quinta-feira, 16 de julho de 2015

ETE FMC promove Semana de Conciliação

Professores e alunos da FDSM falam sobre a redução da maioridade penal

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) N.171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes graves, dividiu opiniões e provocou discussões polêmicas nos Brasil nas últimas semanas. De um lado há quem concorde que deve haver mais punição para os menores infratores, principalmente em casos mais graves. Do outro, há quem defenda que diminuir a punição de 18 para 16 anos não é a solução.
Os professores Cristiano Thadeu Silva e Gustavo Carvalho Costa
e o  acadêmico Andrei Simões são contra a redução da maioridade penal.
A Câmara dos Deputados aprovou a PEC 171/93 em primeiro turno no início deste mês – foram 323 votos a favor, 155 contra e 2 abstenções. O texto aprovado é uma emenda dos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e André Moura (PSC-SE) à PEC e determina que jovens acima de 16 anos cumpram pena comum, como no caso dos adultos, nos crimes hediondos. Agora, a PEC deve passar pela segunda votação que deve acontecer depois do recesso parlamentar de julho. Se for aceito, segue para o Senado.

O professor de Prática Forense Penal e Defensor Público, Gustavo Carvalho Costa, o professor de Direito Penal, Cristiano Thadeu e Silva Elias, o professor de Medicina Legal, Vitor Romeiro, e dois acadêmicos da FDSM (Faculdade de Direito do Sul de Minas) deram suas opiniões sobre a questão.
Médico e professor, Dr. Vitor Romero,
aprova a redução da maioridade penal.
Para entender melhor o que é a maioridade penal, o professor Gustavo Carvalho explica que ela está relacionada à plena capacidade de compreensão do crime. Um requisito exigido pelo Direito Penal para a configuração de crime, conhecido como imputabilidade, ou seja, responsabilidade de um fato criminoso a alguém. “Com relação aos maiores de 18 anos, que usufruem de normalidade psíquica, se entende serem portadores de capacidade geral para responderem criminalmente pelos seus atos. Fato este que não ocorre com os menores, pois neste caso existe a hipótese legal de que eles não são capazes de compreender o caráter criminoso de suas ações. Tal regra está prevista nos artigos 22 da Constituição Federal e 27 do Código Penal”, diz. Segundo ele, aqueles que defendem a redução da maioridade, conforme previsto na PEC, alegam reduzir o sentimento de impunidade e o número de crimes violentos, mas tais argumentos não se sustentam. “O adolescente que pratica atos ilícitos fica sujeito à aplicação de medidas socioeducativas, que incluem ações rigorosas, tais como a liberdade assistida ou até mesmo a internação. Não se verifica no país a correta aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente, ficando assim, crianças e adolescentes, sem a devida assistência às suas necessidades básicas, tais como saúde e educação de qualidade”.  

O professor destaca ainda que, diante do cenário prisional brasileiro essa proposta é de extrema irresponsabilidade, pois a realidade apresenta presídios superlotados, tomados por organizações criminosas, onde se vive em condições prejudiciais à saúde e raras possibilidades de reinserção do preso na sociedade. “Por esses e outros motivos, nota-se que o nosso sistema prisional não está preparado para a redução da maioridade penal. É evidente que os condenados serão amontoados nos poucos estabelecimentos que forem eventualmente construídos, ou ficarão nos mesmos presídios, já superlotados”, afirma.       
A acadêmica Amanda Goulart também é
favorável à redução da maioridade penal.
O professor Cristiano Thadeu e Silva Elias também acredita que não há vantagem no início da imputabilidade penal aos 16 anos de idade. “O Fórum de Segurança Pública atesta que 96% das ocorrências envolvem maiores de idade. Logo, a insegurança pública expressiva é causada por criminosos adultos. As ocorrências envolvendo menores são uma minoria de 4% dos casos. Por outro lado, há uma grande desvantagem. A retirada de adolescentes infratores do sistema nacional socioeducativo para os colocarem no sistema prisional pode produzir um aumento maior da criminalidade urbana, frustrando a sociedade brasileira”, explica.   

Já em relação ao Sistema Penal Brasileiro, o professor acredita que ‘a Justiça Criminal está preparada para a aplicação da nova lei’. “Todavia, o Sistema Prisional nunca estará preparado para lidar com acusados e condenados. Trata-se de uma organização estatal que reproduz com fidelidade campos de concentração e extermínio”, relatou.            

O acadêmico Andrei Simões é contra a redução da maioridade penal. Segundo ele rebaixar a idade penal não reduzirá os índices de criminalidade juvenil. “Reduzir a maioridade penal não solucionará o problema da criminalidade dos jovens infratores. É deixar de tratar a parte principal do problema, a educação. Cuidar da educação brasileira significa tratar a causa, apostar no ‘cárcere’ e por sua vez, tratar o efeito sem preocupar com a causa. O cárcere não ressocializa, ele diminui o ser humano e em nada contribui para resolver o problema. Reduzir a maioridade penal no Brasil é retrocesso”, diz ele.

Já a aluna Amanda Goulart é a favor da redução da maioridade penal. “Nada justifica o crime, quadro financeiro não é desculpa para furtar, matar, estuprar. Quanto à educação, muitas vezes minhas professoras citaram ‘estudo é para quem quer’ e concordo com isso, porque as escolas estão aí para atender aqueles que querem estudar de verdade. Temos muitos casos de pessoas que estudaram a vida inteira em escola pública e se tornaram grandes profissionais. Agora se um adolescente de 15, 16 anos prefere sair matando, ferindo ou estuprando, a escolha é dele”, declarou.

O professor Vitor Romeiro também apoia a redução da maioridade penal e diz que a questão deve ser analisada com critério. “Não se ensina a nadar a quem está se afogando. Para quem está se afogando é preciso lançar uma boia. A escalada de violência que vivemos, com adolescentes sendo recrutados cada vez mais cedo para o crime, tem que ser interrompida. É bastante óbvio que o acesso à educação de qualidade produz efeitos em longo prazo, mas isto não fará efeito para quem já se afogou”, concluiu.

CONHEÇA OS CRIMES QUE SUJEITARÃO OS JOVENS DE 16 A 18 ANOS A SEREM JUGADOS COMO ADULTOS
· Homicídio doloso – 6 a 20 anos
· Homicídio qualificado – 12 a 30 anos
· Homicídio com grupo de extermínio – 8 a 30 anos
· Lesão corporal seguida de morte – 4 a 12 anos
· Latrocínio – 20 a 30 anos
· Extorsão seguida de morte – 24 a 30 anos
· Sequestro (e qualificações) – 8 a 30 anos
· Estupro (e qualificações) – 6 a 30 anos
· Estupro de vulnerável (e qualificações) – 8 a 30 anos
· Epidemia com resultado de morte – 20 a 30 anos
· Alteração de produtos medicinais – 10 a 15 anos
· Favorecimento de prostituição ou exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável – 4 a 10 anos
· Genocídio – 12 a 30 anos

Errata em Matérias da Edição 90 do Jornal Empório de Notícias

Na edição 90 do Jornal Empório de Notícias, cometemos alguns erros nos títulos das matérias da página 12. Sendo assim, pedimos desculpas pelo erro e veiculamos, logo abaixo, as matérias publicadas no veículo impresso com seus devidos títulos. Passamos por duas mudanças repentinas em nosso quadro de colaboradores nos últimos dias e tais transtornos tornaram a rotina no jornal um tanto quanto atribulada. Certos da compreensão de nossos leitores e do Inatel, nos colocamos à disposição para quaisquer dúvidas, sugestões ou comentários.

Att,
Carlos Romero Carneiro
Diretor do Empório de Notícias.

Incubadora do Inatel é destaque na graduação de empresas em Minas Gerais

Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Tecnologias de Gestão - NTG da Universidade Federal de Viçosa – UFV, em parceria com a Rede Mineira de Inovação – RMI, destacou a Incubadora de Empresas e Projetos do Inatel como a Incubadora que mais graduou empresas no Estado de Minas Gerais. Ao todo, foram 57 empresas graduadas.
A pesquisa, denominada “Incubadoras de Minas Gerais – Estudo, análise e preposições”, teve como objetivo levantar dados e informações sobre a atividade de incubação de empresas no Estado de Minas Gerais. “A Incubadora do Inatel é referência no cenário regional e nacional, com destaque para premiações recebidas. O volume e a qualidade dos projetos apoiados são reflexos do sucesso da incubadora”, afirma o professor Marcos Fernandes de Castro Rodrigues, membro do grupo de pesquisa responsável pelo estudo.

Para Rogério Abranches, coordenador do Núcleo de Empreendedorismo do Inatel – NEmp, do qual a Incubadora faz parte, o resultado obtido na pesquisa demostra a eficiência do trabalho desenvolvido pelos gestores. “Todos os parceiros e apoiadores de programas de incubação, assim como as instituições mantenedoras, esperam que as incubadoras apresentem resultados concretos. Sendo assim, esse resultado são extremamente relevantes para o nós”, afirma.

Sobre a Incubadora

Localizada no campus do Inatel, em Santa Rita do Sapucaí, a Incubadora possui oito empresas residentes e 57 empresas graduadas, que juntas geram cerca de 750 empregos diretos e uma receita superior a R$ 110 milhões por ano.

Sua missão é oferecer uma base importante para as empresas que estão na fase inicial de suas caminhadas empreendedoras. Além do espaço físico e infraestrutura operacional, a Incubadora dá apoio aos empreendedores, por meio de consultorias especializadas, orientações e capacitações gerenciais, administrativa e técnica. É certificada na norma ISO 9001 e vencedora de dois prémios nacionais da Anprotec em 2005 (Melhor Projeto de Promoção da Cultura do Empreendedorismo Inovador do País) e 2014 (Melhor Incubadora de Empresas Orientada para Desenvolvimento Local e Setorial).

Representantes do Funttel acompanham a implantação do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel

O Inatel recebeu nesta terça-feira, dia 9 de junho, dois representantes do Funttel, o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações. O Diretor de Indústria, Ciência e Tecnologia do Ministério das Comunicações e Secretário Executivo do Funttel, José Gustavo Sampaio Gontijo, e o Secretário Executivo Adjunto, Eder Eustáquio Alves, conheceram a implantação do Centro de Referência em Radiocomunicações - CRR, criado em parceria com o Ministério das Comunicações e FINEP, com recursos do Fundo.
O CRR reúne pesquisa científica, inovação e desenvolvimento tecnológico na área de radiocomunicações, especificamente comunicações móveis em 5G, comunicações via satélite, acesso banda larga sem fio e radiocomunicação ponto a ponto. O projeto de criação do Centro de Referência em Radiocomunicações foi assinado em dezembro de 2014 e sua implantação resultou na contratação de vários pesquisadores, além dos profissionais que já atuam no Inatel, totalizando mais de 30 pessoas voltadas para o trabalho de PD&I.

Durante a visita, os representantes do Funttel conheceram os laboratórios e as pesquisas que já integram o Centro, como o Inatel ICT Labs, que concentra as pesquisas da Internet do Futuro – NovaGenesis, que prevê a criação de uma nova arquitetura de Internet; o WOCA Inatel Labs – que atua nas áreas de antenas, radares, comunicações ópticas e fotônica de micro-ondas; e os laboratórios de Rádio Cognitivo, que concentram as pesquisas nessa área e do projeto Lambda, sobre sensoriamento espectral. O Secretário Executivo Adjunto, Eder Eustáquio Alves, destacou a proximidades dos laboratórios envolvendo o CRR. “Isso traz uma sinergia, uma cadeia de compartilhamento de informações que pode trazer resultados acima do que estamos esperando”.

De acordo com Diretor de Indústria, Ciência e Tecnologia do Ministério das Comunicações e Secretário Executivo do Funttel, José Gustavo Sampaio Gontijo, a escolha do Inatel para sediar o Centro de Referência no Brasil foi devido a expertise do Instituto na área de telecomunicações ao longo dos 50 anos. “O Inatel tem no DNA dele telecomunicações e, acima disso, tem mostrado ao longo de sua história a capacidade de propor projetos de alta relevância para a sociedade brasileira e formar profissionais do mais alto nível, que estão espalhados nas principais instituições e empresas do país”.

Gontijo reforçou o objetivo de tornar o CRR uma âncora para influenciar e apoiar projetos em empresas, universidades e outros centros de pesquisa. “Há um potencial enorme de levar resultados não só para o país, mas para a própria sociedade mundial, influenciar nas novas tecnologias que serão usadas no mundo inteiro”. O projeto prevê o repasse de R$ 20 milhões pelo Funttel ao longo de 36 meses de trabalho. As soluções encontradas serão transferidas para o mercado por meio de empresas e indústrias. 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Philadelphia Experience será uma das primeiras atrações do Cidade Criativa Cidade Feliz

Dia 2 de Agosto, no Teatro Inatel, o instrumentista e compositor Diego Nogueira realizará pela primeira vez, o projeto Philadelphia Experience, concerto que tem como objetivo apresentar uma série de músicas instrumentais autorais.
Nesta ocasião Diego Nogueira tocará piano e violão, e dividirá o palco com mais 7 músicos convidados:

Clayton Prosperi e Andréa Alves (vocais), Sandro Nogueira (guitarra), André Braga (violão), Roger de Assis (baixo), Juninho Costa (bateria) e Cássio Ferreira (sax).

SOBRE O PROJETO

Após um estudo profundo sobre o impacto das emoções na fisiologia e na psiquê humana, Diego Nogueira compreendeu a música, como uma ferramenta capaz de comunicar emoções em um nível extremamente profundo, percebendo que a finalidade desta manifestação artística, transcendia em muito o simples fazer artístico. A consciência desta possibilidade, trouxe um significado maior para sua arte, esclarecendo experiências que o artista já vivenciara de forma espontânea e empírica, em concertos onde determinadas composições causavam grande impacto emocional no público, além de experiências fenomenológicas que alguns relatavam.

Para o compositor, a arte tem a capacidade de registrar com precisão o estado emocional em que o artista se encontra no momento da criação, como se fosse uma fotografia de sua alma.

"Inúmeras pesquisas já constataram os efeitos das emoções na fisiologia humana. Por isso acredito que a música, antes de ser uma ferramenta subjugada pela cultura ou pela expressão aleatória de um artista, é uma ferramenta de comunicação emocional, que se for utilizada de forma consciente, pode interagir positivamente com a estrutura existêncial de qualquer pessoa, afirma o artista."
SOBRE O ARTISTA

Diego Nogueira é Compositor e Instrumentista.

Em sua trajetória já atuou em concertos e gravações com ícones da música brasileira, como Toninho Horta, Guinga, Gilson Peranzzetta, Vinícius Dorin, Bocato, Enéias Xavier, Walmir Gil, Sandro Haick, Michel Leme, Caito Marcondes, Thiago Espírito Santo e muitos outros.

Desde 2012 estuda intensamente a relação entre música, ciência e espiritualidade.

INFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO

O evento acontece dia 2 de Agosto, no Teatro Inatel, as 19:30h, abrindo as atividades do movimento Cidade Criativa, Cidade Feliz.

Os ingressos custam R$15,00 e já estão disponíveis em Santa Rita do Sapucaí, nos seguintes pontos de venda:

Casa Miranda
Hering (Básico Fashion)
Ops Burguer
Boutique Thenacy 
DA Inatel
Musical Dias

Para conhecer melhor os detalhes do projeto Philadelphia Experience, acesse: www.philadelphiaexperience.org

“Cidade Criativa Cidade Feliz” prepara-se para a sua terceira edição

Santa Rita do Sapucaí é uma cidade que sempre se destacou pela habilidade de seus habitantes em superar desafios, através da união entre os mais diversos setores. As pessoas, desde muito cedo, acostumaram-se a pensar grande e já são tantos casos bem-sucedidos que ninguém duvida de que um sonho, aparentemente louco, possa ganhar força e servir de exemplo a outras cidades do país. Foi assim no passado, com as nossas escolas e o processo de industrialização tem sido assim com o Festival Cidade Criativa Cidade Feliz, que já chega à sua terceira edição com dezenas de atividades que visam fazer com que as pessoas conheçam formas diferentes de pensar.
Cidade Criativa Cidade Feliz é um coletivo formado por instituições de ensino,
empresas, voluntários, associações, sindicato e poder público.
Fruto da união entre associações, sindicatos, instituições de ensino, setor público, além de voluntários e da iniciativa privada, este evento cujas ações concentram-se no mês de agosto, chega à sua terceira edição com grande fôlego e expectativa.

Somente em 2015, serão 30 palestras e painéis, mais de 15 intervenções urbanas, cerca de 30 apresentações musicais, quinze festivais e seminários, três eventos gastronômicos, além de seis atividades esportivas. 

A cidade, nos trinta dias de atividades, estará repleta de ações criadas para promover a cultura, através de um olhar humano e libertário. Tudo feito através do talento dos envolvidos, aliados à força das entidades que os chancelam. “Santa Rita é uma cidade pequena, mas conhecida por sua vanguarda na tecnologia, no empreendedorismo e na cultura. O festival vem com a proposta de conectar essas forças existentes, propiciando inovações e uma nova cultura mais adequada ao mundo contemporâneo, além de ser mais uma das frentes no desafio constante da busca por mais qualidade de vida.” - conta Wander Wilson Chaves, vice-prefeito, ex-diretor do Inatel e um dos curadores do Cidade Criativa.

Confira alguns destaques do evento
O Conceito Cidade Criativa

Em resumo, Cidades Criativas são municípios ou espaços urbanos que incentivam a integração entre atividades artísticas, culturais e sociais com o governo, as instituições e a indústria.

Para Carlos Henrique Vilela, gerente de marketing da Leucotron, e um dos curadores do CCCF, “as vantagens trazidas por essa integração são inúmeras: aumento da produção cultural e artística na cidade; atração e retenção de talentos; promoção da diversidade social; aumento da oferta de empregos; aumento do potencial criativo das empresas e atração de turistas”. 

“Definitivamente, o Cidade Criativa, Cidade Feliz, contribui significativamente para a economia da cidade e qualidade de vida de seus cidadãos”, conclui Rodrigo Pereira, do Sebrae MG, também um dos curadores do festival. 

Para conhecer a programação em detalhes e as instituições rea-lizadoras, acesse www.cidadecriativacidadefeliz.com.br.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

As curiosas histórias de João Wagner

É verdade que existe um tesouro enterrado na rua Silvestre Ferraz?

Meu avô contava que ali na rua Silvestre Ferraz, em uma casa que desmancharam para construir o estacionamento do Hotel, morava um italiano. O homem era folheiro. Ele fazia regadores, canecas, bacias e outros utensílios. Dizem que ele guardava a libra esterlina em uma panela, nos fundos de sua casa. Quando ele morreu de infarto, a mulher ficou pobre porque não conseguiu encontrar o dinheiro. 

Na época em que o Marcos foi demolir a casa do homem,  estavam mexendo debaixo do assoalho e acharam várias moedas cunhadas em cobre, de ouro preto, mas já estavam deterioradas. Acharam bastante e eu até ganhei uma, mas a libra esterlina nunca mais viram.

Isso me lembrou quando caiu um canto da casa, que era feita em pedra e, quando o Capitão Paulo viu a Alicinha junto com o Quita, trabalhando na construção, perguntou:  “Hey! Estão procurando tesouro aí?” A Alicinha só entendeu a brincadeira quando eu contei a história pra ela. Ele sabia, mas ela não.

E o italiano da fábrica de laticínios?

Aqui na estamparia havia uma máquina de arroz e um laticínio de um italiano. No local, havia um português que trabalhava com ele, o Saraiva, que era dono do cafezal logo acima. Quando o italiano (de família Dezinato) morreu, seu filho começou a viajar muito a São Paulo, onde vendia sua manteiga enlatada e gastava todo o dinheiro nas boates. Em pouco tempo, o rapaz quebrou e o Rennozinho comprou esse laticínio e o cafezal do Saraiva. O pagamento foi um carroção com quatro burros, carregado de feijão, em troca daquela propriedade. 

Conheceu o Dito Cutuba?

O Dito Cutuba era muito interessante. Sempre que chegava um circo, ele já entrava no meio e se enturmava com a ciganada. Uma vez, vieram duas lutadoras chamadas Olga Zumbano e Broto Cubano e ele as desafiou. No ringue não havia tapete. Era pura tábua. Ele tomou uma coça e eu brinquei: “Você apanhou, heim!?” E ele respondeu: “Pelo menos eu abracei ela!” 

Conhece a história da mula grã-fina?

Uma vez apareceu um circo por aqui e trouxe uma mula chamada Grã-fina. Ninguém parava nela. Eles diziam que, quem conseguisse, ganha-ria um prêmio. Nesse episódio, o Cutuba amarrou um pau na cabeça do arreio e saiu com ele nas costas, dizendo que iria montar no animal. Foi só montar e sair voando. O Joaquim Carlito contava que a mula pulava na altura da lâmpada da Companhia Sul-Mineira!

Dizem que, quando esse mesmo cirquinho foi a Três Pontas, um homem conseguiu o feito, mas não quiseram dar o prêmio. Ele arrancou um revólver e deu três tiros na mula.

Lembra mais histórias do Cutuba?

Uma vez, ele sumiu e disseram que ele tinha sido assassinado. Ele ficou uns dois ou três anos sem dar as caras até que parou um trem carregado de pranchas de madeira e ele desceu. 

Quando chegou no bar do Zezinho do Arnaldo, todo mundo começou a cumprimentá-lo. Ele veio com o cabelo cortado no estilo dos índios moicanos e dizia: “Sou índio jamaicano!”. 

No meio daquela festa, tinha um menino ao seu lado com uma inflamação na cabeça e que usava um chapéu pra tampar o ferimento. Naquele dia, seu pai o levaria para fazer uma consulta com o senhor Adelino e cortar aquilo. Empolgado, o Cutuba deu um tapa na cabeça do menino e o coitado caiu no chão. Quando viu aquele sangue todo, o Dito saiu correndo e tiveram que cercá-lo. O pai chegou pra ele e falou: “Eu ia pagar pro Seu Dilino fazer o serviço e você fez dado! Muito obrigado!”

Mas aqui não tinha só o Cutuba, não! O Zé Canjica via alguém com um chapéu novo, chegava por trás, trocava e saía correndo! Ele era um cara grande. Você chegava nele, perguntava “o que é que se come com leite” e ele dizia: “Can Can Can Canjica!” Quando era mais novo, o povo mexia e ele jogava pedra ou falava palavrões de alto escalão! Um dia, mexeram com ele e a pedra que ele tacou acertou na cabeça de uma criança. O Ditão viu aquilo e quase matou o Zé Canjica. Mas tem um monte de histórias dele. Lembro que ele deitava no chão, fingindo de tonto, só pra ver as pernas das mulheres. 

O Zé Canjica e o Zé Amarelo sempre iam presos. O Zé Canjica roubava pão nas casas e gritava “Pá Pá Pá Padeirooo!”. Também roubava roupas nos varais e o chapéu dos outros. Já o Zé Amarelo morreu na cadeia. Tinha um homem na rua do Queima que chamava Guiga e, quando a gente gritava “Guiga Cagui”, ele saía correndo atrás da gente e cada um corria pra um lado. Foi o Guiga quem matou o Zé Amarelo na cadeia. 

Por que o Guiga foi preso?

Eles o levaram pra zona, deixaram ele bolir com a mulherada e, quando voltou, começou a grudar o povo na rua. Ele ficou preso muitos anos.  Ficou mais de 20 anos internado. Quando faleceu, já não mexia mais com ninguém. Era um homem bravo e muito forte. Não podia brincar com ele. 

E as histórias do Joaquim Carlito?

Um dia, o Joaquim Carlito jogou no tigre e saiu do bar do Zezinho do Arnaldo em direção à sua casa. Bem ao lado da Escola Normal, tinha a casa da dona Adélia e, no muro da casa dela, ele viu um gato e ficou uma fera. Como tinha jogado em outro bicho, aquilo era um sinal de que não iria ganhar. Ao chegar perto, ele deu um tapa, mas era um ouriço! Por pouco não perdeu a mão! Aquilo inflamou tudo e  ele ficou um ano com a mão daquele jeito!
O Joaquim Carlito tirava leite onde hoje é o Claitão. Lá em cima do morro, em frente à rádio, tinha um curral e todo dia ele ia tirar leite. Um dia, ele fez o serviço todo e, quando chegou no comecinho da rua do Bepe, lembrou que tinha esquecido de desamarrar a vaca. Ele largou o balde no chão e subiu de novo. Quando voltou, um cachorro tinha bebido o leite todo!

Conte-nos a história do chouriço

Teve um tempo em que ele começou a buscar sangue no matador velho para fazer chouriço. Um dia, ele cobriu aquilo com um papel e, quando chegou no bar do Didi, largou a lata na entrada e foi ver a turma jogar sinuca. Nisso, passou o Pancho com uma carroça de lixo e jogou tudo dentro! O Carlito foi lá na prefeitura reclamar e o prefeito teve que pagar a mercadoria dele!

Conhece mais histórias dele?

O  Dito Cigano, ali na rua do asilo, alugou uma casa onde cobrava pra turma jogar. Então estava o Zacão, o Dito Zeferino, o Zé Luiz e mais um que esqueci o nome. Caía uma chuva danada, quando escutaram uma pancadaria na porta. Quando abriram a porta, entrou o Joaquim Carlito, molhadinho e o Zacão falou: “O rapaz! Você tá molhado?” E o Carlito gritou: “Cê não tá vendo que eu to molhado?” E o Zacão respondeu: “E pra que serve esse guarda-chuva pendurado no seu braço?” Ele já juntou o guarda-chuva e quebrou no joelho!

Como era a Pretete?

A Pretete andava aí pelas ruas e, no domingo, havia duas bandas de música que tocavam na praça. Uma ficava no coreto e, a outra, perto da casa do Chico Moreira. Quando uma parava de tocar, a outra começava e a Pretete ficava dançando. Isso era todo domingo. Havia um desafio entre essas duas bandas e, uma vez, os músicos chegaram a pegar no tapa! Numa cidade desse tamanho tinha quatro bandas! Quando morria alguém de posses, eles faziam a procissão e vinham na frente uma cruz com um lampião de cada lado, o padre e um coroinha queimando incenso atrás. Logo em seguida, vinha o defunto e, ao fundo, uma banda de música. Eles traziam até à igreja, faziam a missa de corpo presente e iam até a subida do cemitério. No pé do morro, o Zé Paquinha puxava uma música fúnebre e as famílias começavam a chorar! Uma coisa interessante é que esse músico sabia fazer a clarineta rir e chorar... foi o maior tocador que teve por aqui! Engraçado é que a cidade cresceu, hoje tem uma banda só e não toca tanto quanto naquela época.

E a moto que subiu a torre da igreja? 

Teve uma época que apareceram por aqui duas russas que se equilibravam em um pêndulo preso sob uma motocicleta. Eles amarraram um cabo de aço do coreto até a igreja e lá se foi a moto com uma mulher de cada lado. A ideia era que elas dançassem rock quando chegasse perto do relógio, mas o padre não deixou porque era quaresma. A motocicleta não caía porque as duas mulheres eram contrapeso. Tinha um ferro por baixo, como um trapézio, onde elas iam sentadas.

Aqui sempre aparecia um povo pra fazer essas coisas. Lembro de um cara que deitava em prego e de um homem que trouxe um lagarto ao antigo mercado para chamar a atenção do povo e vender remédio. O tal remédio curava tudo! 

Oferecimento: Smile Odontologia

Prorrogadas as inscrições para a 1ª Feira Estadual de Ciências e Tecnologia

Estudantes de Minas Gerais têm até o dia 21 de agosto 
para inscreverem seus projetos

Santa Rita do Sapucaí, 06 de Julho de 2015 – Cada vez mais empresas e investidores buscam ideias inovadoras que contribuam para a sustentabilidade, o meio ambiente e ajudar no dia a dia das pessoas. Quem consegue criar um aplicativo de grande utilidade, um sistema ou um projeto muito criativo, que solucionam problemas da atualidade, já tem condições de competir com vantagens no mercado de trabalho ou tentar o ramo do empreendedorismo. Com a intenção de revelar jovens inventores, a ETE FMC -- Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, de Santa Rita do Sapucaí (MG), se organiza para realizar a 1ª Feira Estadual de Ciência e Tecnologia – Fecete.
Podem participar da feira estudantes dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Técnico de todo o Estado de Minas Gerais. As inscrições já estão abertas e se encerram em 21 de agosto. Devem ser feitas pelo o site http://www.etefmc.com.br/fecete/. O cadastro contém um formulário a ser preenchido e é necessário enviar um relatório técnico do projeto, que será submetido a um processo seletivo. Serão selecionados os 150 projetos mais qualificados. A lista de aprovados será divulgada no dia 28 de agosto, também no site da feira.

Localizada no Vale da Eletrônica, a ETE é bastante conhecida por seu pioneirismo e tradição no ensino técnico. “A Fecete foi inspirada na nossa feira interna, a ProjETE, onde surgiram diversas inovações”, conta o diretor geral da ETE, Alexandre Loures Barbosa. Agora a ideia é aumentar o intercâmbio de conhecimentos, trazendo invenções e criações de diversas cidades mineiras para o Vale da Eletrônica. “Esse maior contato entre os jovens inventores aumenta a gama de suas possibilidades, que podem conhecer outras pessoas com ideias parecidas e, assim, trabalharem juntos para o desenvolvimento de um melhor produto.”

A Fecete também oferecerá hospedagem e transporte (trajeto entre a cidade de origem e Santa Rita do Sapucaí) gratuitos para parte dos estudantes. Os interessados devem fazer a solicitação, no momento da inscrição. A comissão organizadora da Fecete analisará os pedidos e os contemplados serão comunicados, juntamente com a lista de trabalhos selecionados para participação na feira.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Santa Rita é um mosaico (Por Rita Seda)

O mosaico é uma arte antiga. O interior da Basílica de São Pedro, em Roma, é todo revestido de mosaicos. É fantástico, lindíssimo! A nossa vida também é feita de mosaicos. O artista sou eu, é você. Nossas mãos é que trabalham cada caquinho de vidro quebrado ou de material nobre, para construir a obra de arte da nossa vida. Depende de cada um... Da personalidade, do  modo de encarar a alegria e a adversidade, os ganhos e as perdas... Do  modo de reagir a cada ocorrência que nos acontece. Do modo de sentir, de dar e receber amor, enfim, de viver. E de querer. Por isso não há dois seres humanos iguais. Levando mais a fundo esta reflexão concluo que o mesmo se dá às cidades. Todas têm algo em comum, casas e igrejas, bares e restaurantes, mercados, ruas e praças, escolas, parques e jardins. Mas cada cidade tem sua peculiaridade que nenhuma outra repete. Santa Rita nasceu sob os auspícios da santa dos casos impossíveis. De outro modo, como explicar  que uma senhora, nascida em berço de ouro, iria trocar a vida que levava, num mundo que tantos perseguem, para lutar por ideais que só o seu coração magnânimo sonhava? Ela foi uma líder e soube atrair mais idealistas para sonhar junto com ela.  
Naquele tempo (na década de 1950), nossos colégios ofereciam apenas os cursos Ginasial, Científico e Formação de professores de primeiro grau. Os poucos que saíram para fazer cursos superiores, seria porque os pais podiam arcar com as despesas ou... porque eram sustentados por essa ilustre dama visionária. Quem tinha casa, muito bem, mas quem não tinha, passava a vida no aluguel. Como num passe de mágica, Dona Sinhá atacou os dois problemas: construiu o bairro Vista Alegre, cujas casas  foram  pagas em prestações irrisórias e fundou a Escola Técnica de Eletrônica. Antes, ela dava o peixe para alguns; agora, ensinava a pescar. E desse gesto sem precedentes, como de uma árvore plantada à beira do rio, outras escolas foram brotando e acolhendo jovens professores e jovens estudantes. A gente brincava que Dona Sinhá estava com pena das mocinhas casadoiras da cidade que, sem chance de encontrar marido, acabariam tias para o resto da vida... Não foram só os noivos que apareceram. Santa Rita, sem abandonar sua vocação agropecuária, (tenho orgulho da nossa Cooperativa), tornou-se um polo industrial gigante. Só não trabalha quem não quer. E muitos dos que montaram suas indústrias seguem o ideal dessa mulher que tudo sonhou, tudo repartiu, tudo doou, num espírito de puro interesse pelo bem estar do outro. E eu me ponho a refletir: se não houvesse seu  sonho e sua obra, como estaria nossa cidade hoje? Devemos valorizar e homenagear essa filha da terra, que poderia viver sem problemas, sem lutas e apreensões,  mas quis  ajudar o ser humano com desprendimento, nada esperando de retorno. Nas dobras da minha memória eu vejo uma senhora de saia e blusa, empunhando uma sombrinha e tendo como único adorno, um alfinete com o símbolo da ETE. Por mim, Santa Rita é um aglomerado de mosaicos formando a paisagem urbana, que não seria o que é, sem  a visão fundamentada no amor cristão  de uma ilustre dama, saudosa, porque  passou a vida fazendo um bem extraordinário, que teve começo mas não terá fim. Santa Rita do Sapucaí viu o começo e  o mundo está usufruindo a continuidade. Não posso amar só um logradouro da minha terra. Eu a amo em sua totalidade e, quando viajo e vou chegando na serrinha, sinto o coração pulsar mais forte.

Oferecimento: Zomng Comunicação

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Shows em 4 de julho trazem uma prévia do que será o Vale Music Festival 2015

Enquanto não chega o dia 15 de agosto para o festival de Jazz e Blues de Santa Rita do Sapucaí, o Vale Music, o público ansioso pelo evento poderá ter uma degustação com um show de Jazz e outro de Blues em um dos locais mais bonitos da cidade: a praça Santo Antônio. Será no dia 04 de julho, sábado, a partir de 16h.
A música fica a cargo do quarteto do guitarrista de Jazz Sandro Nogueira. Ao seu lado, estarão os músicos Júlio César Maia de Carvalho, na bateria, Anderson Silvério, no baixo, e o santa-ritense Buga Junior, no saxofone. Por duas horas, eles trarão o melhor do Jazz contemporâneo, com clássicos e muito improviso. A abertura será do Bertoloni Blues, projeto solo do guitarrista Luis Fernando Bertoloni. Também estará presente no local, a Adega do Patrão, com uma barraca de queijos e vinhos.

Também conhecida como Pracinha do X, a Praça Santo Antônio fica duas ruas acima da FAI, no bairro Jardim Santo Antônio.  É recomendado levar pano, canga, cadeira de praia ou outro tipo de assento, para melhor acomodação no local. A entrada é franca.