terça-feira, 19 de maio de 2015

Efeito PT? Quarenta empresas de Santa Rita podem se mudar para Manaus até o final do ano

Fonte: Jornal O Tempo

Um total de 40 fabricantes de eletroeletrônicos hoje instalados em Santa Rita do Sapucaí (MG) devem se mudar para a Zona Franca de Manaus (ZFM) ainda este ano, em busca dos incentivos fiscais do modelo. Com isso, a previsão é que o Polo Industrial (de Manaus) agregue mais 1.500 empregos em 2015, embora essa marca possa chegar aos 6.000 postos de trabalho em 2016.  

A informação foi concedida nesta segunda (18) pelo diretor da empresa Alarmes Santa Rita e presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí (Sindvel), Roberto de Souza Pinto, em coletiva realizada nesta segunda (18), no Novotel, situado no bairro Distrito Industrial, Zona Sul da capital. 

O ‘Vale da Eletrônica’, como é conhecido o polo industrial e tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, conta atualmente com 153 empresas de produtos diversos, mas os segmentos de áudio e vídeo não são incentivados pelo governo local – em especial com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) –, o que levou as empresas a buscarem um novo endereço para produzir. 

“O polo tecnológico de Santa Rita do Sapucaí tem grande interesse em se instalar em Manaus ainda até o final deste ano de 2015. (…) O governo de Minas Gerais não está incluindo os novos produtos desenvolvidos pela empresa, o que faz com que a manufatura destes produtos fiquem inviáveis”, destacou Roberto de Souza Pinto. 

Segundo ele, só existe benefício tributário sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços (ICMS), deferido na importação de matéria prima e faturamento de produtos. 

Placas eletrônicas 

O representante da Sindvel – que é filiada à Federação da Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiec) – disse que o conjunto de estímulos fiscais e extrafiscais ofertados pelo PIM – é o maior atrativo para a mudança, já que a redução dos tributos promove um corte de 45% a 55% nos custos de produção. 

“Temos a intenção em produzir placas eletrônicas em Manaus. Após uma pesquisa, percebemos que a Zona Franca de Manaus é, no Brasil, o número um do mundo, perdendo apenas para a China em competitividade”, afiançou acrescentando que a cidade de Shenzhen, situada no país asiático, era a segunda opção dos fabricantes mineiros. 

Roberto de Souza Pinto afirmou que há três formas das novas empresas virem para o PIM. Elas podem vir individualmente, em grupo ou podem formar parceria com empresas locais para produzir seus produtos, utilizando desta forma a estrutura e infraestrutura já existente na cidade. 

O dirigente disse também que as companhias mineiras vão fazer parcerias com empresas de aviação para melhorar a logística na distribuição dos produtos. “Um produto tem que estar distribuído em todo o mercado do Brasil após sua produção, em no máximo 48 horas”, justificou. 

Sem citar nomes, o presidente do Sindvel acrescentou ainda que já existem cinco pequenas empresas do ‘Vale da Eletrônica’ instaladas em Manaus gerando mais de 600 empregos diretos. 

“Os empresários não transferiram a fábrica, criaram uma filial e a produção só cresceu. Todos já bateram quase 70% das metas. Se não tivessem vindo seus produtos estariam descontinuados”, salientou. 

Reunião e greve 

Após a coletiva, no hall do hotel, o titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Gustavo Igrejas, chegou ao local e marcou uma conversa com Roberto Souza, para às 15h, na sede da autarquia. O dirigente salientou que a vinda de empresas para Manaus é “sempre importante” e que a crise não é da Zona Franca, mas do Brasil. 

“Nesse momento de crise econômica nacional será importante que essas empresas venham para cá e o problema de competitividade, com o incentivo e a experiência que a ZFM tem ela será favorecida”, comentou. 

Perguntado a respeito da greve dos servidores da autarquia, decidida na semana passada para iniciar nesta quinta-feira (21), por tempo indeterminado, “é um direito do servidor”, mas fez questão de ressaltar que não haverá desrespeito à legislação, nem prejuízos ao Amazonas durante a paralisação. 

Com informações de Conceição Melquíades (especial EM TEMPO Online) e Silane Souza (Jornal EM TEMPO)

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