quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Os feitos de Décio Saretti: um honorário cidadão santa-ritense

“Desta vez, vocês vão tocar a caminho do céu.” - foram as palavras do Padre Coutinho. A passarela de Aparecida estava lotada naquele 12 de outubro e o carro de polícia foi à frente, lentamente, abrindo alas entre os fiéis. Logo atrás, o Bispo dava a bênção, seguido pela Lira Santa Rita, “menina dos olhos” dos Padres Coutinho e Orlando Gambi e que, por todo o caminho, entoava hinos e encantava os presentes, até chegar ao altar. O ano de 1990 ficou marcado no coração dos integrantes da lendária corporação musical de Santa Rita do Sapucaí. O mesmo aconteceu nos três anos seguintes, quando estendeu-se o convite para que se apresentassem em Aparecida, no dia da Padroeira do Brasil. Foi com muita emoção e lágrimas que nosso homenageado se lembrou, como se o fato tivesse acontecido ontem. Durante o nosso papo, Décio Soares Saretti relatou estes e tantos outros acontecimentos de uma vida que se confunde, a todo momento, com a história da música e da cultura em nossa cidade.
“Uma doçura de pessoa.” - cabe-lhe, perfeitamente, o mesmo adjetivo com que se referiu a diversas personalidades que passaram por sua vida, como a D. Terezinha Capistrano e o menino Wilson (músico e aluno, cuja morte prematura ainda o emociona). Por trás da aparência imponente e da vida agitada que leva, constantemente envolvido em diversas atividades, há um homem amoroso, com alma de músico, capaz de se encantar com as pequenas belezas da vida.

Décio, 60 anos, é natural de Jacutinga. Veio para Santa Rita, ainda criança, com os pais e os irmãos. Apesar de ter morado em outras cidades, não tem nenhuma pretensão de sair daqui. “Eu rodo, rodo e acabo em Santa Rita. É aqui que eu vou ficar.”

Décio ficou e tem contribuído muito, ao longo dos anos, nos segmentos cultural e social do município, juntamente com outros nomes que nos são tão familiares. Atuando, há 15 anos, como presidente da Lira Santa Rita, entrou na banda muito antes, a convite de Odair. Desde então, usou os mesmos pratos que pertenceram ao Seu Lupércio, ao lado do saudoso Kenit, nomes que recorda com carinho, já que acrescentaram boas lembranças à sua vida.
Formado em Educação Física, Décio já foi diretor do Sanico Telles e, atualmente, é professor na escola, há mais de trinta anos. É lá, também, que ele cuida da tradicional fanfarra. Solteiro convicto, educou e auxiliou na criação de Juarez Monteiro, hoje com 37 anos,  e orgulhosamente comenta sobre suas proezas e superações. Depois que apadrinhou o menino, há 24 anos, sentiu a necessidade de fazer algo a mais por crianças e adolescentes, com quem sempre gostou de trabalhar. Foi assim que tornou-se Comissário de Menores, cargo que exerce de maneira voluntária, mas que exige inúmeros requisitos e avaliações. 

Em 2013, Décio foi homenageado pelo Fórum pelos serviços prestados ao Poder Público, juntamente com o Juiz de Direito, José Henrique Mallmann. Já em 2014, foi agraciado pela Câmara com o título de Cidadão Honorário Santa-ritense, reconhecimento que define a seriedade do trabalho que exerce na promoção de nossa cultura e que dá respaldo ao carinho dos santa-ritenses por esta grande figura. Ao querido Décio, nossa estima e consideração.

(Por Danlary Tomazini)

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