do dia 22, que era servido na praça, para quantos pudessem comer. Enquanto os mais velhos se serviam, moços e moças circulavam em uma discreta paquera. Já as crianças, ficavam aguardando, ansiosas, por aqueles que depositavam donativos na urna da imagem que ficava em frente à igreja velha, somente para retirar alguns trocados para si, seguidos de um “com licença e obrigado” para a Santa, antes de irem felizes (e um pouco pecadoras) comprar cartuchos de doces e outras novidades. Nada de eletrônico nessa época. O que fazia sucesso entre a garotada eram os vestidos de chita e as pequenas galinhas de madeira que, quando apertadas, expeliam um ovo.

Confesso que em meus primeiros anos aqui, não entendia muito bem a Festa de Santa Rita. Sou de outra terra, de outras festas. Mas, ainda que os tempos sejam outros, ouvir essas histórias, ver pessoas em volta participando da conversa e saudosamente recordando, enquanto meus próprios filhos ficavam curiosos e extasiados com todo o ar de novidade que invade nossa cidade no mês de maio, me colou um sorriso no rosto e entendimento no coração. Finalmente, o tempo de barraquear chegou!

Oferecimento: Supermercado Avenida - Unissul.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Já adquiriu o seu Almanaque Cultural Santa-ritense?

É nóis no Shopping Center (Por Pasta Flora Pinto)

Como acontece no Shopping de Pouso Alegre, cidade satélite da Grande Santa Rita, o nosso centro de compras informais, montado às margens do rio onde foi proclamada a independência da Metrópole, tem recebido um movimento maior em sua praça de alimentação. O nosso Burger King parece ser o glorioso Churros do Japonês, tão assíduo na quermesse quanto o lendário pernil da copa de 1950. Se na barraca da igreja, cada noite é dedicada a uma colônia que ajudou a criar a freguesia, nas tendas visitantes a hegemonia tem sido da Colônia Chinesa, com seu afamado “pastel de flango”. Neste ano, a baiana ainda não foi vista e o acarajé tem feito falta na curva do grande armazém. O mesmo não podemos dizer das extintas roletas valendo golpe e do falecido burrinho pintado de zebra. 
Estudiosos, agitadores e astrólogos têm se perguntado por que as atrações desse verdadeiro paraíso do consumo sem nota fiscal não tem atraído tanto a atenção de nossos conterrâneos. Há quem diga que, como as leis ficaram um pouco mais rigorosas para a vinda das barracas, somente os empreendedores mais bem-sucedidos tomaram o rumo da terra onde João Onça e Antônio Mais ou Menos fincaram bandeira. Outros bacharéis chegaram à conclusão de que a população percebeu que não é de bom tom sangrar os estabelecimentos que permanecem o ano todo por aqui e pagam seus impostos, enquanto a concorrência desleal leva o suado adiantamento do mês de maio, sem nenhuma contrapartida. 

Se, em filmes de ficção, nossos antepassados viam um futuro com carros voadores e robôs intergaláticos, a novidade nas tendas de produtos Xing-Ling  tem sido o famoso “pau de selfie” e o anel de abrir garrafa. Talvez tivéssemos sonhado com um futuro um pouco distante dessas verdadeiras maravilhas do mundo moderno, mas quem é que vive hoje em dia sem uma calcinha que imita a padaria da Valeska Popozuda ou o boné com que Catra presenteou seu filho número 236/018? As necessidades são outras, mermão. Nesta festa já vi boliviano dançando funk e até vendedor de panelas oferecendo as datas para as próximas manifestações.

Ao atravessar a Ponte Coronel Muela, chegamos ao nosso próprio Walter World com brinquedos de dar adrenalina até no bolso dos pais de família mais prevenidos. Se o churros custa três malandros do lado de lá por usar a água gourmet da Copasa em sua primorosa receita de fabricação, cinco minutos na montanha russa travestida de abelhinha não poderia custar menos do que o dobro desse valor. É o efeito da crise na Disneylândia.

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terça-feira, 26 de maio de 2015

ETE FMC cria “Laboratório do Corpo” para incentivar o desenvolvimento de protótipos, voltados ao setor esportivo

“Tão veloz quanto um atleta de alto rendimento, a tecnologia avança, em todos os setores, e requer constante evolução.” Com essa ideia em mente, o professor de Educação Física da ETE FMC, Eduardo Ribeiro, percebeu que muitos protótipos desenvolvidos pelos alunos da escola de eletrônica poderiam sofrer adaptações para serem aplicados no mundo esportivo, mas esbarravam em alguns obstáculos. Em primeiro lugar, os protótipos eram desmontados após a feira e perdiam a chance de virarem bons produtos. Em segundo, porque eles não tinham um local apropriado para aprimoramento e testes. “Quando estagiei na Escola Paulista de Medicina, via muitos atletas de seleções serem submetidos a avaliações e constatei que os testes utilizavam equipamentos caros e importados. Eu pensei: porque não desenvolvermos produtos, dentro da ETE FMC, com o objetivo de suprir esta demanda, mas com preços competitivos para o mercado brasileiro?” – foi a reflexão do professor Ribeiro. 
Com este raciocínio, ele começou a orientar os alunos que desejassem aplicar a tecnologia ao setor esportivo e diversos protótipos começaram a surgir, com o suporte de profissionais da área técnica, dentro da própria instituição.

Para dar suporte ao professor, o DDI (Departamento de Desenvolvimento Institucional), setor que visa a captação de recursos e criação de parcerias, entrou em cena para ajudá-lo a desenvolver um documento a ser inscrito para receber apoio externo. Os recursos vieram de uma empresa da Espanha, ligada aos Jesuítas, que investiu no projeto e ofereceu a oportunidade para que a escola criasse um local apropriado para desenvolvimento e testes de equipamentos eletrônicos.
Até o momento, dois protótipos têm sido testados no local. Em paralelo às atividades técnicas, a escola tem utilizado o espaço para oferecer aulas de ginástica, nos cerca de 20 equipamentos adquiridos especialmente para o “Laboratório do Corpo”. Professores de outras disciplinas e da área de biomedicina também têm utilizado o local para planejar suas aulas ou aprimorar os seus conhecimentos sobre técnicas de reabilitação. Para oferecer apoio a este volume considerável de ações, a professora Liana Ordine tem se responsabilizado pela academia, com o apoio de um instrutor, formado em educação física, que acaba de ser contratado. A previsão é de que, nos próximos meses, um profissional da área técnica também atue em tempo integral. 
Como a carreira de um atleta é limitada em função da idade, tais profissionais requerem soluções rápidas para suas necessidades, o que levou a ETE FMC a buscar parcerias com instituições que a auxiliem na transformação desses protótipos em produtos, rapidamente. “Estamos em negociação com algumas instituições e, em breve, teremos firmado importantes parcerias.” – diz o professor Ribeiro.

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Forma como Santa Rita lida com as artes na educação é capa da Revista Nova Escola

Santa Rita do Sapucaí é destaque de reportagem da Revista Nova Escola. A aluna que ilustra a capa e a reportagem estuda na Escola Municipal Valéria Junqueira. Veja, a seguir, trecho da matéria em que exemplo local é citado.
O que é arte? Onde pode ser encontrada? Quem é capaz de apreciá-la? Quem a produz? Ao pensarmos nessas perguntas, é natural que evoquem respostas associadas ao universo da cultura erudita. Arte é um quadro de Portinari, uma sinfonia de Mozart, um filme de Godard ou uma coreografia de Deborah Colker. Habita museus concorridos, refinadas salas de concerto, cinematecas cult e teatros renascentistas. Está à disposição de uns poucos privilegiados dotados de sensibilidade aguçada para decifrar suas mensagens. E, sobretudo, é realizada exclusivamente por indivíduos geniais, predestinados, únicos. Em uma palavra: para ser artista, é preciso ter um dom.

Nessa trajetória, um primeiro passo é pôr a turma para enfrentar desafios artísticos. Cabe ao professor apresentar a provocação, como faz Maria da Paz Melo, docente da Escola Municipal Valéria Junqueira Paduan, em Santa Rita do Sapucaí, a 386 quilômetros de Belo Horizonte. Seus alunos, cujas fotos e obras ilustram esta reportagem, precisam lidar com situações como desenhar o movimento de fios e barbantes pendurados no teto. Além de recorrrer a questionamentos que envolvam aspectos técnicos, é possível desafiar abordando um determinado tema (a sensação de viver numa grande cidade), estudando a fundo um movimento artístico (o renascimento italiano) ou investigando como se estruturou a produção de arte em um certo lugar (a confecção de máscaras nas tribos africanas). O objetivo é levar a garotada a mergulhar no contexto de produção e conhecer como se expressam os artistas.

Veja a matéria inteira aqui.

Oferecimento:Zomng!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Show traz melhores momentos da história do Blues a Santa Rita

Composições do estilo que deu origem ao Rock and Roll e resgate de histórias marcantes marcam apresentação da Patronagens Band.
Neste sábado, 30 de maio, o Teatro Inatel vai receber o show Uma Viagem pelo Mundo do Blues, que marca o pré-lançamento do Vale Music Festival 2015 - em uma parceria com as comemorações dos 50 anos do Inatel.

O show trará versões de canções raras, como os worksongs do início do século XX, que deram origem ao estilo. E também de clássicos, como músicas de Robert Johnson, um dos pioneiros do estilo que nasceu ás margens do Rio Mississippi. E de nomes como Muddy Waters, que participou do grande salto que o Blues deu na cena de Chicago, e de B.B. King, considerado o Rei do Blues, que faleceu no último dia 14. Artistas mais atuais também estarão presentes no repertório.

“O espetáculo começou a ser montado com um estudo profundo sobre o estilo, que exigiu meses de trabalho. Depois fomos fazendo uma curadoria com a ajuda de amigos de áreas diversas. Tiramos as músicas, ensaiamos, e trabalhamos na produção do show”, afirma Juliano Ganso, baixista da banda Patronagens Band, que conduzirá o show.


O espetáculo Uma Viagem pelo Mundo do Blues começa as 19h30min, e acontece no Teatro Inatel, em Santa Rita do Sapucaí. Os ingressos custam R$15,00. E podem ser adquiridos na Boutique Thenácy, Casa Miranda, Musical Dias, DA Inatel ou pelo telefone (35) 8815-4272. Também serão vendidos no local.

Evento de Blues Imperdível neste final de semana!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Livro sobre cultura e história de Santa Rita, estará disponível a partir de hoje

O Almanaque Cultural Santa-ritense, livro que traz 83 reportagens sobre a cultura, a história e as pessoas de Santa Rita do Sapucaí começa a ser vendido a partir de hoje. Os interessados podem adquirir o exemplar à Rua Cel. Antônio Moreira da Costa 333, Centro (Rua da Cemig), das 14 às 18 horas. Em breve, o livro será vendido também nas bancas e lojas da cidade. Mais informações: emporiodenoticias@hotmail.com ou 3471 3798. O custo do exemplar é de 45 Reais para retirada no local e 50 para envio pelos Correios.

Sobre o livro:

Santa Rita do Sapucaí é uma cidade única. Com menos de 40 mil habitantes, dela saíram presidente da república, governador, ministros, deputados, jogador da seleção, atletas de renome, artistas e até um serial killer. Nela vivem (ou viveram) pracinhas de guerra, um sobrevivente dos campos de concentração de Java, tropeiros, pescadores, curandeiros e o neto do Conde Zeppelin.

Em "Almanaque Cultural Santa-ritense", livro a ser lançado em maio, será possível conhecer as histórias, aventuras e personalidades que fizeram de Santa Rita do Sapucaí um dos lugares mais singulares de quem se tem notícia. Após décadas de pesquisas, Carlos Romero Carneiro reuniu, em dois volumes, as melhores reportagens produzidas sobre sua terra natal. "Através desta obra, o leitor terá a oportunidade de ler e reler 83 textos surpreendentes e que mostram muito do que nós somos." - conta o autor.

O primeiro volume está previsto para lançamento em maio e os exemplares podem reservados pelo fone 35 3471 3798 ou emporiodenoticias@hotmail.com. 

"Reunimos o que há de mais curioso sobre Santa Rita e o resultado ficou muito interessante." - conta Carlos Romero.

Saiba quais serão as reportagens disponíveis no primeiro volume:

- As incríveis peripécias do inacreditável Zezico
- O Código de Posturas de 1917
- As cartas de Lobato a Rangel
- Os arquivos secretos do DOPS
- Viagem a Santa Rita de 1874
- Retorno a Santa Rita da Boa Vista, em 1884
- As últimas horas do presidente Delfim Moreira
- Relíquias do Livro do Tombo da Paróquia
- As cartas do Coronel Gabriel Capistrano
- Conde Zeppelin vive aqui        
- Incríveis previsões para 2019                         
- De Java a Santa Rita                                               
- Santa-ritenses e seus apelidos                                
- Quando a cidade saiu do breu                                
- As lendas e causos do doutor Eduardo Adami              
- Um santa-ritense na revolução de 1932                                  
- Voos e rasantes de Gaivota                                      
- Atentado às torres gêmeas e Santa Rita                                         
- A história do futebol em Santa Rita                           
- Senador Godoy e a Província do Rio Sapucaí                                        
- O sábio Gumercindo Rodrigues                                  
- Pedras preciosas e muito ouro em Santa Rita?           
- A inauguração do busto de Delfim Moreira                 
- As aventuras de Toninho Anão                                    
- Santa Rita das Petecas                                             
- Delfim e Wenceslau, na corte imperial                       
- Adirson e as origens de nossa cidade                         
- Um urubu chamado Frederico                             
- O cultivo do café em Santa Rita                               
- A história de nossas pontes                                      
- O integralismo em Santa Rita                                  
- Entrevistamos Francisco Moreira Neto                      
- O domingo mais trágico da história de Santa Rita     
- Fé, garra e conquistas de Luiz Donato                       
- As lendas do Mato Sanico                                        
- No tempo dos grandes festivais                                             
- Paixão pelo Ford T                                                   
- Entrevistamos o pernil da Festa de Santa Rita          
- Três passagens da década de 80                               
- Os primeiros voos de Hermes Moreira                       
- Próxima parada, Estação Rennó                               
- Quando as águas do Sapucaí banhavam o Catete     
- Nando, patrimônio santa-ritense                              
- Maria Bonita, fina flor que a cidade acolheu                                                          
- A menina que viu o Zeppelin                                   
- Brandani,  a arte e as abelhas                                
- Recordações de Benedito Zeferino                            
- Os passageiros da Avenida Sapucaí                          
- A namorada de Altemar Dutra                                   
- Os velhos engenhos do Bom-Retiro                          
- As proezas de Joaquim Amâncio                               
- A vida de Haidée Cabral                                          
- A poderosa ASA                                                      
- Uma moça centenária em Santa Rita                        
- Felipe Elias e a imigração libanesa                          
- Rubens, o último herói de guerra santa-ritense         
- O monumento a Ruy Barbosa                                   
- Os feitos de nossos radioamadores                          
- Um sobrevivente dos anos 80                                  
- Lembranças do nosso futebol                                   
- O centenário Geraldo Costa                                      
- O cinema em Santa Rita                                           
- A festa das jabuticabas                                             
- A história de Petite e Betão                                     
- Pantera, um grande amigo                                        
- Tiãozinho                                                               
- As vidas de José Adão                                             
- Os primórdios da Escola Normal                               
- Recordações do velho Mercado                               
- Cutuba, el Magnífico                                              
- Os bustos de Joaquim Inácio                                    
- A última entrevista de Dom Vaz                               
- O Porto Sapucaí                                                     
- O lituano Vladas e seu Bife de Ouro                                             
- Ele virou palhaço, mudou de nome e fez história      
- A curiosa história da família Ponte                          
- Sebastião Felipe, o Pica                                         
- Aventuras de uma família italiana em Santa Rita     
- A última lição que o meu pai deixou                         
- A estilista dos mil vestidos                                       
- A última rainha do Clube Santa-ritense                              
- Recortes que contam histórias de Santa Rita  

Serviço:
- Título da obra: Almanaque Cultural Santa-ritense - Curiosidades surpreendentes sobre a cultura, a história e as pessoas de Santa Rita do Sapucaí
- Paginação: 252 páginas           
- Autor: Carlos Romero Carneiro
- Editora: Ainda não definida
- Reserva: emporiodenoticias@hotmail.com ou (35) 3471 3798
- Preço: ainda não confirmado

O autor:
Formado em Comunicação Social pela Universidade de Ribeirão Preto e especializado em Planejamento de Comunicação pela Miami Ad School, Carlos Romero Carneiro é Assessor de Comunicação da ETE FMC, sócio da agência de publicidade Take Five Propaganda e proprietário do jornal Empório de Notícias. No mercado de comunicação desde 2001, arriscou no ramo jornalístico e produziu alguns livros como "Tudo começou aqui" (que conta a história da ETE FMC), "Os 60 anos do Colégio Tecnológico Delfim Moreira" e "Vale da Eletrônica", a ser lançado em junho. Em "Almanaque Cultural Santa-ritense - Volume 1" o autor reúne as principais reportagens que produziu e colecionou sobre a história de Santa Rita do Sapucaí. O segundo volume ainda não tem data prevista para lançamento.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Manaus pode absorver polo tecnológico do Vale Mineiro

Fonte: Portal da Amazônia

MANAUS - O Polo Industrial de Manaus (PIM) poderá abrigar, nos próximos anos, a produção de pelo menos 40 empresas hoje instaladas no Polo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto, que veio a Manaus para conhecer as vantagens fiscais do modelo Zona Franca, a falta de incentivos estaduais no chamado Vale da Eletrônica poderá fazer com que as empresas lá instaladas percam competitividade devido aos preços.
Segundo Pinto, a falta de incentivos no Sudeste pode elevar em até 50% o preço final dos produtos eletrônicos produzidos no Estado mineiro –tornando-os, portanto, pouco interessantes para o mercado. “Estamos muito bem estruturados lá. Temos toda a ambiência da produção. Mas não adianta chegar no fim e o mercado não comprar meu produto por causa de incentivos fiscais.
Produzir em Manaus talvez represente uma diferença próxima de 45% a 50% no custo com tributos com os incentivos que temos aqui”, avalia o presidente do Sindvel. Para o presidente, o Polo Industrial de Manaus é o ambiente ideal para produzir produtos eletrônicos a preços competitivos sem comprometer os investimentos já realizados. “A competitividade na produção de placas eletrônicas no mundo está, em primeiro lugar, na Zona Franca de Manaus – que é a nossa preferência –; e sem segundo lugar na China, na cidade de Shizen”, afirmou.
Souza Pinto explica ainda que hoje o Estado de Minas Gerais tem os benefícios incentivados no ICMS, que é o diferimento na importação da matéria-prima e no faturamento do produto. Mas o Estado, no momento, opera os incentivos somente aos produtos que já constam do protocolo de intenções de incentivos do governo e na relação estadual de produtos incentivados, não incluindo, portanto, novas empresas e novos produtos. “Como o Vale da Eletrônica é eternamente germinado, onde nascem eternamente novas empresas pelas incubadoras, é possível que tenhamos novas 10 ou 15 empresas durante um ano”, disse. 
Ainda segundo Pinto, a perspectiva de investimentos em Manaus é de R$ 500 mil reais por empresa, o que representaria investimentos na ordem de R$ 20 milhões de reais e geração de mais de três mil postos de trabalho até 2016.

PIM já abriga empresas 

Das 153 empresas que constituem o Arranjo Produtivo Eletrônico (APL), cinco já estão instaladas no Polo Industrial de Manaus, gerando 600 empregos e faturamento de R$ 250 milhões por ano. Entre elas está a Trony Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos da Amazônia Ltda., fabricante de produtos da marca Citrox.
De acordo com o diretor Rodrigo Borges, a unidade “manauara” da fábrica já é a principal responsável pelo faturamento da empresa. “Nossa empresa veio para cá em 2007 e a cada ano aumentamos a nossa fábrica aqui. Continuamos com nossas unidades em Minas Gerais, porém, a maior parte do nosso faturamento já vem de Manaus”, comemorou.
Para o superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Gustavo Igrejas, o PIM tem todo um pacote de incentivos que possibilita que essas empresas se mudem para cá, ao invés de irem para a Ásia. “(A vinda de novas empresas) é importante porque a crise que estamos passando não é uma crise do modelo Zona Franca, é uma crise nacional e mundial. A experiência que nós temos na fabricação desses produtos e os pacotes de incentivos favorecem que essas empresas venham para cá”, acredita Igrejas.

Efeito PT? Quarenta empresas de Santa Rita podem se mudar para Manaus até o final do ano

Fonte: Jornal O Tempo

Um total de 40 fabricantes de eletroeletrônicos hoje instalados em Santa Rita do Sapucaí (MG) devem se mudar para a Zona Franca de Manaus (ZFM) ainda este ano, em busca dos incentivos fiscais do modelo. Com isso, a previsão é que o Polo Industrial (de Manaus) agregue mais 1.500 empregos em 2015, embora essa marca possa chegar aos 6.000 postos de trabalho em 2016.  

A informação foi concedida nesta segunda (18) pelo diretor da empresa Alarmes Santa Rita e presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí (Sindvel), Roberto de Souza Pinto, em coletiva realizada nesta segunda (18), no Novotel, situado no bairro Distrito Industrial, Zona Sul da capital. 

O ‘Vale da Eletrônica’, como é conhecido o polo industrial e tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, conta atualmente com 153 empresas de produtos diversos, mas os segmentos de áudio e vídeo não são incentivados pelo governo local – em especial com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) –, o que levou as empresas a buscarem um novo endereço para produzir. 

“O polo tecnológico de Santa Rita do Sapucaí tem grande interesse em se instalar em Manaus ainda até o final deste ano de 2015. (…) O governo de Minas Gerais não está incluindo os novos produtos desenvolvidos pela empresa, o que faz com que a manufatura destes produtos fiquem inviáveis”, destacou Roberto de Souza Pinto. 

Segundo ele, só existe benefício tributário sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços (ICMS), deferido na importação de matéria prima e faturamento de produtos. 

Placas eletrônicas 

O representante da Sindvel – que é filiada à Federação da Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiec) – disse que o conjunto de estímulos fiscais e extrafiscais ofertados pelo PIM – é o maior atrativo para a mudança, já que a redução dos tributos promove um corte de 45% a 55% nos custos de produção. 

“Temos a intenção em produzir placas eletrônicas em Manaus. Após uma pesquisa, percebemos que a Zona Franca de Manaus é, no Brasil, o número um do mundo, perdendo apenas para a China em competitividade”, afiançou acrescentando que a cidade de Shenzhen, situada no país asiático, era a segunda opção dos fabricantes mineiros. 

Roberto de Souza Pinto afirmou que há três formas das novas empresas virem para o PIM. Elas podem vir individualmente, em grupo ou podem formar parceria com empresas locais para produzir seus produtos, utilizando desta forma a estrutura e infraestrutura já existente na cidade. 

O dirigente disse também que as companhias mineiras vão fazer parcerias com empresas de aviação para melhorar a logística na distribuição dos produtos. “Um produto tem que estar distribuído em todo o mercado do Brasil após sua produção, em no máximo 48 horas”, justificou. 

Sem citar nomes, o presidente do Sindvel acrescentou ainda que já existem cinco pequenas empresas do ‘Vale da Eletrônica’ instaladas em Manaus gerando mais de 600 empregos diretos. 

“Os empresários não transferiram a fábrica, criaram uma filial e a produção só cresceu. Todos já bateram quase 70% das metas. Se não tivessem vindo seus produtos estariam descontinuados”, salientou. 

Reunião e greve 

Após a coletiva, no hall do hotel, o titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Gustavo Igrejas, chegou ao local e marcou uma conversa com Roberto Souza, para às 15h, na sede da autarquia. O dirigente salientou que a vinda de empresas para Manaus é “sempre importante” e que a crise não é da Zona Franca, mas do Brasil. 

“Nesse momento de crise econômica nacional será importante que essas empresas venham para cá e o problema de competitividade, com o incentivo e a experiência que a ZFM tem ela será favorecida”, comentou. 

Perguntado a respeito da greve dos servidores da autarquia, decidida na semana passada para iniciar nesta quinta-feira (21), por tempo indeterminado, “é um direito do servidor”, mas fez questão de ressaltar que não haverá desrespeito à legislação, nem prejuízos ao Amazonas durante a paralisação. 

Com informações de Conceição Melquíades (especial EM TEMPO Online) e Silane Souza (Jornal EM TEMPO)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A garra de Dona Bernadete (Por Danlary Tomazini)

Querida Dona Bernadete!

Adorei conhecê-la! É uma pessoa muito especial. Daquelas com quem todos deveriam conversar, ao menos uma vez na vida, para ter o prazer de rever os próprios conceitos e ouvir, mentalmente, a sua risada gostosa, capaz de  espantar qualquer tristeza.

E pensar que risada tão boa vem de uma pessoa que sofreu tanto, nos últimos anos! Enfrentar a descoberta de um aneurisma, sofrer um AVC durante a retirada do mesmo, acordar depois de 18 dias em coma, sabendo que, dali para a frente, teria novas coisas para aprender e dificuldades para superar. Admirei-me ao ouvi-la falar sobre a quantidade de pessoas boas que existem no mundo. Enquanto falamos que o mundo está perdido, a senhora conta como é grata por todos que passaram no seu caminho, como a mocinha no hospital que, carinhosamente, arrumava os seus cabelos, enquanto você não recuperava o movimento dos braços.

A senhora, sem dúvida, foi uma mulher à frente do seu tempo. Buscou independência sem descuidar do bem estar e da educação de seus três filhos – que tanto a amam - e ainda persistiu na busca do sonho de trabalhar em escolas. Durante 20 anos, na vida de quantas crianças a senhora já fez a diferença, heim?

Quando me recebeu de braços abertos em sua casa, acertou falar o meu nome na primeira tentativa e foi logo contando sobre os anos em que trabalhou no início da MCM, aqui na cidade, com uma patroa de nome diferente e, assim como o meu, derivado de junções mirabolantes (outra grande mulher, por sinal). Confesso que minha empatia foi instantânea e meu coração se apertou por não contar a verdade sobre o real motivo da minha visita.

Mas foi uma omissão necessária. Afinal, como parabenizar uma mulher tão querida que, durante seis anos consecutivos, foi homenageada pelos formandos do nono ano da Escola Luís Pinto, eleita a funcionária preferida dos alunos? 

Sem dúvida, a sua garra, determinação e amor de mãe representam muitíssimo bem o Espírito Maternal e contagia a todos que estiverem perto. Um feliz dia das Mães a você e a todas as mães Santa-ritenses!

Oferecimento:


Site disponibiliza mais 300 audiolivros grátis para baixar

O Projeto Livro Falado tem em seu acervo mais de 300 audiolivros, com obras de grandes autores nacionais e internacionais. 
O site é voltado para pessoas com deficiência visual. Títulos como “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry; “Laços de Família”, de Clarice Lispector; e “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, estão na seleção. 

Para ouvir as histórias, basta fazer um cadastro simples e depois clicar no livro desejado. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Luiz Gomes e os 50 anos do Inatel (Por Salatiel Correia)

Todo autor é um escritor de si mesmo e do que viveu. Nesse sentido, a memória é um dos assuntos mais recorrentes da obra literária. Um homem apreciando uma xícara de chá e saboreando uma Madeleine já se tornou uma cena emblemática da literatura mundial na pena de um escritor do primeiro time da prosa moderna. Falo do francês Marcel Proust.
Entre um gole e outro de chá, Proust transportou todos os recursos da memória para sua escrita. Nascia assim um dos maiores romances do mundo em tamanho (três mil páginas) e conteúdo: “Em Busca do Tempo Perdido”. Neste, Proust narra, num tempo extremamente lento, o passar de sua infância e adolescência, na pequena Combray - a vida mundana nos saraus de Paris. 

Confesso que tive um desses momentos proustianos ao entrar, dias atrás, no site do Inatel e deparar-me, na comemoração do seu cinquentenário, com a figura do Diretor da escola nos meus tempos de instituto. Trata-se do Professor Luís Gomes da Silva Júnior. Olha que já faz uns 35 anos! Naquela época, o Inatel era um adolescente; hoje, é um se-nhor maduro, prestes a completar 50 anos.

O Professor Luís Gomes foi o último diretor da escola, importado de Itajubá. Depois dele, veio o ciclo dos diretores da chamada “prata da casa”, cuja principal obra foi, a meu ver, consolidar a identidade da escola. Conseguiram isso. Gestão continuada, competência e compromisso com a instituição foi a receita do sucesso da consolidação dessa identidade.

O Inatel deve muito ao idealismo do mestre de Itajubá que, apesar de ser de lá, sempre teve a escola de Santa Rita no seu coração. Vestiu de verdade a camisa da instituição. No seu tempo, a escola idealizada pelo professor José Leite viveu o primeiro ciclo das grandes construções. Sob a batuta da dinâmica gestão do Professor Luís Gomes, prédios, laboratórios e o auditório Aureliano Chaves se tornaram realidade. Hoje, pelo andar da carruagem, o ritmo frenético das construções que ocorrem no campus da escola, demandadas pelo crescimento da instituição, fará com que o Inatel chegue até à Igreja de São Benedito!

Naquele tempo era imprescindível ter bom relacionamento com o Ministério da Educação - na distante Brasília - do primeiro ao segundo escalão. Ciente disso, o mestre de Itajubá soube usar sua astúcia política no sentido de construir bons aliados que poderiam ajudar o Inatel a consolidar-se como instituição, aliás, recentemente reconhecida pelo Ministério da Educação.

Homem carismático, Luís Gomes sabia construir relacionamentos com políticos que ajudaram a consolidar o Inatel como instituição. O primeiro deles era contemporâneo seu dos tempos de faculdade em Itajubá - Aureliano Chaves, na época, Vice-Presidente da República. Tinha ele também boa convivência com o ministro Bilac Pinto e com seu filho, à época, deputado federal, Francisco Bilac Pinto.

“Jogar confete” no segundo escalão do Ministério da Educação fazia-se necessário também. Tudo em nome da escola que o professor Luís Gomes administrava com o maior entusiasmo e dedicação. Enquanto escrevo estas linhas, vem-me à memória aquela placa que foi colocada, às pressas, num lote baldio ao lado do Inatel, para homenagear um simples burocrata do segundo escalão, o então Chefe do Departamento de Assuntos Universitários do Ministério da Educação que visitava o Instituto. Coisas assim convergiam aos interesses da escola ainda em processo de consolidação, acima de tudo.

Luís Gomes da Silva Júnior foi um diretor de importância na história do cinquentenário do Inatel. Idealismo, honestidade e competência resumem a grandeza da alma de um homem que teve sua importância para a instituição. Um homem que, de fato, sempre amou o Inatel.

(Salatiel Correia é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas, Mestre em Planejamento Energético. É autor, entre outras obras, do livro Tarifas e a Demanda de Energia Elétrica)

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