quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Presidente do Sindvel será homenageado pela ALMG

Cerimônia da Ordem do Mérito Legislativo acontece dia 28, às 20h, no plenário da Assembleia e vai agraciar personalidades que se destacaram 
pelo trabalho junto à sociedade
O presidente do Sindvel (Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica), Roberto Souza Pinto, será agraciado com a Ordem do Mérito Legislativo em cerimônia que acontece no dia 28 de setembro, às 20h, no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O evento vai homenagear entidades e personalidades que se destacaram pelos serviços prestados para a sociedade e terá como orador oficial o governador Fernando Pimentel. Esse é o maior evento solene realizado anualmente pelo Parlamento estadual e foi criado através da Resolução 2.778/82.

Além do orador oficial, a cerimônia também contará com o pronunciamento do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que juntamente com a mesa da Casa, escolheu os agraciados. Para Roberto Souza Pinto a homenagem é muito especial e representa o reconhecimento do trabalho que o Sindvel realiza para o setor eletroeletrônico. “Fiquei muito feliz por ser um dos escolhidos para receber a Ordem do Mérito Legislativo, é o resultado do trabalho de toda a equipe Sindvel, que atua incansavelmente para garantir o crescimento do Vale da Eletrônica”, afirma.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Exposição em Minas Gerais expõe invenções que só existem na ficção científica

Faltando menos de duas semanas para a Projete (a Feira de Projetos Futuristas da ETE FMC), a movimentação é grande para colocar os 160 protótipos desenvolvidos pelos alunos em funcionamento, até a abertura da exposição. A criatividade continua em alta e é possível perceber uma grande preocupação em oferecer soluções que promovam o bem-estar. 
Alunos desenvolveram um equipamento capaz de fazer com que portadores da Síndrome de Down aprendam a caminhar com maior facilidade.
Um projeto inédito e muito interessante é uma pista interativa voltada à fisioterapia infantil para portadores da Síndrome de Down. Como o processo de realização da “marcha” é mais delicado em crianças com este tipo de necessidade, um dos grupos desenvolveu um projeto sem similares no mercado que torna os exercícios mais divertidos, monitora o desempenho através de sensores e processa as informações por um software desenvolvido pelos próprios alunos. O objetivo é colocar a solução em testes na APAE de Santa Rita do Sapucaí (MG) para, posteriormente, realizar ajustes e inserir o produto no mercado.
Inspirados pelo filme Elysium, alunos devem apresentar uma versão de
exoesqueleto para remoção de escombros.
 
Inspirados por filmes e games, outro grupo tem realizado experimentações de um projeto que só possui similares na ficção científica. Impulsionado por um sistema de compressores, o “exoesqueleto para bombeiros” aumenta a força empregada na remoção de escombros e já tem seu primeiro protótipo em fase de testes. Segundo os integrantes do grupo, a ideia surgiu após assistirem ao filme Elysium que utilizava um modelo semelhante, no ano de 2159. Além de proporcionar um aumento de força, o equipamento tem a capacidade monitorar a massa e sinalizar excessos que poderiam comprometer o equipamento.
Portadores de deficiência visual terão suporte de um sensor de
aproximação para obstáculos suspensos.
Também inédita no mercado, outra invenção deve facilitar muito a vida dos portadores de deficiência visual, através de uma luva que vibra, caso o usuário encontre-se diante de algum obstáculo, acima da cintura. O objetivo é potencializar os benefícios da tradicional bengala e atende a uma necessidade antiga: monitorar ameaças suspensas a uma distância de até quatro metros.
Alunos devem apresentar um sistema que controla o fluxo de medicamento em um hospital através do celular. Tecnologia vem substituir equipamento de alto custo.
Para oferecer ao mercado uma solução mais acessível ao sistema de monitoramento fármaco hospital, um dos projetos criou uma versão do equipamento que só possui similar no país no Hospital Albert Einstein. O protótipo monitora validade, controle de lotes, horário de medicação, além de muitas outras funcionalidades. A sacada foi substituir um equipamento complexo que realiza o trabalho por um software que pode ser instalado em um computador comum e um aplicativo para celular. Ao aplicarem a tecnologia de QR Code, a invenção sinaliza o caminho percorrido pelo medicamento, do almoxarife ao paciente com grande eficiência.

A Projete:


Em sua XXXV edição, a Projete acontece dos dias 7 a 9 de outubro, das 18 às 22 horas, no campus da Escola Técnica de Eletrônica “Francisco Moreira da Costa” (ETE FMC). Sétima escola do mundo no segmento de eletrônica, a ETE FMC é conhecida internacionalmente como uma mais importantes instituições de ensino do país e integra a Rede Jesuíta de Educação, com colégios espalhados pelo mundo inteiro e quase 500 anos de tradição.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O cosmopolita Inatel (Por Salatiel Correia)

Aeroporto de Barajas, em Madri, capital da Espanha. Um homem moreno e calvo aproximou-se de mim e disse, em português: “Conheço o senhor de algum lugar?”. A fisionomia dele me era realmente familiar. “Tenho certeza de que nos conhecemos, sim!” respondi. “– Sou de São Paulo. Trabalho na Vivo de lá”, respondeu-me ele. Benedito!
Alguns anos depois, a mesma cena se repetiu em outro recanto do planeta. Desta vez, eu estava na loja da Apple, em São Francisco, na Califórnia. Novamente, alguém de mim se aproximou. Era um senhor loiro de mais ou menos um metro e oitenta: “De onde nos conhecemos?”.  Indagou-me ele. Creio que lá das Minas Gerais, brinquei trazendo na memória uma longínqua lembrança do passado. São Benedito!

Mais uma cena ocorrida há uns cinco anos: nesta, a situação foi diferente. Novamente encontrei alguém de fisionomia familiar. Nossos olhares cruzaram. Ele, eu conhecia. Ele também me conhecia. Tinha a lembrança de seu nome e sobrenome. Era um amigo de longa data. Após anos que não nos víamos vieram os cumprimentos amistosos de dois amigos que sempre se gostaram. Ele, trabalhando na Siemens, em Brasília, tinha vindo a trabalho à minha cidade de berço e residência, Goiânia. Era Edson Curto, colega de faculdade. Glorioso São Benedito!

Glorioso, glorioso São Benedito. Era assim que a música da igreja me acordava na manhã que tinha missa. Morava eu atrás da igreja nos meus tempos de estudante em Santa Rita do Sapucaí. Trinta e quatro anos já se passaram, mas as lembranças continuam bem vivas dentro da  minha alma. Encontrei esses três companheiros, em diferentes partes do mundo. Algo nos unia em um tempo que marcou nossas vidas.

Faz bem a gente recordar situações como essas no cinquentenário da escola que nos educou para a vida, o Instituto Nacional das Telecomunicações. Todos somos filhos de um mesmo sonho, germinado pelo professor José Nogueira Leite.

O cinquentão Inatel que conheci ainda adolescente se globalizou com qualidade. No próximo dia 6 de setembro, inúmeros filhos oriundos dessa instituição têm um encontro marcado no alto da Avenida João de Camargo, nº 510.

Um misto de emoção, orgulho e saudades brotará do coração de todos aqueles que um dia passaram pelo Inatel, que tanta contribuição deu e continua dando ao país, para que o Brasil possa, cada vez, mais se integrar pelas telecomunicações nessa sociedade globalizada em re-de. Parabéns, Inatel! Que os sinos da igreja São Benedito dobrem por ti no ano do teu cinquentenário.

(Salatiel Correia é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas, Mestre em Planejamento Energético. É autor, entre outras obras, do livro de “Cheiro de Biblioteca. Obras e personalidades que fazem nossa época.)”

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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Coretos filhos de um mesmo pai...

No dia 30 de agosto, o santa-ritense Gustavo Kallás postou uma imagem intrigante em um grupo do Facebook. À primeira vista, parecia que alguém havia realizado uma obra que eliminava a antiga escada de nosso coreto para dar lugar a uma outra; mas não! Tratava-se de um coreto igualzinho ao nosso, construído na cidade de Mogi-Mirim. 
Se avaliarmos friamente os dois coretos, veremos que o nosso é muito mais bacana. Na certa, algum conterrâneo deve ter visto aquela escada torta e sentido falta de dois bons escorregadores! O fato é que a semelhança é inquestionável e podemos dizer, sem medo de errar, que são filhos do mesmo pai!

Veja o comentário do internauta Gustavo Kallás sobre sua descoberta: “Estive hoje em Mogi Mirim- SP, visitando minha tia e decidi compartilhar com vocês esta foto do coreto da praça da matriz de lá. Ele foi feito com a mesma planta que deu origem ao coreto de Santa Rita. Apenas a escada é diferente.”

Mesmo com todas as semelhanças, somente esta tradicional construção pode se dar ao luxo de ganhar enfeites luminosos no natal ou mudar de cor 75 vezes por ano. É que lá não há um artista capaz de misturar azul, vermelho, branco e cor de “abróbra” numa mesma peça ou pintar uma santa com monocelha. É ou não é um diferencial a ser considerado?

Sobre os comentários gerados em torno desse fato inusitado, internautas postaram opiniões:

Juliana Maciel: “Caramba.... eu nasci em Santa Rita, morei em Mogi-Mirim por 17 anos, voltei para cá, sempre frequentei os dois coretos e nunca reparei que são extremamente parecidos!”

Ademilson Ribeiro: “Eu ja toquei com a banda de Mogi-Mirin neste Coretinho!”

Depois de muitas hipóteses levantadas em torno do formato original do nosso coreto, chegamos à conclusão de que ele sempre foi assim e que, quando teve uma escada curva, era em uma construção anterior a essa, como vemos em uma fotografia abaixo.

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Bentinho, Getúlio e a Censura (Por Caio Vono)

Na era getuliana (1930-1945), nos moldes fascistas, a censura política era conhecidamente rigorosa. Nessa época, a bossa humorístico-musical  consistia nas então recentemente inventadas duplas caipiras, sendo a de Alvarenga e Ranchinho uma das que faziam maior sucesso,  em razão de suas irônicas composições sobre os políticos de sua época.  
Em 1937, a dupla Alvarenga (Murilo Alvarenga – nascido em Itaúna-MG/1912) e Ranchinho (Diésis dos Anjos Gaia – nascido em Jacareí-SP/1913) passou a fazer parte do elenco do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, até o seu fechamento, em 1946. Foi lá que a dupla começou a fazer sátiras políticas, que se tornaram um de seus pontos fortes e, em 1938, lançou a marcha Seu Condutor (em parceria com Herivelto Martins, marido da cantora Dalva de Oliveira), ironizando Getúlio Vargas, a qual constituiu o maior sucesso carnavalesco da dupla. Diga-se de passagem que “condutor” era a tradução de Duce (título usado por Mussolini) e Führer (título u-sado por Hitler), sendo uma irônica comparação com o condutor dos “bondes”, veículo urbano de transporte coletivo, na época.   Nesse mesmo ano, Ranchinho afastou-se pela primeira vez do seu companheiro de dupla (simplesmente desapareceu) e Alvarenga, então, convidou Bentinho (José Antonio Vono Filho - nascido em Santa Rita do Sapucaí-MG/1914), para formar nova dupla, gravando com ele, pela Odeon, um disco contendo músicas de sua composição.

Da amizade surgida com o novo parceiro de dupla, Alvarenga convida Bentinho para ser padrinho de batismo de seu filho Delamare Alvarenga, hoje um dos mais conceituados maestros da Alemanha, regente  da Orquestra Sinfônica da Ópera de Colônia.

Bentinho havia saído de Santa Rita do Sapucaí para ir estudar engenharia química no Rio de Janeiro. Primeiramente, ali se hospedara na casa do cantor Nelson Gonçalves, amigo de seu irmão mais velho, Vicente Vono, que também era humorista na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, interpretando o personagem Compadre Belarmino, o primeiro humorista caipira do rádio brasileiro. Posteriormente, Bentinho mudou-se para a pensão do Seu Batista, pai das cantoras Dircinha e Linda Batista, onde residiu até se formar, e dali para a Rádio Nacional foi um passo.

Ao lado de Dircinha e Linda Batista, Emilinha Borba, Grande Otelo, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Aurora e Carmem Miranda, Bentinho figurou, em 1938, no filme Banana da Terra. Nesse filme, Carmem Miranda apresentou-se pela primeira vez vestida de baiana, o que a imortalizaria, para interpretar com o Bando da Lua “O que é que a baiana tem?”, de Dorival Caymmi, que foi lançada em disco, algum tempo depois, com o próprio Caymmi, em dueto com Carmem.

Até então, a dupla Alvarenga e Bentinho vinha tendo muitos problemas com a censura oficial, por suas músicas sátiras políticas mas, em 1939, a questão foi resolvida de um modo curioso: Alzira Vargas, filha do Presidente Getúlio Vargas - que posteriormente viria a se casar com o Almirante Ernani do Amaral Peixoto, futuro governador do Estado do Rio de Janeiro - convidou a dupla para tocar no Palácio das Laranjeiras, numa reunião comemorativa do aniversário do seu pai, em 19 de abril daquele ano. Getúlio, depois de ouvir todas as músicas, inclusive algumas que se referiam a ele, convencido de que eram apenas alusões inocentes, deu ordem para que as composições da dupla fossem liberadas em todo o território nacional. A partir daí, a presença de Alvarenga e Bentinho em Poços de Caldas, durante as estadas de Getúlio – nas quais ele aproveitava para fazer tratamento de ouvido com água sulfurosa num consultório médico que havia no porão das Thermas Antonio Carlos – tornara-se uma constante.
Após esse episódio do Palácio das Laranjeiras, com o reaparecimento de Ranchinho no final de 1939,  Bentinho forma dupla com Xerém (Pedro de Alcântara Filho, nascido em Baturité-CE, em 1911), conservando-se no mesmo gênero caipira - nos áureos tempos da Rádio Piratininga, de São Paulo - e fazendo apresentações pelo Brasil.

Uma coisa, porém, chama a atenção: qual seria a razão pela qual Alzira Vargas teria tanto interesse nos destinos da dupla Alvarenga e Bentinho, com relação a seus problemas com a temível censura getuliana ?

Anteriormente, numa viagem de Getúlio, acompanhado pela filha Alzira, a São Lourenço, estância hidromineral do sul de Minas, o  Compadre Belarmino (Vicente Vono (Santa Rita do Sapucaí- 08.06.1906/19.06.1980), irmão de Bentinho, primeiro humorista caipira do rádio brasileiro, iniciado na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, a convite de Israel Pinheiro, então Secretário da Agricultura de Minas Gerais), apresentara-se para a família do presidente e sua comitiva. Vicente, médico cardiologista e bom cantor de tangos, com sua vistosa estampa e acentuado carisma, granjeou a simpatia de Alzira. Em seguida, veio a ele o convite para integrar a comitiva de Getúlio Vargas (que incluía Alzira), que iria à Argentina em visita oficial ao Presidente Augustin Pedro Justo, daquele país (mandato de 1932/1938). A viagem de Getúlio à Argentina durou de 22 a 30 de maio de 1935, sendo que o governo argentino enviou o navio Almirante Laceguay para conduzir a comitiva presidencial brasileira.  A intervenção de Alzira, motivada por sua admiração a Vicente, salvara o futuro da dupla.

Bentinho, além do Rádio, também atuou na televisão, no programa Som Brasil, da Rede Globo, juntamente com Rolando Boldrin e depois com Lima Duarte. Foi casado com Ruth Salgado Vono, a conhecida  tapeceira Ruth, natural de Cássia-MG, cujos trabalhos, muito apreciados no Brasil e no exterior, decoram, entre outros, a Granja do Torto e o Hotel Aracoara, em Brasília, bem como o Hotel Sheraton, no Rio.

A dupla Xerém e Bentinho, com seus inúmeros sucessos, inclusive carnavalescos, durou até 1960, quando Bentinho mudou-se para Belo Horizonte, onde passou a apresentar o Programa Bentinho no Sertão, na Rádio Inconfidência, até sua aposentadoria. Vicente e José Antonio Vono Fº tinham três irmãs residentes em Santa Rita do Sapucaí: Carmélia, Mariinha e Tereza.

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Carga de eletrônicos com destino a Santa Rita do Sapucaí é roubada em Cubatão

Uma carga de aparelhos de som automotivos avaliada em R$ 1.171.029,62 foi roubada por três homens na Via Anchieta, em Cubatão.
Os aparelhos eletrônicos foram embarcados no armazém da Marimex, em Santos, e eram levados ao município de Santa Rita do Sapucaí (MG), quando houve o assalto.
Segundo o caminhoneiro que realizava o frete, ele precisou parar na altura da Cota 400, no trecho de Serra da Anchieta, porque o trânsito travou devido a um acidente.
Eram cerca de 3 horas e dois homens, portando uma arma de fogo, aproveitaram o congestionamento para render o caminhoneiro e exigir que ele ficasse deitado com a cabeça coberta na parte de trás da cabine.
A impressão inicial foi a de que a investida criminosa ocorreu de modo casual, em decorrência do congestionamento. Porém, a ação pareceu depois ser muito bem planejada, inclusive com conhecimento prévio da valiosa carga transportada.
Após cerca de meia hora, o tráfego foi liberado e um dos ladrões conduziu o caminhão por pouco tempo, até pará-lo no acostamento da própria Anchieta para o ingresso de um terceiro assaltante.
Este marginal portava bateria veicular e fios, que foram utilizados para burlar o sistema de rastreamento do caminhão. Consumada essa etapa, o trio seguiu até um local que a vítima desconhece, onde abriu o contêiner com o uso de maçarico e descarregou toda a carga.
Posteriormente, os criminosos abandonaram a vítima com o caminhão vazio na Avenida Bandeirantes, próximo a uma distribuidora de refrigerantes, em Santos.
Depois de permanecer algum tempo no veículo, conforme exigiram os ladrões, o motorista percebeu que eles já haviam ido embora e também saiu do local. O roubo é apurada na Delegacia de Investigações Gerais (DIG).´
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sábado, 12 de setembro de 2015

“Cidade Criativa, Cidade Feliz” e a nova revolução santa-ritense

Noite de 30 de agosto, Teatro Inatel, casa cheia. Para a comunidade santa-ritense, aquele espetáculo teatral não representava apenas mais uma entre dezenas de atividades que aconteceram no decorrer de todo o mês. Era o fim de um ciclo, o desfecho de uma revolução, a vitória final de uma batalha em que todos saíam vencedores. A peça Hair, que reuniu uma banda, um coral, um grupo de dança e uma companhia de teatro, ambos da cidade, foi o clímax de um projeto único: o Cidade Criativa, Cidade Feliz.
Open Music: Festival de Rock Autoral.
A Lira Santa Rita toca Jazz com Chico Ceará e Zé Helder.
Quando o espetáculo teve início, aqueles atores já não eram pessoas com quem convivemos no dia-a-dia. O que víamos eram personagens com uma energia tal, que pareciam possuídos entre luzes, sons e aromas. Como em um passe de mágica, Fernando Galinha Carneiro e seus amigos desapareceram para dar lugar a Berger, Claude e uma barulhenta tribo de hippies (ou happies) americanos, do final dos anos 60.
Musical Hair.
Auto da Compadecida.
Cinema no Pano leva a sétima arte a uma escola rural de Santa Rita do Sapucaí.
Ao final de espetáculo, quando fui puxado pelo braço pelo protagonista e levado à cena sem saber o que iria acontecer, pude ver a emoção da plateia que, petrificada, não cansava de aplaudir os artistas. Do alto do palco e da minha timidez, vi a emoção de Juliano Ganso Souza – baixista do Patronagens – e lembrei as conversas que tivemos nas semanas anteriores, quando ele contava alguns trechos dos ensaios e demonstrava grande emoção em tomar parte de um evento daquela natureza. Aquela, entretanto, não seria a única atividade empreendida pelo músico, naquele mês em que a cidade era incendiada pela cultura. Dias antes, havia ajudado a produzir a terceira edição do Vale Music, o Open Music, um debate filosófico com música ao vivo e grafite e o espetáculo “Desde que o Samba é Samba”, em parceria com o Bloco dos Democráticos.
Patronagens Band apresenta-se no Teatro Inatel.
Prefeito e Vice com suas respectivas esposas.
Saúde também esteve na pauta do Cidade Criativa.
Falando em “Vale Music”, festival de Jazz e Blues que traz, anualmente, alguns dos maiores nomes da música brasileira para espetáculos gratuitos, a edição deste ano me fez questionar porque os santa-ritenses gostam tanto de Jazz. A impressão é que quando instrumentos de sopro se misturam a cordas e à percussão, crianças e adultos entram em estado de graça e sentem grande satisfação ao experimentar aquele estilo pouco comum em nossas paragens. O meu palpite é de que havia uma tradição musical na cidade, desde o início do século XX, em que diversas corporações musicais dividiam o mesmo espaço e que permaneceu latente até ser despertada por eventos como este. 
Grafiteiros transformam um galpão em obra de arte.
Cinema no pano.
Crianças pintam o muro do Campo de Futebol.
Ao contrário do que se pode imaginar, a agitação de agosto não aconteceu apenas nos finais de semana. Os interessados em conhecer novas culturas tiveram acesso a diversas palestras e oficinas, como o Cinema no Pano que aconteceu em uma escola rural e o StartupZ, promovido no Inatel para que adolescentes das escolas da cidade colocassem em prática sua capacidade empreendedora. Aos boêmios e admiradores da boa culinária, havia a opção de experimentar deliciosos pratos e tira-gostos, criados especialmente para o concurso “Petiscos de Boteco” e que deu o que falar. Adjair Ribeiro, proprietário do Dija Gastronomia viu seu estabelecimento multiplicar o número de fregueses ao criar o “Fondue do Tchóra” e soube aproveitar muito bem os bons ventos para promover os seus dotes culinários.
Dija Gastronomia triplicou o número de fregueses durante o "Petiscos de Boteco".
Auto da Compadecida.
Wagner prepara sua deliciosa Paella durante o Festival Sabores do Vale.
A propósito, o prêmio recebido por Dija na Categoria Bar foi a motivação para que o sanfoneiro de Alceu Valença, o Chico Ceará, pedisse aos organizadores de outro Festival, o Santa Roots Jam Session, que o levassem para conhecer o estabelecimento. Com início às 16 horas e com a participação de Coletivo Gastronômico Sabores do Vale, o Santa Roots estreou com a participação de músicos consagrados que se revezavam no palco em busca de sons inusitados. O primeiro artista a se apresentar foi Caio Vono, pianista genial que levou para o palco o curioso som dos salões de velho oeste americano. Em seguida, o palco foi ocupado pelo santa-ritense Ricardo Abrahão (pianista que se apresentou durante a visita do Papa ao Brasil), que trouxe composições de Ernesto Nazaré. Na sequência, os irmãos Nogueira criaram uma surpreendente Jam Musical e permaneceriam no palco durante o show do Ceará. A última apresentação, feita pelo consagrado violeiro Zé Helder, contou com a participação de Ceará e a multidão parecia não acreditar que aquela fusão de sons estava sendo produzida por dois caras que nunca tinham conversado antes. Em uma experiência única, casais dançavam como nos antigos salões de baile, crianças subiam livremente no palco para “tocar” junto com os músicos e uma multidão de santa-ritenses preenchia todos os espaços da praça. O que talvez ninguém esperasse é que a nossa querida Lira Santa Rita também marcasse presença na festa, após receber um convite, no mínimo, inusitado: tocar Jazz! As crianças foram à loucura quando diversos músicos ocuparam a tenda para entoar “When the Saints Go Marching In” e outras canções como My Way, de Frank Sinatra. 
Chico Ceará e Zé Helder promovem Jam incrível durante o Santa Roots. 
Banda Santa-ritense quebra tudo durante o Vale Music Festival.
Se no Santa Roots contamos com uma mescla de músicos locais e com artistas célebres da música brasileira, retornamos à semana anterior para falar sobre outro evento surpreendente: o Open Music. O barato desse Festival é que foi formado, em sua maioria, por músicos da cidade, mas não havia disputa ou premiação. A única premissa era de que as composições fossem próprias, como forma de divulgar os trabalhos de nossos numerosos talentos. O excelente nível das bandas e a qualidade das canções apresentadas naquela segunda-feira foram tais que já se pensa em produzir um disco só de composições locais que serviria como registro e divulgação dos trabalhos expostos ali.
Paulista, Chico Ceará e Zé Helder. Três talentos incríveis no Santa Roots.
Coletivo Gastronômico Sabores do Vale
Vale Music chega à sua terceira edição.
Dos milagres operados pelo “Cidade Criativa” talvez o maior tenha sido a mistura da água e do óleo. Bem, não foi exatamente uma mistura, mas o movimento conseguiu atrair os blocos rivais, Ride Palhaço e Democráticos, em torno da promoção cultural. Enquanto os Democráticos apresentaram um retorno às origens do estilo mais brasileiro de todos, o samba, o Ride produziu um espetáculo teatral sobre o seu tema preferido: a ópera Ride Palhaço. Em ambos os eventos, acontecidos no Teatro Inatel, o público saiu encantado e demonstrou que as duas agremiações não devem restringir seus espetáculos ao mês de fevereiro. Nos eventos ligados à tecnologia e inovação, o Summit do Vale da Eletrônica deu voz aos novos empresários do polo que, com suas startups inovadoras, vêm conquistando o país. A segunda edição do Magical Minds trouxe mentes brilhantes do cenário global para falar de conceitos que vêm transformando o mundo.
Magical Minds leva tendência ao Cidade Criativa.
Circo Sesi atraiu grande público à Praça Santa Rita.
Projeto Philadelphia, dos Irmãos Nogueira: Incrível!
Caminhando pela cidade, é possível perceber que nunca mais seremos os mesmos após essa avalanche artística. Nos muros, do campo ou da Katrin, vemos obras incríveis deixadas por artistas daqui e de outras cidades. Nota-se uma mudança na característica das apresentações musicais agendadas para os meses seguintes nos bares e restaurantes, a culinária ganhou uma atenção especial e novas iniciativas se preparam para surgir. Talvez o maior legado deste movimento seja a percepção da comunidade, entidades, escolas, estabelecimentos, poder público e centenas de voluntários de que as possibilidades são infinitas e de que as pessoas podem contar umas com as outras para transformar a realidade no que a gente quiser. Assim como os pioneiros que tiraram a cidade do pântano, dos empreendedores que lutaram pelo surgimento de nossas escolas de alta tecnologia ou dos batalhadores no processo de industrialização, a partir dos anos 80, todos se sentem parte de um projeto grandioso e estão orgulhosos por integrar um movimento cuja herança é imperecível. A todos aqueles que possibilitaram a realização desta iniciativa única, uma palavra que está na mente de todos aqueles que integram o Cidade Criativa: Gratidão.                 

(Por Carlos Romero Carneiro)

Oferecimento:

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Empório de Notícias - Edição 92 - Nas bancas!

Empório de Notícias - Edição 92
Nesta Edição: 
Especial Cidade Criativa, Cidade Feliz
Ditinho Joana, fazedor de botinas
Bentinho, Getúlio e a Censura
Coretos filhos de um mesmo pai...
Tudo culpa da Rita Andery (Por Danlary Tomazini)
Lira Santa Rita encanta no Cidade Criativa
Startup Z atrai adolescentes empreendedores de Santa Rita do Sapucaí 
Cinquentenário do Inatel é tema de concurso para estudantes
A II Guerra do Paraguai (Por Ivon Luiz Pinto)
A sesmaria do Fogão da Onça, Capituva e Balaio (Por Neco Torquato Villela)
ETE FMC, Metagal e Governo se unem para criar projeto espotivo gratuito a estudantes
Notícias do Colégio Tecnológico e da FDSM
O Inatel cosmopolita (Por Salatiel Correia)

Seminário sobre Magnetismo com Escritor Espiríta

Seminário imperdível com o famoso escritor espírita Jacob Melo sobre o processo de cura através do magnetismo. Evento acontecerá nos dias 19 e 20 de setembro de 2015, no Auditório Aureliano Chaves, no Inatel. Ingressos promocionais, a 20 Reais, através do fone/whatsapp (35) 9140 0623 ou pelo email lema.srs@outlook.com
Para maiores informações, acesse o site: www.lema.org.br.
Horários do evento:
Dia 19 - 14h às 20h.
Dia 20 - 8h30min às 12h.
Não perca!
Saiba mais sobre o expositor:http://www.jacobmelo.com/sobrejacobmelo.htm

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Sandro Nogueira e Buga Júnior fazem show de Jazz no Parada Obrigatória nesta sexta-feira (04/09)

No próximo dia 4/9, às 21, o músico, Sandro Nogueira (guitarra), apresenta-se no Parada Obrigatória, em Santa Rita do Sapucaí, MG, com seu quarteto, integrado pelos músicos Julio César Maia (bateria), Buga Junior (Saxofone) e Anderson Silvério (contrabaixo). 

No repertório estão temas de Miles Davis, Coltrane, Thelonious Monk, Charlie Parker, J.Pastourius, H.Hancock, Chick Corea, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Luiz Gonzaga e temas autorais. 

O quarteto que tem como base principal do trabalho, a improvisação e uma sonoridade forte e expressiva, promete uma noite com um show memorável.
Sobre o leader band: Desde 2001, o músico, educador e produtor cultural Sandro Nogueira, tem desenvolvido trabalhos com a música instrumental, com intuito de contribuir com a democratização, e fomento a prática e apreciação do gênero no sul de MG, gerando um constante intercâmbio com músicos e publico de outras cidades e estados do Brasil. Nesse processo, Sandro tocou em diversos festivais de jazz e também produziu festivais e concertos e eventos de música instrumental, tocou em programas de tv, rádio e registros audiovisuais (cd, dvd), documentários e ministrou aulas e cursos em conservatórios, centros culturais e escolas. 

Recentemente, está organizando um repertório de temas autorais que serão registrados em um DVD. Parte desse material será apresentado no dia 4/9.

Serviço:
Sandro Nogueira 4TET - Jazz
Data: 4/9 - 21h
Local: Parada Obrigatória - Pça Santa Rita do Sapucaí - Santa Rita do Sapucaí, MG

Créditos da foto: André Braga.