sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Empório de Notícias - Edição 94 - Dia 31 de outubro, nas bancas!

Edição imperdível do Empório de Notícias!
Neste número:
- Chicão do Alemão e Chico Coelho: os santa-ritenses que viram um disco voador.
- Foto captada há dezenas de anos mostra suposta materialização de espírito em Santa Rita.
- Santa-ritense de 11 anos irá integrar a mais reconhecida escola de balé do mundo.
- Quando Roque Júnior estava a um passo de se tornar imortal.
- Colunistas desta edição: Danlary Tomazini, Ivon Luiz Pinto, Rita Seda, Marcelo Vilela e Salatiel Correia.
- E mais: Notícias da FDSM, Inatel, FAI, Colégio Tecnológico e ETE FMC.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Obra de autor santa-ritense relata a história do Vale da Eletrônica

Como uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, com uma economia baseada na produção de café e de leite, transformou-se em um dos mais importantes centros de inteligência do país? Na obra intitulada “O Vale da Eletrônica”, Carlos Romero Carneiro traça um perfil empreendedor de Santa Rita do Sapucaí e desvenda o que fez de um município com menos de 40 mil habitantes tornar-se referência internacional, ao criar escolas e indústrias de alta tecnologia.
Do início do século XX, quando a cidade ainda lutava para crescer em um terreno pantanoso, à realização da primeira geração de TV digital do país, a obra descreve como o fomento à visão empreendedora pode ser capaz de remover montanhas. Mais do que a trajetória de um município, “O Vale da Eletrônica” é um manual a ser aplicado por boa parte dos municípios brasileiros que sonham em reconhecer a sua vocação. 

Boa parte da história concentra-se na figura de “Paulinho Dentista”, um vice-prefeito bem humorado que dividia o tempo entre consultas em seu gabinete odontológico e um desafio na Prefeitura Municipal. Foi dele a missão de impulsionar o processo de industrialização, duas décadas após a cidade ter criado a primeira escola de eletrônica da América Latina.

Através de 74 entrevistas e uma ampla pesquisa em arquivos históricos, o autor relembra os desafios encontrados pelos primeiros empreendedores que ancoraram às margens do Rio Sapucaí, descreve estratégias, menciona erros e acertos e traça as audaciosas perspectivas do município para as próximas décadas. Com narrativa rápida e de fácil leitura, é possível entender como uma cidade encravada aos pés da Mantiqueira serviu como base de lançamento para deputados, ministros, banqueiros, atletas e até um presidente da República.

O livro “O Vale da Eletrônica” foi lançado na noite de 18 de setembro de 2015, durante a cerimônia de comemoração dos 25 anos do Sindvel 

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Ele estava em Nova York durante o ataque às torres gêmeas e hoje vive em Santa Rita

Pedro Dias Neto trabalhou como lavador de pratos, taxista e caminhoneiro nos EUA e hoje vive em Santa Rita, onde produz uma marca especial de café. 
Conheça, agora, um pouco de suas aventuras.
Como foi a sua ida para os Estados Unidos?

Fui para os Estados Unidos em 93, com 23 anos, para aperfeiçoar o meu inglês e ganhar a vida. O meu primeiro trabalho foi em um restaurante, onde comecei como lavador de pratos e ocupei diversas funções. Através da ajuda de um amigo, fui contratado por uma empresa de transporte e percebi que poderia ser uma boa oportunidade. Quando me tornei motorista, nosso serviço era mais voltado a brasileiros. De vez em quando, também fazíamos corridas para estrangeiros, dentre eles, o presidente da Argentina. 

Você trabalhou para o Presidente da Argentina?

Sim. A empresa em que eu trabalhava tinha um serviço de limousines e, em setembro, acontecia a Assembleia Geral da ONU. Nesse período, eu atuava como segurança e como motorista na comitiva da presidência Argentina. 
E atendiam à comitiva brasileira também?

Não gostávamos porque o presidente, na época, era o Lula e ele não pagava a conta. Enquanto os Argentinos terminavam os compromissos, quitavam tudo, davam gorjeta e embarcavam no Tango I, com os brasileiros era a maior burocracia. Para receber uma temporada de serviço levava de quatro a seis meses e não era um bom negócio.

E a experiência como caminhoneiro?

Eu passei quase 6 anos trabalhando para a maior transportadora dos Estados Unidos. Dirigia aqueles caminhões de 18 rodas, com carretas de 53 pés. Nesse período viajava não só pelo país inteiro, como também para o México e para o Canadá. Posso dizer que, por conta dessa experiência, conheço os Estados Unidos muito melhor do que o Brasil. Eu ficava quicando atrás das cargas e dormia em um caminhão. 

Eu voltava à companhia a cada 40 dias, colocava um estudante que queria conhecer o país a bordo e caía na estrada de novo. Meu caminhão era bem completo. Tinha beliche, microondas e televisão.

Soube que participou de uma competição de caminhoneiros

Participei de uma competição na cidade de Dallas e fiquei em segundo lugar. Com apenas 2 anos de experiência, venci motoristas com 25 anos de profissão. As provas não eram de velocidade, mas de habilidade e manobras.
Você estava em Manhattan durante o ataque às torres gêmeas?

Na ocasião, eu trabalhava como caseiro e como motorista particular de um produtor musical. Ele tinha umas cantoras em Manhattan e, neste dia, eu teria que fazer uma corrida com elas. Deveria pegá-las no hotel pela manhã, levá-las para a gravadora e passar o dia ciceroneando as moças. 

No primeiro ataque, eu estava em um lava-rápido e, ao passar pelo caixa, vi as cenas pela televisão, sem entender o que acontecia. Como estava atrasado, não dei muita atenção e saí pelo Queens,  em direção a Manhattan. Ao atravessar a ponte, em direção à ilha, recebi uma ligação de um primo, do Brasil, perguntando se eu estava bem. Só então eu liguei os fatos. Foi o tempo de desligar o telefone e chegar ao outro lado para perceber que já estavam fechando a ilha e começando a evacuá-la. 

Pra continuar em Manhattan, só quem morasse da Rua 14 pra cima. As outras pessoas tinham que abandonar suas casas e deixar a ilha.  Após cortar um bloqueio, eu me dirigia ao Hotel Muse, quando houve o segundo ataque. Ao me encontrar com as cantoras, disseram que não sairiam de lá até entenderem o que estava acontecendo e eu decidi ir embora.

Como deixou a ilha?

A única maneira de sair era pelo Norte. Estava uma correria geral. Lembro que as pessoas andavam pelas ruas como se fossem zumbis, sem a menor expressão. Não havia metrôs, ônibus ou táxis. Era preciso caminhar cerca de 12Km em direção à saída. Como trabalhei muito tempo em táxi, conhecia bem as saídas e dei a volta para retornar ao Queens. No caminho, ouvi no rádio as recomendações para ajudar quem estivesse tentando sair de lá e levei algumas pessoas. De onde estava, podia ver a fumaça e um cheiro muito forte de concreto queimado que ficou no ar por mais de um mês. Era um odor de churrasqueira mal apagada e uma poeira que causou grande mal aos bombeiros que trabalharam naquele dia. Daquelas pessoas que estiveram perto dos escombros, poucos sobreviveram por conta do amianto, muito usado nas construções das décadas de 60 e 70. 

Como foi sua vinda para Santa Rita?

Quando o meu pai, Joel Roberto Dias, se aposentou como bancário, veio para Santa Rita lidar com café e trabalhou na área até desenvolver um Alzheimer. Ele trabalhou enquanto conseguiu através da ajuda da minha mãe, mas chegou um momento em que precisei vir dar um suporte. Ao chegar à cidade, senti um impacto muito grande e achei as pessoas com quem trabalhava difíceis de lidar. Como a minha mãe precisava cuidar do meu pai, não ia muito à fazenda e o cafezal sofreu muito, a estrutura ficou bem comprometida e tive que ajudar a pôr as coisas no lugar. 

O que aconteceu depois?

A minha meta sempre foi melhorar a produtividade, aprimorar o café e lançar uma marca própria.Para aproveitar essa onda de Food Truck´s, nós lançamos uma Coffee Bike e montamos uma cafeteria 100% funcional, em cima de uma bicicleta, para levarmos a eventos pela região. No ano passado, conseguimos exportar 10% da safra e, nesse ano, serão 70%. Os outros 30% nós pretendemos vender através da bicicleta. 

Qual é o nome do café?

Chama-se “Grandpa Joe´s Coffee” que, traduzindo, é “O café do vovô Joel”. Existe uma lenda em torno desse nome. Na história americana, “A cup of Joe” é um copo de café. A expressão surgiu porque, na II guerra, os G.I. Joes recebiam café antes de serem enviados às trincheiras. O nome tornou-se uma relação com a expressão e uma homenagem ao meu pai.

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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Zeca fala sobre suas conquistas no esporte, na escola e na vida

Em dois momentos: Com Nilton Santos e atualmente.
Estudos ou futebol?

A minha vida sempre foi jogar bola e estudar. Todos os dias eu treinava das duas às seis horas da tarde e estudava à noite, após o jantar. Eu fazia aquilo porque gostava de aprender e não para ir bem nas provas. Ainda guardo boletins em que recebi nota máxima em matemática todos os meses do ano porque tinha curiosidade em saber como as coisas funcionavam. Dos 16 anos em diante, comecei a jogar nos times adultos da cidade e já recebia o suficiente para custear as minhas despesas pessoais. 

O senhor lucrava com o esporte?

Posso dizer que, do científico pra frente, meu pai já não precisava me dar nem roupa. Eu já tirava o meu próprio sustento. Na época, havia um grupo de jogadores que se destacaram entre os esportistas locais e recebiam pelas atuações. Nesse grupo, estávamos eu, o goleiro Luiz Carlos, o Wagner, o Marcos Peão,  o Cacá e outros jogadores. 

Como foi o início de carreira esportiva?

Eu comecei no Vasco, do senhor Dito Gabiru (da Rua do Queima). Foi lá que ele revelou vários jogadores como eu e o charuto, ambos zagueiros. Em 64, nós fomos campeões. Eu estava com 16 anos, na época. No ano seguinte, eu fui para o Industrial que era um time que tinha mais dinheiro do que os outros e reunia as maiores estrelas da cidade.
Zeca integra o Industrial: time mais temido de Santa Rita do Sapucaí.
O esporte era muito valorizado em Santa Rita?

Naquela época, a cidade tinha por volta de 15 mil habitantes e conseguia colocar 7 mil pessoas dentro do estádio. Metade da cidade vibrava com o futebol. Éramos vistos pelos moradores de Santa Rita como verdadeiras celebridades. Semanalmente, os jornais comentavam o nosso desempenho e até a nossa vida particular. Tinha programas na rádio Difusora a semana inteira para debater o desempenho dos times, como vemos hoje com o grandes clubes, pela televisão. 

Quais eram os melhores times?

O time com maiores estrelas locais era o Industrial. O Minas Gerais tinha o mesmo nível, mas buscava esportistas em Itajubá e Jacutinga. A rivalidade entre esses dois times era muito grande. Ninguém queria perder pra ninguém. Em jogos do Minas com o Industrial, o campo lotava.

Como foi sua ida para o Pouso Alegre FC?

Quando Santa Rita começou a ganhar destaque por conta do movimento em torno do futebol, chamou a atenção dos clubes da região, como o Pouso Alegre, que acabava de ser fundado.  Nessa é-poca,  eu,  o Luiz Carlos, o Charuto e o Wagner, além de uns 10 jogadores de Itajubá fomos contratados, mas poucos permaneceriam no time. Dos esportistas de Pouso Alegre, por exemplo, todos foram cortados. De Itajubá, ficaram o Marcos Zamba e o Teco, que era reserva. Daqui, ficamos só eu e o Luiz Carlos.

Quem integrou o Pouso Alegre nesse período?

O Pouso Alegre contratou grandes estrelas. Vieram o Wilson e o Pitico do Santos, o Aleluia do Paulista de Jundiaí, o Danilo do Atlético Mineiro, o Murilo do Democrata de Sete Lagoas, o Gato da Ferroviária de Araraquara e muitos outros. Somente três jogadores da região permaneceriam como titulares. Naquela temporada, o Pouso Alegre seria o campeão da primeira divisão de profissionais. 

Os times eram fortes na região?

A região sempre teve bons times, como o ADJ de Jacutinga, praticamente imbatível, formado por quase todo o elenco vindo de clubes de São Paulo. Naquele time tinha o Vilela e o Tiãozinho da Portuguesa, o Tatau do Botafogo de Ribeirão Preto, o Adib (meio de campo do São Paulo), o Aleluia, o Joãozinho do América Mineiro e muitos outros de fora. Nessa época, o futebol começou a tomar uma proporção tão grande que se tornou a grande sensação na região.
Ainda criança, recebe prêmio de melhor aluno de sua turma das mãos do governador Magalhães Pinto.
E quando jogavam contra times de Santa Rita?

Uma vez, jogamos uma partida beneficente por aqui. Na ocasião, Santa Rita montou um selecionado entre os jogadores daqui, de Itajubá e ainda trouxe o Nilton Santos para completar o time. Nesse dia,  foi uma brigaiada danada, porque ninguém queria perder. Eu e o Luiz Carlos tínhamos que tomar um cuidado muito grande porque qualquer coisa que a gente falasse poderiam levar para o lado pessoal.  

E a partida contra o Santos?

O Santos era o maior time do mundo, no momento, e nós não demos tanta importância, a princípio, porque disseram que não viria o time titular. Quando chegou a hora do jogo, nós percebemos que a escalação não era bem o que esperávamos e ficamos bem apreensivos. Apesar de não ter vindo o Pelé e o Edu, vieram o Pepe, o recém contratado Silva, que havia passado pelo Boca Juniors e aquela turma de campeões do mundo. Quando vimos aquele pessoal todo, quase trememos, mas fomos pro jogo. 

Naquela época, parecia que tudo estava a favor da gente. Era um dia chuvoso e já estávamos ganhando de dois a zero do Santos, quando eu atrasei uma bola para o Luiz Carlos. Ela parou numa poça d’água e o Silva entrou e marcou o gol. Em seguida, marcaram um pênalti contra nós e quem marcou foi o Pepe. Mas foi um jogão! O Luiz Carlos jogou uma enormidade nessa partida. Ele pegou bolas de costas, defendeu outra em cima da linha e fez de tudo que podia para vencermos a partida. Aquilo chamou a atenção do time adversário. 
Nos tempos do poderoso Pouso Alegre Futebol Clube.
Foi nessa partida que ele foi convidado para jogar no Santos?

Quando terminou o jogo, o Zito, que era o Diretor de Esportes do Santos, foi ao nosso vestiário e o convidou para jogar no time. O Luiz Carlos ficou entusiasmado, mas era muito tímido. Embora tivesse vontade de jogar, tinha vergonha. Como eu sabia que ele não estudava, procurava incentivá-lo a seguir carreira e cheguei a levá-lo ao Atlético Mineiro mas, quando ele viu o treinador gritar com os jogadores, ficou assustado e veio embora.

Você também recebia muitos convites?

Nessa época eu recebi um convite do Corinthians e até chegaram a comprar meu passe do Pouso Alegre. Nós estávamos voltando de um jogo de Varginha, quando um carro alcançou a gente na estrada e era um diretor do Corinthians me convidando para integrar o time. Eu fiz corpo mole na ocasião e não me interessei muito porque o meu objetivo era o futebol, mas também era estudar Engenharia. Ele dizia: “Nós já procuramos um beque central em São Paulo, no interior de Minas e do Rio. Você  foi o jogador mais recomendado de todos eles por conta da idade (19 anos). Você vai jogar com o Rivelino, terá chance de ser convocado para a seleção e terá várias oportunidades!” Na ocasião, eu estava com o meu pai, o Fio e o João Costa. Acabei recusando por causa da escola. Aconteceu o mesmo quando fui convidado para jogar no Cruzeiro. Novamente, recusei por estar fazendo engenharia. O que eu queria era terminar o curso, guardar o diploma e depois jogar bola.

Seus planos deram certo?

O destino não quis que eu me tornasse um jogador. Alguns dias antes  da formatura, recebi uma carta que dizia que havia sido o primeiro colocado da minha turma e que deveria comparecer na Ericsson, em São Paulo, onde seria agraciado com uma viagem à Suécia. Eu viajei para Estocolmo como aluno bolsista e, quando retornei, a oportunidade já havia passado. 
Ao dirigir a Telecaldas, com Aécio Neves.
O senhor ficou surpreso quando soube que havia sido o melhor aluno de sua turma no Inatel?

Eu não me surpreendi porque, durante os anos em que permaneci lá, estive sempre na ponta. Algo que me deixa ainda mais envaidecido é que sou da turma dos Professores Navantino e Mário Augusto. Há algumas semanas, ao receber esta medalha comemorativa, eles ainda brincaram comigo, dizendo que eu havia tomado o diploma deles. E eu respondi: quem forma em primeiro lugar de uma turma que tem vocês dois, não deve ser qualquer um!

Como foi sua vida profissional?

Permaneci pouco tempo na Ericsson e fui para a CTB. Em seguida, eu vim para Minas e fui encarregado de implantar todo o DDD (Discagem Direta à Distância) aqui na região sul. Nesse período, nós realizamos este trabalho em 156 municípios. Eu me destaquei muito na época e me tornei o superintendente regional, com sede em Varginha. Além deste trabalho, acumulei várias funções, inclusive em uma empresa particular em que a Telemig era uma das controladoras. Um fato interessante dos tempos em que chefiei a Telemig e a Telecaldas foi que trabalhei com Alberto Pinto Coelho, governador de Minas, até o ano passado.

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